Mateus 21:1-11
O
Domingo de Ramos dá início à semana que chamamos de “SANTA”. Período de muito
drama, toda a gama de emoções foi evidenciada: grande medo, sofrimento,
confusão, tristeza, e por fim, grande alegria.
Na entrada triunfal de
Jesus em Jerusalém, podemos identificar uma grande diferença entre a
expectativa de Jesus e a da multidão. O povo aguardava um Messias que
derrubaria os romanos e estabeleceria o reino messiânico. Certamente Aquele que
pode ressuscitar os mortos e curar os enfermos poderia derrotar os romanos. Bastaria
uma palavra Sua e os romanos cairiam mortos. Jesus certamente era capaz disso.
Ironicamente, isso é demonstrado no Jardim do Getsêmani, conforme registrado no
Evangelho de João. Mas, em vez de matar os soldados, quando respondeu “EU SOU”,
Jesus apenas os fez cair para trás, tempo suficiente para ter saído com seus
discípulos para o deserto, porém ele seguiu para Jerusalém, a fim de ser
rejeitado e condenado à morte, não para eliminar romanos.
No
texto, Jesus enviou seus discípulos para que lhe arranjassem um jumento para
montar, especialmente um animal que nunca houvesse sido montado. Um potro tem
medo de ser montado, porque ainda não foi domado. O evangelho de Mateus
acrescenta o detalhe de que eles deveriam levar a mãe do jumentinho, o que
poderia servir para acalmá-lo. Jesus poderia, é claro, como o Criador, ter
acalmado o animalzinho com seu próprio poder, mas é possível que Ele escolheu
deixar a mãe do jumentinho cuidar disso. Jesus previu que o dono iria
confrontar os discípulos sobre essa ação, mas ele atenderia. Mateus diz que
isso foi feito para cumprir as palavras do Profeta. “Eis que o teu rei vem
até ti, humildemente, montado num jumento, filho de um jumento.”(Zc 9:9) O
Evangelista enfatiza que a vida de Jesus foi o cumprimento das Escrituras,
assim como os outros evangelhos. O que concluímos disso é que Cristo está
identificando-se como o Rei prometido. Os judeus compreenderam claramente essa posição.
Mas eles não entendiam a natureza da realeza. Talvez refletissem sobre o texto
por que este Rei não veio sobre um régio cavalo branco, mas sobre um humilde jumentinho.
Tudo o que podiam ver era um rei messiânico que derrubaria os romanos e
estabeleceria um reino eterno.
Jesus
é escoltado até a cidade com os gritos de alegria do Salmo 118. “Hosana ao
Filho de David. Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!
O Salmo 118 é um salmo interessante. Ele contém a alegre hosana. Mas também
fala sobre rejeição. A pedra que os construtores estavam prestes a rejeitar
tornar-se-ia a principal pedra angular. Até mesmo este salmo testifica da morte
sacrificial de Jesus. Ele era de fato um rei, mas não aquele que eles
esperavam. Logo eles escolheriam Barrabás, em vez de Jesus Cristo. Ele era mais
próximo da expectativa do povo. Barrabás veio e iniciou uma revolta contra Roma
e foi preso.
Quando
celebramos o Domingo de Ramos, devemos lembrar que entre esse dia e a Páscoa
está a cruz. E entre a ascensão de Jesus e o Seu retorno está o mundo muito
conturbado em que vivemos. Para aqueles que permanecem fiéis a Jesus e
acreditam Nele, chegará o dia em que poderemos verdadeiramente gritar “Hosana”.
Todavia ainda não chegou. Nossa própria cruz está diante de nós, aquela que
Jesus diz que devemos carregar. O mundo nos rejeitará assim como fez com o
Mestre. O mundo irá interpretar mal a nossa missão tanto quanto fez com a do
nosso Senhor. O mundo só vê poder e fama. Eles não podem aceitar a humildade e demonstração
de fraqueza. Eles estão procurando Barrabás para salvá-los, não Jesus.
Portanto, proclamemos
Cristo não com cerimônia pomposa, mas com serviço humilde. Não apontamos para
nós mesmos, mas para nosso Senhor Jesus. Não somos chamados para julgar os
ímpios, mas para proclamar um Salvador que deseja que todas as pessoas creiam e
sejam salvas. “Ora, se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com
Ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais no presente, havendo sido feitos
amigos de Deus, seremos salvos por sua vida.” (Rm 5:10) Caminhemos em Suas
pegadas com nossas cruzes e não com ramos de palmeira. Chegará a hora das
palmas, mas ainda não chegou o momento. Jesus teve ramos de palmeira acenados
para Ele, mas na sexta-feira as mesmas pessoas, que o saudaram, estavam
injuriando-o, espancando-o e rejeitando-o. No Domingo de Ramos, recebeu uma adoração
simulada e depois foi pendurado no mais abominável dos madeiros, uma cruz.
Hosana significa “Senhor, salva-nos!” Isto Ele fez à Sua própria maneira, por
meio da Sua própria morte expiatória na cruz. Desta forma, ofereçamos as nossas
hosanas, não com uma reverência falsa, mas como verdadeiros adoradores, que O
adoram em Espírito e em verdade.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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