Lucas 2:1-7
O Evangelista Lucas
registra que, cumprindo o decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento
de todo o império romano, razão por que todos os habitantes deveriam ir para a
sua cidade natal, a fim de alistar-se, José e Maria viajaram da cidade de
Nazaré da Galileia à Judéia, para Belém, cidade de Davi, a cuja linhagem ele
pertencia. Enquanto estavam lá, chegou o tempo de Maria dar à luz o seu bebê, o
primogênito.
Sabemos pelas Escrituras
que José acabara de tomar conhecimento por meio de um anjo que Maria, ainda
somente sua noiva, estava grávida. Imagine como ele se sentiu ao descobrir que
a que a criança que estava no ventre da mulher que amava não era seu filho. O
Anjo lhe disse que estava tudo bem, pois sua noiva havia sido escolhida por
Deus para ser a mãe do Salvador, o Messias, em que deveria colocar o nome de Emmanuel,
que significa “Deus está conosco”.
José continuou
trabalhando em sua carpintaria, confiante na palavra do anjo, ou assim parecia!
Quando de repente recebe a notícia perturbadora do governador romano de que ele
deveria viajar a Belém para o recenseamento. Aqui temos um simples carpinteiro
forçado a uma viagem não planejada, com sua esposa grávida. Roma não se
importou que o casal de camponeses judeus estava prestes a ter um filho, tudo
que lhe importava era receber seus impostos.
A viagem que José e
Maria deveriam fazer não era de rotina, nem por um pouco de imaginação! A rota
que, provavelmente tiveram que seguir, foi a tradicional, que qualquer judeu
viajando do sul da Galileia até a Judéia faria, evitando a terra dos
samaritanos. Os judeus não tinham um bom relacionamento com os samaritanos.
Percebemos claramente que esta não era uma jornada típica para uma família
judia, ainda mais na condição em que Maria se encontrava, não era rotineira.
Uma coisa é verdade:
José e Maria tiveram que aprender a confiar em Deus em meio a essa aventura
inesperada. Provavelmente, eles se lembraram do nome que seria dado ao filho:
Emanuel – “Deus está conosco”. Também buscaram conforto nas palavras de Davi,
ancestral de José, que escreveu: “Mesmo quando eu andar por um vale de
trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o
teu cajado me protegem.” (Sl 23:4). Era uma viagem forçada e inesperada
para Belém, mas tinha um propósito.
O
que esta passagem significa para nós hoje? Como a viagem imprevista de José e
Maria se aplica às nossas vidas?
Você
já se viu numa situação em que absolutamente não queria estar? Você está em
casa tranquilo, tudo correndo normalmente, quando de repente o telefone toca,
ou uma mensagem chega com uma notícia repentina. Ocorre um imprevisto, um
desencontro, fora do planejado. Pode ser uma viagem inesperada, uma demissão do
emprego, um filho doente, separação dos pais ou falecimento de um ente querido.
A sensação inicial é de susto. Dependendo da importância do comunicado em face
do ocorrido, podemos levar um tempo para assimilar.
Como
José e Maria, todos nós, às vezes, podemos ser obrigados a realizar viagens ou
passar por situações que não estão em nossos planos. Elas podem vir diretamente
de Deus, ou impostas sobre nós, algumas vezes, pelas circunstâncias da vida.
Nem sempre teremos o controle durante essas viagens, elas também podem ser
perigosas e difíceis, em seu trajeto, podemos ficar desapontados, e às vezes,
pensar que Deus nos abandonou.
É
realmente incrível como Deus trabalha em nossas vidas, mesmo quando estamos
confusos, quebrados ou feridos. Muitas vezes há coisas que realmente não
sabemos sobre as viagens/situações que somos forçados a fazer, mas uma coisa eu
sei: Deus promete estar conosco e não nos vai abandonar durante a caminhada. Às
vezes, a maior obra de Deus em nossas vidas surge nas jornadas que não queremos
fazer
Pode
ser que ao ler este texto você esteja passando por ocorrências súbitas, um
deslocamento que não gostaria de fazer, se afirmativo, incentivo-o a confiar em
Deus, pois Ele trabalhará para que todas as coisas cooperem para o seu bem. Às
vezes, pensamos que as coisas acontecem em nossas vidas por simplesmente
coincidências, mas será mesmo? Olhe para trás, para as muitas viagens que você
já fez durante sua vida e provavelmente verá a mão de Deus.
Jesus deveria nascer em
Belém, José e Maria fizeram a jornada para onde deveriam estar. A pergunta que
devemos nos fazer é: Estou pronto a realizar a jornada para estar onde Deus
deseja que eu esteja? Deposite esperança e confiança naquele que caminha com
você, o Emmanuel! José e Maria fizeram uma viagem para serem numerados, contados,
você está pronto para fazer uma jornada quando Deus o chamar para a mesma
finalidade? Eles foram fiéis ao Senhor e cumpriram sua missão, não temendo os
desafios. Que o Senhor nos ajude a cumprir nossa missão quando tivermos que
enfrentar as marchas bruscas da vida.
Rev. Liberato Pereira
dos Santos
Aleluia!Nesse mundo tenebroso, temos que confiar tão somente na direção e providência de Deus.A nossa jornada deve se cumprir para glorificar o Nome do Senhor. Que a graça e misericórdia dEle repousem sobre nós até o fim. Amém e Amém!
ResponderExcluirVerdade, meu irmão. Continuemos firmes em nossa jornada certos de que o Senhor estará conosco o tempo todo. Abraços
ResponderExcluirA palavra-chave de todo o seu precioso texto, meu caro Liberato, é a CONFIANCA. Esses dois últimos anos nos impuseram momentos extremamente desgastantes por caminhos que jamais imaginaríamos trilhar, porém foram de um sublime aprendizado, quando nos resignamos e buscamos compreensão, evidentemente, sem abandonarmos o sentido do trabalho e esforço pessoal para vencermos em Cristo às grandes tribulações. A Família Sagrada foi, e continua sendo, o grande exemplo de dignidade, humildade, mansidão e compreensão dos desígnios Divinos. Feliz Natal e um Ano Novo de bons sentimentos, extensivo a todos os seus, meu caro amigo, que por essa terrinha nordestina passou e deixou um rastro de bondade e discernimento.
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