sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

NATAL, A ENCARNAÇÃO DO VERBO 15.12.2024

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João 1:1-14

A encarnação do Verbo é um dos pilares mais profundos da fé cristã. O evangelista João faz a impressionante declaração: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós". Esta afirmação, simples na aparência, mas profundo em significado, revela a ação mais gloriosa de Deus: Ele se fez carne e habitou entre os homens. Ao refletirmos sobre esse fato, somos convidados a contemplar não apenas o mistério da divindade de Cristo, mas também o Seu amor imenso pela humanidade.

             Sua materialização pode ser comparada ao ato de um rei descer do trono para viver com os seus súditos, não em palácio de luxo, mas na pobreza e humildade. Assim, Deus, infinitamente superior ao ser humano, desceu ao nosso nível para nos resgatar.

            Vamos explorar o capítulo primeiro do evangelho de João, destacando a profundidade dessa revelação.

            O Verbo Eternamente Existente – V.v 1-2  - "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus."  A palavra "Verbo" (do grego "λόγος", logos) tem um significado profundo na filosofia grega, mas, na teologia cristã, representa o próprio Cristo, a Palavra de Deus viva e pessoal. "Logos" é a expressão completa de Deus, a comunicação perfeita da Sua mente e vontade. O fato de ser "com Deus" e "era Deus" destaca a coigualdade e coeternidade de Jesus e o Pai.

            Esses versículos nos ensinam que Cristo não é apenas uma figura histórica, mas a manifestação eterna de Deus. O "Verbo" sempre existiu e, portanto, toda a criação e história estão ligadas a Ele. Nossa vida deve ser dirigida por essa Palavra eterna. Como bem afirma Charles Spurgeon: “Jesus é a Palavra de Deus. Não é só uma palavra falada, mas uma palavra viva, uma palavra de carne e osso.”

            A Vida no Verbo – V.v 3-4 - A palavra "vida" aqui (do grego zoe) não se refere apenas à existência física, mas à vida eterna, à vida abundante, que emana de Deus. Essa vida se torna "luz", uma iluminação espiritual para aqueles que a recebem.

A vida de Cristo é como a luz do sol: Ela ilumina e sustenta toda a criação. Sem a luz, o mundo estaria em trevas, assim como sem Cristo, a humanidade viveria em completa ignorância espiritual. Billy Graham declarou: “Jesus não apenas traz a luz. Ele é a luz.”

Se Cristo é a nossa luz, nossa missão é refletir essa luz no mundo. Assim como a luz dissipa as trevas, devemos permitir que a presença de Cristo em nossas vidas afaste as trevas do pecado e da ignorância.

            O Testemunho de João e a Revelação do Verbo – V.v 6-9 - João, o Batista, é chamado de "testemunha", e sua missão era apontar para Cristo, a "verdadeira luz". A palavra "testificar" aqui denota o papel de João como alguém que garante a verdade, não apenas como observador, mas como proclamador da verdade divina. Se Cristo é a luz, João é como o farol que aponta para ela. Ele não é a luz em si, mas sua missão é dirigir as pessoas à verdadeira luz. Assim, os cristãos são chamados a ser "faróis" para o mundo, refletindo a luz de Cristo.

Nosso papel como cristãos é semelhante ao de João: não somos a luz, mas somos chamados a apontar para ela. Seja em nossas palavras, ações e atitudes, devemos refletir Cristo para que outros possam vê-Lo. Como falou John Wesley: “A luz de Cristo nunca é apenas para nós; ela nos chama a reproduzi-la para o mundo.”

A Rejeição do Verbo pelos Seus – V.v 10-11 - A palavra "conhecer" aqui não se refere a uma simples percepção intelectual, mas a um conhecimento profundo e relacional. Mesmo tendo criado o mundo, o Verbo foi rejeitado pela humanidade e especialmente pelo Seu próprio povo, os judeus.

Não podemos cair na armadilha de rejeitar a Palavra de Deus em nossas vidas. Quando resistimos à Sua voz ou ignoramos Seus ensinamentos, estamos participando dessa mesma rejeição. Devemos sempre abrir nossos corações à Sua mensagem.

            A Recepção do Verbo pelos que Crêem – V.v 12-13 - O verbo "receber" aqui implica acolher com fé e gratidão, enquanto "poder" refere-se ao direito legal de se tornar filho de Deus. O novo nascimento é uma obra sobrenatural de Deus, não algo que possa ser alcançado pela descendência ou ação humana. Receber o Verbo é como aceitar um presente precioso, que muda a nossa identidade. Não importa nossa linhagem ou feitos, mas nossa disposição em crer e receber o Filho de Deus.

Receber Cristo não é apenas uma ação inicial, mas uma transformação contínua. Quando recebemos o Verbo, somos mudados de dentro para fora, e nossa nova identidade como filhos de Deus nos dá uma nova perspectiva de vida.

A encarnação do Verbo - v.14. Quando João declara que Ele "habitou”, significa “tabernaculou”, o que traz à mente a ideia de Deus morando entre Seu povo, como fez na tenda no Antigo Testamento. Jesus não veio apenas para ensinar, mas para habitar conosco de maneira visceral, compartilhando nossa humanidade. Sua encarnação é como um príncipe que, por amor aos seus súditos, vive com eles, sente suas dificuldades, e compartilha de suas dores. Ele não apenas se aproxima, mas assume a nossa condição.

Levando em consideração essa análise, a materialização do verbo é um mistério profundo, mas também uma verdade essencial, que molda nossa identidade cristã. Jesus, o Verbo eterno, se fez carne e habitou entre nós, revelando a glória de Deus de maneira pessoal e acessível. Ele veio para revelar a verdade, para ser a luz e trazer a vida aos que creem. Que possamos, como discípulos de Cristo, viver essa realidade, permitindo que a Palavra encarnada transforme nossa vida, missão e relacionamento com Deus e os outros.

Rev. Liberato Pereira dos Santos




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