sábado, 23 de abril de 2016

A IGREJA E A POLÍTICA 24.04.16

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Muitos cristãos pensam que os problemas políticos só serão resolvidos por meio de estratégias políticas. Durante os últimos anos, cristãos bem-intencionados criaram inúmeros movimentos, investindo esforços para usar o aparelho da política, da legislação, a fim de demonstrar força para neutralizar o declínio da nossa cultura. Empregam energia e outros recursos para criar um movimento "cristão" político, que vai lutar contra a prevalecente cultura anticristã. Reconheço a sua importância, como a missão da igreja de influenciar a sua geração com os valores do Reino de Deus, porém compreendo que o declínio moral do nosso país é um problema espiritual, não político, e sua solução é o evangelho, não será resolvido apenas por táticas políticas e sociais.
A igreja deve estar atenta à sua história. Sempre que ela se concentrou seus esforços na evangelização, pregação do evangelho, sua influência aumentou. Quando se deixou levar apenas pelo ativismo político, cultural ou militar, manchou e estragou o seu testemunho.
            As Cruzadas durante a idade média foram travadas com o objetivo de recuperar o controle cristão da Terra Santa. Alguns cristãos de hoje argumentam que esses esforços foram frutíferos. Mesmo com o sucesso das cruzadas no aspecto militar político, a igreja tornou-se mais fraca espiritualmente e mais mundana. Outras guerras e movimentos vestidos de motivação  político-religiosas, como a Guerra dos Trinta Anos na Europa, a Revolução de Cromwell, na Inglaterra, e de outras durante a época da Reforma, hoje são vistos com desaprovação por cristãos, e com razão. As ambições militares e políticas de alguns dos reformadores acabaram por ser uma fraqueza, e, finalmente, um fator de dificuldade para a Reforma. Por outro lado, a força da Reforma e seu legado duradouro foram derivados do fato de que a sua teologia brilhou como uma luz radiante sobre o caminho da salvação e trouxe clareza ao evangelho.
            Ao longo da história protestante, esses segmentos da igreja que tiveram seu foco principal nas questões sociais e políticas também têm comprometido a sã doutrina e rapidamente declinaram em sua influência. Os modernistas, por exemplo, explicitamente argumentaram que o trabalho social e a reforma moral eram mais importantes do que a precisão doutrinária, e seu movimento logo abandonou qualquer aparência de cristianismo. Os movimentos cristãos, cujo foco principal são as questões sócio/políticas, parecem não ter conhecimento de quanto a sua metodologia é semelhante aos dos cristãos liberais no início do século XX. Como aqueles idealistas equivocados, os cristãos contemporâneos tornam-se encantados com as questões temporais, abandonando os valores eternos. Enfatizam as preocupações sociais e culturais acima das espirituais.
            Esse tipo de pensamento promove uma visão de que o governo ou é nosso aliado (se ele suporta a nossa agenda especial) ou o nosso inimigo (se ele continua se opondo ou não responde a nossa voz). A estratégia política torna-se o ponto de convergência de tudo, como se as bênçãos espirituais do povo de Deus aumentam ou diminuem, dependendo de quem está no poder. Mas a verdade é que nenhum governo humano pode fazer nada, para avançar ou frustrar o Reino de Deus. O pior governo, mais déspota e mundano, no final, não pode deter o poder do Espírito Santo ou a propagação da Palavra de Deus.
            Para obter uma perspectiva bíblica e cristã sobre a participação política, devemos considerar as palavras do teólogo britânico Robert L. Ottley: “O Antigo Testamento pode ser estudado. ... como instrutor na justiça social. Ele exibe o governo moral de Deus como atestado em suas relações com as nações ao invés de indivíduos; e foi a sua consciência da ação e presença de Deus na história que fez os pregadores e profetas, não apenas para os seus compatriotas, mas para o mundo em geral. .... De fato, há um significado no ponto de que, apesar do seu ardente zelo pela reforma social que não se fez como uma regra de tomar parte na vida política ou exigir reformas políticas. Desejaram. . . não melhores instituições, mas homens melhores. ”

            Não se esgota aqui a questão, até porque ela é complexa. Meu objetivo é expor meu pensamento e lançar luz. Continuo acreditando que somente o Evangelho pode resolver o problema da humanidade. Que o Senhor nos ajude na tarefa de sermos sal e luz para este mundo que jaz nas trevas do pecado.
                                 Rev. Liberato Pereira dos Santos

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