domingo, 15 de junho de 2025

CAMINHAR COM JESUS: ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA DA FÉ 15.06.2025

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Lucas 9.23

Viver em uma era de rápidas transformações e diversidade de pontos de vista obriga o cristão genuíno a ponderar sobre o que realmente significa "seguir a Jesus". Em uma nação com mais de 47,4 milhões de indivíduos classificados como evangélicos (segundo o Censo do IBGE de 2022), surge a questão: quantos realmente trilham um caminho diário e profundo com Cristo? Existe um escritor chamado Thomas Kempis, que viveu no passado (entre 1380 e 1471), que afirmou: "Jesus sempre possui muitos seguidores que amam seu Reino celestial, mas poucos que levam sua cruz."

Seguir a Cristo, como ele mesmo ensinou em Lucas 9.23, exige renúncia constante. Negar-se a si mesmo e tomar a cruz, dia após dia, não é um convite a uma vida cômoda, mas a um compromisso de sacrificar orgulho e ambições pessoais em favor do reino de Deus. As palavras de Jesus ganham ainda mais peso quando lembramos que carregar a cruz, na cultura judaica, era sinal de morte certa. Para nós, isso significa permitir que a prática da fé ultrapasse o momento do culto comunitário e alcance cada aspecto de nossa existência, mesmo quando enfrentamos oposição ou perseguição (João 15.18-20; 2 Timóteo 3.12).

            Para tornar real essa jornada com Cristo, quatro trocas essenciais são sugeridas pelas Sagradas Escrituras:   

            A primeira é trocar o passageiro pelo eterno: ao invés de focarmos nossas energias em preocupações imediatas - como finanças, status ou ansiedade pelo futuro -, devemos buscar "primeiro o reino de Deus" (Lucas 12.31). Em Colossenses 3.1, Paulo enfatiza essa orientação, nos encorajando a direcionar nossas mentes "para as coisas do alto", onde Cristo habita. Ao focarmos no eterno, as outras necessidades adquirem perspectiva e nossa mente se desprende da inquietação, conforme John Piper declara: "Deus é mais exaltado em nós quando estamos mais contentes com ele." Portanto, a genuína glória de Deus se manifesta em nossa existência quando encontramos em Cristo a satisfação máxima e duradoura, indo além das inquietações e prazeres efêmeros deste mundo.

             A segunda mudança requer trocar religiosidade por intimidade. Jesus foi implacável ao denunciar a fé de aparências dos fariseus, que o louvavam com os lábios, mas cujo coração estava distante (Mateus 15.7-8). Ir à igreja apenas por obrigação, repetir frases de memória ou cumprir rituais não gera transformação. É preciso mergulhar na Palavra, cultivar uma vida de oração autêntica e permitir que o Espírito Santo revele verdades profundas ao nosso coração. Só assim evitamos a armadilha de uma espiritualidade vazia, capaz de produzir milagres e discursos eloquentes, mas incapaz de gerar fruto real (Mateus 7.21-23).

            Em terceiro lugar, somos convidados a trocar o bem-estar pelo desconforto do serviço genuíno. Em 1 Pedro 4.10, vemos que cada cristão recebeu um dom para servir aos outros e, assim, manifestar a multiforme graça de Deus. Recusar-se a participar ativamente na comunidade, alegando falta de tempo ou de habilidade, é ignorar os dons concedidos por Deus a cada um de nós. Colocar a mão na massa, auxiliar no acolhimento de visitantes, ensinar crianças ou apoiar projetos sociais — tudo isso é parte do caminhar com Jesus e dos sacrifícios que moldam nosso caráter cristão.

            Por fim, precisamos trocar a desorientação pela direção do Espírito Santo. O mundo oferece inúmeros guias e padrões mutáveis, mas somente o Espírito da Verdade nos conduz “a toda a verdade” (João 16.13). Tolstói observou que somos, por natureza, contraditos entre aquilo que sabemos ser certo e nossas ações diárias. A solução não está em esforço humano isolado, mas em depender do Espírito que habita em nós, orientando cada decisão — na família, no trabalho e na esfera pública — segundo o propósito de Deus.

            Essa jornada, porém, não se sustenta em nossa própria força. Jesus nos lembra em João 15.5 que, sem ele, nada podemos fazer. A verdadeira caminhada com Cristo é, antes de tudo, um exercício permanente de dependência. Quando vivemos assim, todas as trocas propostas — do passageiro pelo eterno, da religiosidade pela intimidade, do bem-estar pelo serviço e da desorientação pela direção divina — tornam-se possíveis.

            Sendo assim, é fundamental reconhecermos o que tem emperrado o nosso andar com Jesus e a darmos, hoje mesmo, o primeiro passo de transformação: oração sincera, estudo da Escritura, compromisso de servir e entrega total ao Espírito. Assim, nossa vida se tornará um testemunho vivo de um caminhar autêntico com o Senhor.

            Rev. Liberato Pereira dos Santos



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