Romanos 1:16-17
A Reforma Protestante, iniciada em
1517 com as 95 Teses de Martinho Lutero, foi uma resposta à corrupção e aos
desvios doutrinários presentes na Igreja Católica Romana da época. Ela trouxe
profundas mudanças sociais, políticas e religiosas na Europa. Lutero contestava
a autoridade do Papa e a ideia de que a salvação pudesse ser comprada. Defendia
que a fé em Jesus Cristo, e não as obras ou intermediários da Igreja, era o
caminho para a salvação. Assim, enfatizou a autoridade das Escrituras, a
justificação pela fé e a necessidade de reformar práticas, que não estavam de
acordo com a Palavra de Deus.
A Igreja, ao longo dos séculos, havia-se
distanciado do Evangelho original, colocando tradição e decretos humanos acima
da Bíblia. Práticas espúrias na igreja, como a venda de indulgências (perdão
dos pecados mediante pagamento), eram comuns e distorciam a mensagem da
salvação pela graça. O papado e os
líderes da igreja tinham-se apropriado de um poder autoritário, reivindicando supremacia
divina nas suas decisões.
Com o objetivo de resgatar os princípios
bíblicos fundamentais que foram ofuscados pela tradição, a Reforma Protestante
do século XVI trouxe à luz cinco preciosas verdades, que jamais podem ser abandonadas
pela Igreja do Senhor Jesus Cristo.
Sola Scriptura – Somente a Bíblia. Antes da Reforma, a Igreja Católica atribuía
autoridade tanto à Bíblia quanto às tradições da Igreja e aos decretos papais.
Os reformadores destacaram que a Sagradas Escrituras são a única autoridade
final em questões de fé e prática. Lutero na Dieta de Worms (1521) foi
desafiado a retratar seus escritos e ensinamentos. Sua resposta, de que sua
consciência estava cativa à Palavra de Deus, é um exemplo de como a fidelidade
à Bíblia deve ser o único fundamento da fé.
Hoje, muitas vezes, a cultura, opiniões
e tradições podem influenciar nossa fé. Precisamos lembrar que somente as
Escrituras devem ser nossa fonte de autoridade e orientação.
A Sola Fide - Somente a Fé . A igreja papal ensinava que a
salvação obtida pela fé mais obras, especialmente por meio dos sacramentos e
compra de indulgências – na ótica da ICR, a remissão total ou parcial, da pena
temporal, para a justiça de Deus, pelos pecados, que foram perdoados, ou seja,
do mal causado como consequência do pecado já perdoado através da confissão
sacramental. Martinho Lutero redescobriu, em Romanos 1:17, que a justificação
vem somente pela fé em Cristo, não por obras humanas.
Infelizmente, muitos ainda acreditam que
precisam "fazer" algo para obter o favor de Deus. A verdade bíblica é
que somos justificados pela fé somente (Rm 5.1), recebendo a graça de Deus de
forma gratuita.
A Solus Christus - Somente Cristo. Na teologia medieval, os
santos e a própria Igreja eram mediadores entre Deus e os homens. A Reforma confirmou
que Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), e Sua
obra na cruz é suficiente para a salvação.
Nossa confiança deve estar somente em
Cristo e em Seu sacrifício perfeito. Ele é suficiente para a nossa salvação.
A Sola Gratia - Somente a Graça. A salvação não pode
ser conquistada por boas ações, esforços humanos ou qualquer mérito pessoal.
Ela é inteiramente uma obra divina, oferecida aos seres humanos por meio do
sacrifício de Jesus Cristo. A humanidade, sendo pecadora e incapaz de cumprir a
lei de Deus de maneira perfeita, depende completamente da graça de Deus para
ser redimida. Esse conceito era uma resposta direta às práticas da Igreja
Católica da época, que promovia, entre outras coisas, a compra de indulgências
como forma de perdão pelos pecados. Para os reformadores, como Martinho Lutero,
essa prática estava em desacordo com o ensino bíblico de que a graça é gratuita
e imerecida.
Precisamos entender que a graça de Deus
nos salva e sustenta. Não podemos acrescentar nada à obra perfeita de Cristo.
A Soli Deo Gloria - Glória Somente a Deus. Expressa a
ideia de que toda a glória e honra na criação, na redenção e em todas as ações
humanas devem ser dadas exclusivamente a Deus. Esse princípio rejeita o conceito
de que qualquer ser humano, santo ou instituição, possa reivindicar glória ou
méritos próprios, especialmente no contexto da salvação. Assim, os
reformadores, como Martinho Lutero e João Calvino, buscavam enfatizar que todas
as bênçãos e obras são para a glória de Deus e não para a exaltação de seres
humanos ou da Igreja.
Devemos viver de maneira que a glória de
Deus seja o foco de nossas vidas, colocando-O sempre em primeiro lugar.
Por tudo isso, a Reforma Protestante foi
um retorno às verdades fundamentais do Evangelho. Ela não apenas impactou a
história da igreja, mas nos deixou um legado de compromisso com a Palavra de
Deus e a centralidade de Cristo. Hoje, mais do que nunca, é essencial que o povo
de Deus retorne aos princípios da fé reformada, buscando glorificar a Deus em
todas as áreas da vida e vivendo pela fé, sustentado pela graça. Não devemos buscar
a nossa própria glória, mas exaltar o nome de Cristo em tudo o que fizermos (Cl
3.23-25).
Disponibilizamos o boletim informativo da IPBN, a fim de que você fique por dentro daquilo que Deus está fazendo em/através da nossa comunidade. Boa leitura. Click no link abaixo e faça o download:https://mega.nz/file/9FwAhbQZ#vTNN3vcTET-0x0KH-wVzIl0fSvInj01dcaZJxK1rx8o
Postar um comentário