Colossenses 3:18-21
A família, desde os tempos bíblicos, é
considerada a célula central da sociedade e da fé. Na cultura judaica e primeiras comunidades
cristãs, o papel de cada membro da família era bem definido, com grande ênfase
no respeito mútuo, liderança espiritual e submissão a Deus. No Plano de Deus a
família é um reflexo da harmonia, que deve existir no corpo de Cristo. Paulo,
em suas cartas, oferece princípios para o funcionamento saudável de uma família
cristã, onde cada membro tem um papel distinto e interdependente.
a. O papel das esposas:
submissão no Senhor (v. 18) "Vós,
mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor." A submissão bíblica não é sinônimo de
inferioridade ou opressão, mas uma expressão de serviço e respeito. Moule diz
que submissão significa "lealdade", e ainda: "A união do marido
e mulher é modelada segundo a relação divina que há entre Cristo e a
igreja." Cristo em tudo foi submisso ao Pai. (1 Co 15.28).
A esposa é chamada a
reconhecer a liderança espiritual do marido, conforme o modelo de serviço mútuo
em Cristo. Uma boa maneira para compreender tal princípio é observar uma dança,
onde ambos os parceiros têm papéis que se complementam. Quando os dois seguem
seus papéis, há harmonia e beleza. Os versículos 18 e 19 estabelecem uma
parceria de atividade. “Como convém no Senhor” limita a área de
submissão;" estabelece os princípios cristãos como roteiros para as ações
domésticas.
As esposas busquem ser um apoio
espiritual para os maridos, e lembrem-se de que a submissão é primeiramente uma
obediência ao Senhor. Estejam em constante oração por seus lares e maridos.
b. O Chamado para os maridos: amar
sem amargura (v. 19) "Maridos, amai vossas mulheres e não as trateis
com amargura." Paulo instrui os
maridos a liderarem suas famílias com amor sacrificial, espelhando o amor de
Cristo pela Igreja (Efésios 5:25). Esse amor não deve ser egoísta, mas
cuidadoso e protetor, sem qualquer traço de amargura ou severidade. Ele é o
amor mais nobre (ágape), o mesmo que devemos expressar ao nosso Deus.
Quando Paulo orienta os maridos “não
as trateis com amargura”, pode ser traduzido também como: “não as trateis
asperamente”, “com mau humor”, ou “não seja grosseiro com ela”, portanto o amor
necessita suprimir a irritação, amargura, as ordens déspotas e o egoísmo. A
nova vida que recebemos em Cristo transforma o lar. Para Paulo, as relações
entre marido e mulher devem ser mutuamente respeitosas e pacíficas.
O Apóstolo elimina qualquer conceito
de domínio ou autoritarismo, exigindo que o amor do marido espelhe o amor
sacrificial de Cristo pela Igreja. Esse amor envolve cuidar, proteger e liderar
com gentileza e humildade. Jesus nos deu o grande exemplo, quando lavou os pés
dos discípulos, é assim, pois, que o marido deve liderar, com humildade e
serviço.
De tal modo, aos maridos cumpre
demonstrar um amor que edifica, protege e serve. Evitem a dureza no trato com
suas esposas, e cultivem a paciência, o respeito e o diálogo em seus lares.
c. O dever dos filhos: obediência
que agrada ao Senhor (v. 20) "Filhos, obedecei em tudo a vossos pais;
pois fazê-lo é grato diante do Senhor."
A obediência dos filhos aos pais é um reflexo de sua reverência a Deus.
Quando obedecem, os filhos honram a autoridade dos pais e o próprio Senhor.
Essa obediência deve ser genuína e de coração, reconhecendo a sabedoria e o
cuidado dos pais. O nosso mestre Jesus demonstrou isso na infância (Lc 2:51),
mostrando que a obediência faz parte do crescimento espiritual.
Filhos, lembrem-se de que obedecer
aos pais é uma maneira de honrar a Deus. Busquem aprender com os conselhos e
instruções deles, sabendo que eles estão guiando vocês no caminho do Senhor.
d. A responsabilidade dos pais:
criar sem provocar (v.21) "Pais, não irriteis os vossos filhos, para
que não fiquem desanimados." Os pais são chamados a exercer sua autoridade
com amor, evitando atitudes que possam gerar ressentimento ou desânimo nos
filhos. O equilíbrio entre disciplina e encorajamento é essencial para o
desenvolvimento emocional e espiritual das crianças. Devem criar os filhos num ambiente de
amor e encorajamento, evitando atitudes extremamente severas que possam causar rebeldia.
O equilíbrio entre disciplina e carinho é fundamental. O relacionamento de Deus
com Seu povo é um exemplo. Ele disciplina, mas também é compassivo e longânimo.
Da mesma forma, os pais devem corrigir os filhos com amor e paciência.
Pais, busquem não apenas disciplinar
seus filhos, mas também encorajá-los e guiá-los com amor. Cuidado para não
serem rígidos ou exigentes demais, mas cultivem um ambiente onde seus filhos
possam crescer, sentindo-se amados e protegidos.
Desta forma, a família cristã precisa ser um reflexo da ordem e do amor de Deus. Esposas são chamadas a se submeterem aos maridos no Senhor, maridos a amarem as mulheres sacrificialmente, filhos a obedecerem aos pais, e pais a criarem seus filhos com paciência e amor. Oremos suplicando a Deus que fortaleça cada família, ajudando-as a seguir os mandamentos de Cristo, para uma vida familiar harmoniosa e cheia de graça.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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