sábado, 26 de outubro de 2024

A REFORMA, UMA HERANÇA BENDITA 27.10.2024

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Romanos 1:16-17

            A Reforma Protestante, iniciada em 1517 com as 95 Teses de Martinho Lutero, foi uma resposta à corrupção e aos desvios doutrinários presentes na Igreja Católica Romana da época. Ela trouxe profundas mudanças sociais, políticas e religiosas na Europa. Lutero contestava a autoridade do Papa e a ideia de que a salvação pudesse ser comprada. Defendia que a fé em Jesus Cristo, e não as obras ou intermediários da Igreja, era o caminho para a salvação. Assim, enfatizou a autoridade das Escrituras, a justificação pela fé e a necessidade de reformar práticas, que não estavam de acordo com a Palavra de Deus.

A Igreja, ao longo dos séculos, havia-se distanciado do Evangelho original, colocando tradição e decretos humanos acima da Bíblia. Práticas espúrias na igreja, como a venda de indulgências (perdão dos pecados mediante pagamento), eram comuns e distorciam a mensagem da salvação pela graça.  O papado e os líderes da igreja tinham-se apropriado de um poder autoritário, reivindicando supremacia divina nas suas decisões.

Com o objetivo de resgatar os princípios bíblicos fundamentais que foram ofuscados pela tradição, a Reforma Protestante do século XVI trouxe à luz cinco preciosas verdades, que jamais podem ser abandonadas pela Igreja do Senhor Jesus Cristo.

Sola Scriptura – Somente a Bíblia.  Antes da Reforma, a Igreja Católica atribuía autoridade tanto à Bíblia quanto às tradições da Igreja e aos decretos papais. Os reformadores destacaram que a Sagradas Escrituras são a única autoridade final em questões de fé e prática. Lutero na Dieta de Worms (1521) foi desafiado a retratar seus escritos e ensinamentos. Sua resposta, de que sua consciência estava cativa à Palavra de Deus, é um exemplo de como a fidelidade à Bíblia deve ser o único fundamento da fé.

Hoje, muitas vezes, a cultura, opiniões e tradições podem influenciar nossa fé. Precisamos lembrar que somente as Escrituras devem ser nossa fonte de autoridade e orientação.

A Sola Fide  - Somente a Fé . A igreja papal ensinava que a salvação obtida pela fé mais obras, especialmente por meio dos sacramentos e compra de indulgências – na ótica da ICR, a remissão total ou parcial, da pena temporal, para a justiça de Deus, pelos pecados, que foram perdoados, ou seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado através da confissão sacramental. Martinho Lutero redescobriu, em Romanos 1:17, que a justificação vem somente pela fé em Cristo, não por obras humanas.

Infelizmente, muitos ainda acreditam que precisam "fazer" algo para obter o favor de Deus. A verdade bíblica é que somos justificados pela fé somente (Rm 5.1), recebendo a graça de Deus de forma gratuita.

A Solus Christus  - Somente Cristo. Na teologia medieval, os santos e a própria Igreja eram mediadores entre Deus e os homens. A Reforma confirmou que Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), e Sua obra na cruz é suficiente para a salvação.

Nossa confiança deve estar somente em Cristo e em Seu sacrifício perfeito. Ele é suficiente para a nossa salvação.

A Sola Gratia - Somente a Graça. A salvação não pode ser conquistada por boas ações, esforços humanos ou qualquer mérito pessoal. Ela é inteiramente uma obra divina, oferecida aos seres humanos por meio do sacrifício de Jesus Cristo. A humanidade, sendo pecadora e incapaz de cumprir a lei de Deus de maneira perfeita, depende completamente da graça de Deus para ser redimida. Esse conceito era uma resposta direta às práticas da Igreja Católica da época, que promovia, entre outras coisas, a compra de indulgências como forma de perdão pelos pecados. Para os reformadores, como Martinho Lutero, essa prática estava em desacordo com o ensino bíblico de que a graça é gratuita e imerecida.

Precisamos entender que a graça de Deus nos salva e sustenta. Não podemos acrescentar nada à obra perfeita de Cristo.

A Soli Deo Gloria - Glória Somente a Deus. Expressa a ideia de que toda a glória e honra na criação, na redenção e em todas as ações humanas devem ser dadas exclusivamente a Deus. Esse princípio rejeita o conceito de que qualquer ser humano, santo ou instituição, possa reivindicar glória ou méritos próprios, especialmente no contexto da salvação. Assim, os reformadores, como Martinho Lutero e João Calvino, buscavam enfatizar que todas as bênçãos e obras são para a glória de Deus e não para a exaltação de seres humanos ou da Igreja.

Devemos viver de maneira que a glória de Deus seja o foco de nossas vidas, colocando-O sempre em primeiro lugar.

Por tudo isso, a Reforma Protestante foi um retorno às verdades fundamentais do Evangelho. Ela não apenas impactou a história da igreja, mas nos deixou um legado de compromisso com a Palavra de Deus e a centralidade de Cristo. Hoje, mais do que nunca, é essencial que o povo de Deus retorne aos princípios da fé reformada, buscando glorificar a Deus em todas as áreas da vida e vivendo pela fé, sustentado pela graça. Não devemos buscar a nossa própria glória, mas exaltar o nome de Cristo em tudo o que fizermos (Cl 3.23-25).

               Rev. Liberato Pereira dos Santos



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