sexta-feira, 28 de março de 2025

ESPERANÇA EM MEIO À DOENÇA 30.03.2025

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2 Coríntios 4:16-18

A enfermidade representa uma das experiências mais desafiadoras da existência humana. Quer seja em nosso corpo ou no de um ente querido, o sofrimento físico pode comprometer nossa resistência e fazer com que a esperança se torne uma possibilidade remota. Entretanto, a Palavra de Deus nos garante que, mesmo quando a dor se revela insuportável, nossa esperança não se baseia no que é visível, mas no que é invisível — nas promessas eternas de Deus, que nos revitalizam e nos fortalecem espiritualmente.

No texto mencionado, o apóstolo Paulo apresenta uma visão transformadora acerca do sofrimento. Ele observa a vulnerabilidade do corpo, porém, também indica uma realidade mais significativa: a transformação interna e a glória eterna que aguardam aqueles que estão em Cristo. Considerando essa realidade, examinemos de que maneira essa esperança pode nos sustentar durante a doença, possibilitando que percamos a visão além das condições temporárias.

A Realidade da Doença – V.16a. Paulo inicia sua afirmação com as palavras: "Apesar de estarmos, exteriormente, a perecer...". Tal afirmação admite uma realidade inegável: o corpo humano é vulnerável e está suscetível ao desgaste. O termo grego empregado para "perecer" (apollymetha) sugere um processo incessante de deterioração, evidenciando que a doença e a morte resultam da queda.

É possível estabelecer uma analogia entre o corpo humano e um vaso de cerâmica — robusto, porém vulnerável a fissuras e danos ao longo do tempo. Entretanto, conforme salientou Charles Spurgeon, "A dor é a disciplina que Deus usa para nos preparar para algo maior." A doença, por mais desafiadora que se apresente, não representa o término de nossa trajetória. Paulo evidencia em Romanos 8:18 que os sofrimentos presentes são irrelevantes quando comparados à glória vindoura que nos será manifestada.

A Renovação Interior – V.16. Em oposição ao deterioramento físico, Paulo afirma: "Estamos sendo renovados interiormente dia após dia." O termo "renovados" (anakainizesthai) refere-se a um processo incessante de restauração espiritual, realizado pelo Espírito Santo. Conforme o corpo se debilita, o espírito é reenergizado pela benevolência divina.

Os dois verbos constantes no versículo (corromper e renovar) encontram-se no tempo presente, indicando um processo que permanece contínuo. Conforme o corpo perde vigor, o espírito adquire robustez. Enquanto um seguia em direção ao fim, o outro caminhava rumo à verdadeira vida. William Barclay afirma que "os mesmos sofrimentos que podem enfraquecer o corpo do homem, robustecem as fibras de sua alma."

Visualize um jardim após ter sido submetido a uma poda severa. Inicialmente, aparenta estar arrasado, entretanto, logo brota com maior beleza e vigor. Da mesma maneira, John Wesley declarou: "A enfermidade não pode roubar de nós a nossa maior riqueza: a presença de Deus, que é a nossa verdadeira cura." Até mesmo diante do sofrimento, é possível vivenciar a renovação que brota da comunhão com o Senhor. Isaías 40:31 valida essa afirmação: "Os que depositam sua confiança no Senhor terão suas forças renovadas."

A Perspectiva Eterna. V.17. Paulo, em seguida, realiza uma afirmação impressionante: "Os nossos sofrimentos, embora leves e temporários, estão gerando para nós uma glória eterna..." A expressão "glória" (doxa) designa o esplendor e a honra que nos aguardam na eternidade. Apesar de a dor parecer opressiva neste momento, ela está promovendo em nós um peso de glória eterno.

Assemelha-se a um atleta que tolera treinamentos intensos com o intuito de conquistar uma vitória mais significativa. Billy Graham afirmou em uma ocasião: "O sofrimento presente é o preço do tesouro eterno que Deus nos reserva." Nossa doença, por mais desafiadora que seja, não ocorre sem propósito — ela nos habilita para um futuro que a percepção humana ainda não consegue vislumbrar.

Concentrando a Atenção no Intangível – V.18. Por último, Paulo nos admoesta: "Concentramos nossos olhares não no que é visível, mas no que é invisível..." O verbo "fixar" (skopein) assume a ideia de um olhar deliberado e focado, assemelhando-se à ação de um navegante que se orienta pelas estrelas. A esperança cristã fundamenta-se não no que é perceptível, mas nas promessas intangíveis de Deus.

Dietrich Bonhoeffer afirmou: "A esperança cristã é uma perspectiva do futuro que transforma a forma como existimos no presente." Ao enfrentarmos a doença, somos instados a contemplar além das situações e confiar naquilo que Deus está preparando.

Dessa forma, a doença pode nos fazer experimentar a fragilidade, contudo, a nossa esperança reside não na potência física, mas na fidelidade divina. À medida que o exterior se deteriora, o interior é revitalizado diariamente. A aflição temporária gera uma glória perene que transcende qualquer sofrimento. Que, assim como Paulo, consigamos direcionar nossa atenção não ao que é passageiro, mas ao que é perene. A dor pode ser verídica, entretanto, a glória que nos aguarda é incomensuravelmente superior.

          Rev. Liberato Pereira dos Santos




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