sexta-feira, 18 de março de 2022

QUANDO NÃO COMPREENDEMOS O AGIR DE DEUS 20.03.2022

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Jonas 4

            Algo que considero espantoso na narração bíblica, relatado no texto acima, é a reação de Jonas ao arrependimento dos habitantes de Nínive. Sua pregação causou o maior avivamento em massa da história, mas em vez de se sentir contente com o prodígio da misericórdia de Deus, ele ficou “indignado” (v.1). A grande questão é: Por que Jonas se mostrou tão irritado com o resultado bem-sucedido de sua pregação?

É muito provável que desejava que Deus aniquilasse o povo daquela cidade. Sabemos que os ninivitas eram inimigos ferrenhos de Israel. O profeta só concordou em pregar ali, por causa dos meios “convincentes” que Deus usou para levá-lo a Nínive e não por mera compaixão que teria dos moradores da cidade.

Suspeito de que muitos de nós nos identificamos com Jonas, em alguns momentos. Temos ciência do que é obedecer ao mandamento de Deus, mas lhes obedecemos com motivos errados. Há muitos que realizam algo por outra pessoa, não porque realmente se importe com ela, mas por querer sentir-se bem, praticando uma “boa ação.” Ou fazem com o objetivo de obter algo em troca, ou ainda por mero senso de dever à lei de Deus, sem ter o coração totalmente no ato. O que fica evidente na história é que Deus deseja que nossas boas ações sejam motivadas tanto pelo amor a Ele, quanto ao próximo em igual intensidade.

            Outra razão, provavelmente Jonas estava com raiva, porque se sentiu decepcionado com Deus, por não ter cumprido a sentença contra o povo de Nínive, conforme notificado, o profeta se sentiu atingido em seu orgulho. Jonas anunciou que a cidade seria destruída, mas esse julgamento não ocorreu. Pode ter-se achado um falso profeta, pois sua predição não se cumpriu. É interessante que ele aponta para essa “mudança de planos” de Deus como justificativa para sua desobediência anterior. (v.2). E ainda, pede a morte (v.3). O que de fato há de errado com esse indivíduo?! Claramente, ele é alguém que simplesmente não compreendeu a misericórdia de Deus. Esqueceu-se de que o Senhor usou a mesma compaixão para com ele também.

            O Senhor começa a apontar exatamente isso para Jonas, fazendo-lhe uma pergunta retórica: “É razoável essa tua ira?” (v.4) Um desafio para ele refletir se o seu comportamento estaria adequado. Deus estava satisfeito com o arrependimento de Nínive, e o profeta fica bravo com isso.

            Creio que há uma lição excelente para nós nessa história. Há ocasiões em que perdemos a paciência, ficamos facilmente frustrados. Preocupamo-nos com o desenrolar dos acontecimentos. Assim fica bem fazer a pergunta que Deus fez a Jonas: “Temos boas razões para estar com raiva?”  Podem ocorrer momentos em que temos bons motivos para estar chateado, alguém nos tratou injustamente, mas a questão permanece, como vamos lidar com esse sentimento?  A maneira como tratamos a raiva indicará se entendemos ou não a misericórdia de Deus

.           Jonas demonstrou falta de apreço pela misericórdia de Deus, pelo menos, em três aspectos: Veja no versículo cinco.

            Desistiu “…Jonas saiu da cidade…” ele abandona sua missão em Nínive, embora contrário à instrução do Senhor. Essa reação alguma vez nos descreve? Quando algo nos incomoda, tentamos lidar com a questão com maturidade ou fugimos dos problemas? Quando algo nos perturba, voltamo-nos para Deus em busca de força, ou nos afastamos de Deus e O culpamos?

            Isolou-se“… fez um abrigo para si mesmo…”  Será que não haveria um abrigo em Nínive para ele? Não existia casa? Nenhum lugar aonde o profeta de Israel, que havia sido o veículo de tão grande bênção espiritual, não seria bem-vindo? Claro que sim. Ele não estava interessado, mas intimamente despreza o povo e esperava que Deus o julgasse.

            Tornou-se espectador“…até ver o que aconteceria à cidade.” Ele desejava que o julgamento viesse, não compreendeu a clemência de Deus para com os habitantes da cidade. Na sua mente, ele havia feito sua parte e agora era sentar-se e assistir ao desenlace. Isso, infelizmente, descreve muitos cristãos hoje. Quando as coisas não saem como planejado, muitas vezes desistimos, isolamo-nos e nos tornamos meros espectadores.

            Louvado seja Deus, porque ele não desiste de nós, como não abandonou Jonas. Em vez de puni-lo, oferece-lhe Sua misericórdia. Veja a ação do Senhor, no versículo seis. Apesar de ele ficar resmungando, ainda assim Deus age para o livrar do desconforto, fazendo crescer uma árvore para lhe dar sombra. Que Deus misericordioso servimos!

            Finalmente, Deus se move para corrigir a atitude de Jonas. No dia seguinte, o Senhor enviou “um verme” (v.7) para atacar a planta amada do profeta. E quando ela murchou, o sol veio intensamente sobre ele, “que se desmaiou e implorou com toda sua alma para morrer.” (v.8). Mas uma vez, Deus confronta a ingratidão de Jonas: “Você tem boas razões para se zangar com a planta, que pereceu da noite para o dia? Não deveria eu ter compaixão de Nínive, a grande cidade em que há mais de 120.000 pessoas que não sabem a diferença entre a mão direita e a esquerda?”

            Por isso, devemos ter muito cuidado para não cometer o mesmo erro de Jonas. Deus, em Cristo, foi misericordioso para conosco. Jesus veio a terra para morrer por nós, embora façamos esforço para compreender plenamente essa verdade, não devemos deixar de apreciá-la e agir com amor para com os outros, anunciando o evangelho que pode transformar o mais vil pecador.

            Rev. Liberato Pereira dos Santos


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