Em
essência, ser preconceituoso é pré-julgar alguém ou uma situação sem exame criterioso.
Isso não se aplica apenas à raça de um indivíduo. Podemos ser preconceituosos, mas
não racistas. Preconceito contra mulheres, estrangeiros ou pessoa de uma
determinada classe e outros tipos. Porém, se é racista, por consequência, será
preconceituoso, julgando seu semelhante com base em sua raça ou etnia.
Um
termo que podemos associar ao preconceito é a inferioridade. Quando pensamos numa
classe específica de pessoas, vemo-la sob certa perspectiva inferior, por
exemplo: Quando olhamos para um negro, imediatamente o categorizamos como
favelado ou bandido, ao contemplar um branco, consideramo-lo arrogante ou
esnobe. Todas as pessoas que moram no Oriente Médio são terroristas e, assim,
por diante. Mas o que nos faz sermos discriminatórios? Às vezes, ocorre
instantaneamente pela falta de bom senso. Se somos assaltados por um negro, de
repente todos os negros são bandidos, se um branco maltrata um negro todos os
brancos são racistas. Quando colocamos toda uma classe de pessoas numa
categoria, por causa de um ou dois incidentes, não estamos mais olhando para as
pessoas como indivíduos, e sim julgando-as como um todo.
Outra
palavra que se relaciona com comportamento da espécie é predisposição. Nossa
noção preconcebida sobre alguém alimenta nossa disposição em relação sua pessoa.
Antes de ser uma ação, é um pensamento. Para agir de forma insultuosa contra um
indivíduo, primeiro concebo pensamentos ofensivos a seu respeito. Em algumas
circunstâncias, incorrer nessa falha não se deve apenas ao ódio, mas à
ignorância. Nossas suposições falsas podem alimentar nossa discriminação. Foi o
que ocorreu com Samuel, quando Deus o enviou a casa de Jessé para escolher o
substituto do rei Saul. Ele tinha um conhecimento prévio equivocado de quais
seriam os critérios para seleção do novo rei. Se seguíssemos a orientação que o
Profeta recebeu de Deus, não cairemos facilmente na armadilha desse sentimento
horroroso. “Quando chegaram, Samuel viu Eliabe e pensou: "Com certeza
este aqui é o que o Senhor quer ungir". O Senhor, contudo, disse a Samuel:
"Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O
Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o
coração". (I Sm 16:6-7) Aqui está o problema, seja inocente ou
maliciosamente, podemos ter a intenção de julgar pelo que vemos. Se tem cabelo
comprido, um adolescente é um rebelde, criador de problema. Se usa roupas
justas ou atraentes, a mulher é automaticamente promíscua. Se a pessoa usa
tatuagem, é vagabunda, embora não conheçamos suas histórias e, muito menos,
seus corações. Só porque vemos um negro dirigindo um carro luxuoso, não
significa que ele seja um traficante de drogas. Uma vez que não sabemos nada
sobre a pessoa, não devemos julgá-la previamente. Podemos tirar conclusões com
base em idéias e noções erradas preconcebidas.
Quais
são os tipos de pessoas que você está propenso a classificar? Quem são aqueles
que você tende a julgar pela aparência externa? A mulher sem dentes com uma
gramática ruim é uma preguiçosa pobretona? O sem-teto é um vagabundo sujo, ou é
um ser humano criado por Deus? O ex-detento é um derrotado para sempre, ou
alguém que precisa do amor de Deus demonstrado por você? O viciado em drogas,
prostituta são escórias inúteis e desperdício de espaço? Ou será que eles têm
um coração carente de Deus, tanto quanto o seu e o meu, e possuem potencial de realizar coisas melhores com suas vidas,
se alguém lhes der uma oportunidade? Uma ocasião de verem além de suas
aparências e conhecer a pessoa que há dentro delas. Essas pessoas vivem numa
sociedade preconceituosa e necessitam encontrar alguns cristãos que ajam de
maneira diferente em relação a elas, manifestando-lhes o amor de Jesus.
Encerro
com as palavras de Tiago: “Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso
Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com
favoritismo. Suponham que na reunião de vocês entre um homem com anel de ouro e
roupas finas, e também entre um homem pobre com roupas velhas e sujas. Se vocês
derem atenção especial ao homem que está vestido com roupas finas e disserem:
"Aqui está um lugar apropriado para o senhor", mas disserem ao pobre:
"Você, fique de pé ali", ou: "Sente-se no chão, junto ao estrado
onde ponho os meus pés", não farão discriminação, fazendo julgamentos com
critérios errados?” (Tg 2:1-4) Ele deixa claro que se somos
seguidores de Jesus, não há espaço para preconceitos nem discriminações. E se
não há lugar para isso na igreja, então não deve haver espaço em nossos corações,
e em nenhuma área de nossas vidas. Alguns versículos depois, o Apóstolo diz: "Se
você realmente guarda a lei real encontrada nas escrituras, “ame o seu próximo
como a si mesmo”, estarão agindo corretamente." Se o amor governa sua
vida, então você está agindo certo. Assim, não há espaço para nenhum tipo
desses sentimentos perniciosos ou qualquer coisa parecida no coração e na mente
daquele que é discipulo de Jesus.
Rev.
Liberato Pereira dos Santos
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