Mateus 7:1-14
Precisamos compreender
que o Reino de Deus não é apenas um lugar futuro para passar a eternidade, mas
já está entre nós. As palavras de Jesus àqueles que o ouviam foram: "O
Reino de Deus não vem com aparência
exterior; dirão: Ei-lo aqui, ou:
Ei-lo ali; porque eis que o Reino de Deus está entre vós." (Lc 17:20-21). Os ensinamentos,
em Mateus, os quais muitos chamam de Sermão da Montanha, é sobre a vida no
Reino de Deus, e, por meio deles, descobrimos que ela é bem diferente da realidade
neste mundo.
Não
tenho dúvida de que uma das maneiras que experimentamos o Reino de Deus aqui na
terra é por meio da igreja, que, por mais terrena que seja, recebeu os dons do
Espírito Santo, o amor, o perdão, a graça, a esperança e a fé, que nos permitem
ser a presença de Deus no mundo, portanto uma das dádivas de Deus para nós é a
comunidade dos remidos, à qual pertencemos. Viver em grupo não é uma tarefa
fácil. Alguém afirmou: “Viver com os santos no Céu – oh, que glória! Mas viver
com os santos na Terra – essa é outra história!”
No texto supracitado,
Jesus nos mostra a respeito de como devemos viver juntos e significarmos a Sua
presença no mundo. No versículo doze, Ele nos dá uma regra de ouro: “Assim,
em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a
Lei e os Profetas" Para vivermos de acordo com essa norma, em nosso
dia a dia, é fundamental que adotemos uma perspectiva diferente da sociedade
comum. Somos tribais por natureza e naturalmente vemos as pessoas como membros
de nossa tribo, aquelas que pensam como nós, não pertencentes a grupos que pensam
diferente. Assim, concentramo-nos nas diferenças, e não nas nossas semelhanças.
Para
tratarmos os outros como gostaríamos de ser tratados, necessitamos ver-nos
neles. A compaixão, um dos elementos do amor, precisa ser uma de nossas
características. Ser compassivo é tornar-se consciente e solidário com a
angústia alheia, desejando eliminá-la. A empatia vai além da compaixão, é a
ação de consciência na compreensão do sofrimento do outro, ser sensível e entender
vicariamente os sentimentos, pensamentos e experiencia dele. O arcebispo
Desmond Tutu declarou que um elemento chave para as pessoas que foram
terrivelmente injustiçadas, perdoarem durante a Comissão de Verdade e
Reconciliação na África do Sul, foi a capacidade de ver a humanidade comum dos
perpetradores.
Somos
uma família de fé muito diversa! É tentador focar na nossa diversidade. Quando
o fazemos, é difícil ver nossas semelhanças e tratar uns aos outros de maneira inadequada.
Pequenas coisas ficam sob nossa pele e começam a criar separação entre nós. É
somente, quando reconhecemos nossa diversidade e ainda celebramos nossas
semelhanças, que somos capazes de amar, conforme Deus deseja que amemos e
vivamos na realidade do Seu reino.
Nos
ensinamentos aos seus seguidores, Jesus faz uma exortação para que não julguem levianamente.
Tal orientação parece bem confusa. Na vida é preciso julgar, necessitamos ser
capazes de discernir o que é certo e o errado. Um pouco antes, no Sermão da
Montanha, Mateus registra Jesus afirmando: "Da mesma forma, toda árvore
boa dá bom fruto, mas uma árvore má dá mau fruto. Uma árvore boa não pode dar
frutos maus, e uma árvore má não pode dar bons frutos. Toda árvore que não dá
bons frutos é cortada e jogada no fogo. Assim, pelos seus frutos os
reconhecereis" (Mateus 7:16–20). Precisamos ser capazes de distinguir
os bons frutos dos maus.
Uma
melhor tradução para “não julgar/avaliar” seria “não condenar.” Não devemos
declarar que alguém está além da graça e do amor de Deus e, portanto, destinado
ao inferno. Isso é mais simples falar do que praticar! A igreja historicamente
tem condenado qualquer pessoa fora da fé, mas necessitamos entender que não
fomos chamados para condenar, mas para manifestar a graça de Deus. Assim a
chave é ver nossa humanidade, nossas semelhanças em vez das nossas diferenças,
e reconhecer a vasta extensão do amor e da graça de Deus
Seremos capazes de
viver amavelmente e compassivamente no Reino de Deus, porque nosso Deus é um
Deus compassivo e longânimo. Ele nos encoraja a pedir, buscar e bater. Temos a
certeza de que os nossos esforços não ficarão sem resposta. Ele se tornou um de
nós para compartilhar nossa humanidade. Ele é um Deus de amor, que como todo
bom pai dá boas dádivas aos seus filhos. Ele não só fornece o pão de cada dia,
mas também nos capacita com o Espírito Santo, concedendo-nos fé e continuamente
nos oferece o perdão dos pecados, vida e a salvação.
Alguém
afirmou que o mundo em que vivemos é uma selva, onde “cada um vive para si e
Deus para todos,” “Pode mais que chora menos.” É um mundo que valoriza o poder,
sucesso e as posses. Num sentido muito real, o cidadão do Reino de Deus se
torna um alienígena neste mundo.
Portanto,
como filhos de Deus, que desejam viver na realidade do Seu Reino, devemos
trazer a sua cultura para esta terra estrangeira. Vivendo em amor e compaixão,
vidas que não condenam, mas procuram tratar os outros como gostariam de ser
tratados.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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