Lucas 18: 9-14
Para
alguns que confiam em sua própria justiça e desprezam os outros, Jesus contou a
parábola de dois homens que subiram ao templo para orar, um fariseu e o outro
cobrador de impostos. O fariseu levantou-se e orou sobre si mesmo: “Deus,
obrigado, porque não sou como os outros homens, ladrões, malfeitores,
adúlteros, ou mesmo como esse cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana
e dou o dízimo de tudo que recebo”. O cobrador de impostos ficou à distância,
nem sequer ousou olhar para ao céu, porém bateu no peito e disse: “Deus, tenha
piedade de mim, sou um pecador”. Jesus afirmou que este homem, e não o outro,
foi para casa justificado diante de Deus, pois todo aquele que se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado.
Há
dois homens sendo apresentados nesta parábola, infelizmente, mais de 2000 anos
depois, perdemos um pouco do significado cultural, que está por detrás desses
dois indivíduos. Penso que poderíamos fazer a seguinte analogia, para nossa
melhor compreensão: temos um herói e um vilão na história. Primeiro, somos
apresentados ao herói, o fariseu. Hoje, quando pensamos em um fariseu,
geralmente imaginamos um cara mau, alguém lutando contra Jesus, sempre do lado
errado. Porém no texto ele representa o herói. Um defensor do código moral,
alguém que propõe viver uma vida de santidade, o tipo fiel, confiável e
dizimista, que contribui para manter as portas do templo abertas. Frequenta
regularmente as atividades da igreja, e vive uma vida que todos podem
considerar boa e digna de louvor. Em segundo, temos um vilão, o coletor de
impostos. Este é um homem que trapaceia e mente para ganhar a vida. Ele é uma
pessoa completamente má, ladrão que
enriqueceu extorquindo as pessoas. Ouvir o seu nome fazia o sangue das
pessoas ferverem de indignação.
Jesus
mostra por meio da narrativa que, em Seu Reino, o conceito de herói é bem
diferente: o primeiro será o último e o último será o primeiro. É um Reino onde
o herói da história transforma-se no alvo de piada, e o vilão é elevado como
aquele que é honrado. Lembre-se, é importante vê-los sob essa luz, como era
naquele tempo, ou perderemos o ensinamento. Se lermos essa parábola olhando o
fariseu como um herói e o cobrador de impostos como um vilão, de modo que cada
um receberá o que merece, assim encontraremos o ensino da graça de Deus, que
trabalha de tal maneira que não recebemos conforme merecemos. Se todos nós obtivermos
o favor de Deus por merecimento, estaríamos condenados para sempre.
Não
somos pessoas perfeitas, todos ficamos muito aquém do padrão divino. Sob a luz
dessa história, aprendemos que Deus justifica o pecador que reconhece os seus
pecados e suplica pelo perdão, e vemos claramente o fracasso daquele que se
apoia na justiça própria. Não somos justificados pelo nosso desempenho, e nem
obtemos a salvação pelo nosso esforço. A mensagem que os reformadores
procuraram resgatar há 500 anos.
Infelizmente,
ainda hoje, muitos cometem o erro trágico de pensar que podem resolver os
problemas por si mesmos. Acreditam que, de alguma forma, por meio de práticas e
rituais religiosos podem receber o favor de Deus. Quem se esforçar o suficiente
impressionará Deus com o pouco de bom que realmente fazem em comparação com
todas as coisas ruins que realizam. O que precisamos trazer à memória é o mesmo
que os reformadores defendiam, a VERDADE. Quando parecia que Ela não estava em lugar
algum, Deus a fez bilhar intensamente. Reis, sacerdotes e monges deram suas
vidas para restaurar, proclamar, defender e honrar essa VERDADE. Levantar o
único farol da salvação, mostrando-nos que, enquanto éramos pecadores, Cristo
morreu e ressuscitou dos mortos, a fim de nos proporcionar um relacionamento
com Deus, por meio da sua maravilhosa graça.
Hoje,
essa VERDADE continua libertando vidas e transformando corações. A graça de
Deus ainda molda o destino eterno de homens e mulheres. Sua mensagem traz
conforto para nossas vidas imperfeitas, revelando que, apesar de cairmos, Deus
não nos abandona, mas aponta para um lugar, e apenas nele - Jesus, sua morte e
a sua tumba vazia. Não podemos esquecer daquilo que Deus fez por nós, e aquilo
que Ele continua fazendo, e nada podemos fazer além de Deus. Devemos ser bons
cristãos, evitar o pecado, fazer boas obras, correto. Mas se observarmos, só um
pouquinho, não importa o quanto tentemos, não importa quão bons sejamos, sempre
cometeremos erros, pois não somos perfeitos. Não somos justificados pelas
nossas boas ações, atos de justiça, mas somente pela graça maravilhosa do
Senhor.
Não
podemos, pois, ter outra atitude senão
como a do cobrador de impostos, reconhecermos que somos pecadores e clamarmos
pelo perdão de Deus. Em gratidão a Deus, pela sua graça maravilhosa, que nos
perdoa e restaura, vivermos para o louvor de Sua glória.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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