1 João 1:5 - 2:5
Vivemos numa sociedade marcada pelo ódio, onde o perdão se
torna inaceitável. Inúmeras vezes, já ouvi expressões como esta: “Nunca te
perdoarei enquanto eu viver!” Prega-se o amor, mas condena o pecador, sem lhe
oferecer a oportunidade de restauração. Louvo a Deus, porque Ele não pensa e não
age assim.
No texto em
epígrafe, o apóstolo João nos revela três verdades sobre o perdão:
a. Deus é Santo (1:5-6) João
declara: “Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é
luz.” O que isso significa? Ao fazer essa afirmação, as Escrituras estão
dizendo que Ele é puro, perfeito e totalmente justo. Outro aspecto de Deus como
luz é que esta afasta as trevas. A maioria de nós já teve a experiência de
acordar no meio da noite e acender a luz. O que antes não podia ser visto,
agora é revelado.
Assim João está afirmando que Deus é
completamente e totalmente santo na essência do Seu caráter. Ele é santo no que
faz, no que pensa e naquilo que fala. Se Deus sendo luz significa que Ele é
completamente santo, então as trevas devem representar sujeira, impureza e maldade.
Por isso João afirma: “Se dissermos que temos comunhão com ele e andamos nas
trevas mentimos e não praticamos a verdade.” A escuridão e a luz são
incompativeis. Andar nas trevas significa viver em pecado e prazer imoral. Não
podemos ter comunhão com Deus e continuar a viver em pecado. Deus é
completamente santo e não pode tolerar o pecado, esquecê-lo, varrer para baixo
do tapete, ser politicamente correto ou porque todo o mundo está fazendo aceitá-lo.
Deus odeia o pecado! Isso nos leva à segunda verdade:
b. Somos pecadores – (1:8-9) João utiliza o substantivo “pecado” em vez do
verbo pecar para enfatizá-lo como um principio na natureza humana. Assim como a
santidade é parte do caráter de Deus, o pecado faz parte do caráter do homem.
As Escrituras são claras sobre este fato: “Pois todos pecaram e destituidos
estão da glória de Deus.” (Rm 3:23) “Todos nós, tal qual ovelhas, nos
desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho…” (Is 53:6) Se
dissermos que não somos pecadores, estamos apenas enganando a nós mesmos, mais
do que isso, se afirmamos que não pecamos e não precisamos da graça de Deus, chamamos
Deus de mentiroso. Ele declara em Sua Palavra que somos culpados, que o pecado
faz parte do nosso próprio caráter. Se ousarmos dizer que não pecamos, a
verdade de Deus não está em nós. Somos pecadores nas mãos de um Deus irado. O
apóstolo Tiago descreve de forma clara essa verdade: “Cada um, porém, é
tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido. Então a
cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o pecado, após ter-se
consumado, gera a morte.” (Tg 1:14-15). Fato incontestável e inevitável:
Somos pecadores! Mas a terceira verdade nos apresenta uma boa notícia:
c. Deus perdoa os pecadores (1:7,9 – 2:1-2) Duas
coisas são evidentes: somos pecadores, como tais, merecemos a morte física e
espiritual. “O salário do pecado é a morte…” (Rm 6:23) No entanto, Jesus pagou
o preço por nossos pecados. João diz que Jesus é a “propriciação pelos nossos
pecados.” Significa que Ele tomou sobre si o castigo pelos nossos pecados e
satisfez o justo julgamento de Deus contra o pecado. Por causa do nosso pecado,
merecíamos a morte, mas o próprio Jesus ficou em nosso lugar na cruz e morreu
para nos purificar. Seu sangue nos limpa de todo o pecado. A má notícia é que
todos nós merecemos a morte, mas a boa notícia é que Jesus já pagou essa ofensa,
a fim de nos dar vida. Ele satisfez o preço, mas não estamos isentos de
responsabilidade. No v.9 diz: “se confessarmos os nossos pecados…” É uma
declaração condicional, se fizermos isso, Deus fará aquilo. Se confessarmos
nossos pecados, Deus nos perdoará. Ele está disposto a perdoar, porém devemos humilhar-nos
aos Seus olhos, admitir que pecamos e clamarmos pelo Seu perdão. “"Venham,
vamos refletir juntos", diz o Senhor. "Embora os seus pecados sejam
vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam
rubros como púrpura, como a lã se tornarão.” (Is 1:18) Deus está disposto a
perdoar, mas o homem precisa reconhecer seu pecado. Se fizermos isso, as
Escrituras afirma: “Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos
purificar de toda injustiça.” Jesus não apenas nos purifica do pecado por meio
de seu sangue, mas Ele é ainda nosso advogado diante do Pai. Se nós, pela
fraqueza de nossa natureza humana, cairmos no pecado, novamente temos alguém
que se coloca perante o Pai e intercede por nossa causa, Jesus Cristo, o justo!
Desta forma, Deus é misericordioso e nós carecemos de
misericórdia. Por causa do nossos pecado, fazemos jus à morte, mas Jesus colocou-se
em nosso lugar na cruz do Calvário, tomando sobre suas mãos os pregos, que
deveriam ter dilacerado as nossas, o sangue daquela morte horrenda deveria ser o
nosso, a coroa de espinho deveria ser nossa. Foram nossos pecados que O levaram
à cruz, mas foi Seu amor por nós que O manteve ali. Não temos razão para
endurecermos os nossos corações ao perdão, de modo que assim como Ele nos perdoou
devemos perdoar uns aos outros também, assim poderemos orar: “Perdoa as
nossas ofensas como também nós perdoamos às pessoas que nos ofenderam.” Mt
6:12.
Rev.
Liberato Pereira dos Santos
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