
A igreja
deve estar atenta à sua história. Sempre que ela se concentrou seus esforços na
evangelização, pregação do evangelho, sua influência aumentou. Quando se deixou
levar apenas pelo ativismo político, cultural ou militar, manchou e estragou o
seu testemunho.
As Cruzadas durante a idade média foram travadas com o
objetivo de recuperar o controle cristão da Terra Santa. Alguns cristãos de
hoje argumentam que esses esforços foram frutíferos. Mesmo com o sucesso das
cruzadas no aspecto militar político, a igreja tornou-se mais fraca
espiritualmente e mais mundana. Outras guerras e movimentos vestidos de
motivação político-religiosas, como a
Guerra dos Trinta Anos na Europa, a Revolução de Cromwell, na Inglaterra, e de
outras durante a época da Reforma, hoje são vistos com desaprovação por
cristãos, e com razão. As ambições militares e políticas de alguns dos
reformadores acabaram por ser uma fraqueza, e, finalmente, um fator de
dificuldade para a Reforma. Por outro lado, a força da Reforma e seu legado
duradouro foram derivados do fato de que a sua teologia brilhou como uma luz
radiante sobre o caminho da salvação e trouxe clareza ao evangelho.
Ao longo da história protestante, esses segmentos da
igreja que tiveram seu foco principal nas questões sociais e políticas também
têm comprometido a sã doutrina e rapidamente declinaram em sua influência. Os
modernistas, por exemplo, explicitamente argumentaram que o trabalho social e a
reforma moral eram mais importantes do que a precisão doutrinária, e seu
movimento logo abandonou qualquer aparência de cristianismo. Os movimentos
cristãos, cujo foco principal são as questões sócio/políticas, parecem não ter
conhecimento de quanto a sua metodologia é semelhante aos dos cristãos liberais
no início do século XX. Como aqueles idealistas equivocados, os cristãos
contemporâneos tornam-se encantados com as questões temporais, abandonando os
valores eternos. Enfatizam as preocupações sociais e culturais acima das
espirituais.
Esse tipo de pensamento promove uma visão de que o
governo ou é nosso aliado (se ele suporta a nossa agenda especial) ou o nosso
inimigo (se ele continua se opondo ou não responde a nossa voz). A estratégia
política torna-se o ponto de convergência de tudo, como se as bênçãos espirituais
do povo de Deus aumentam ou diminuem, dependendo de quem está no poder. Mas a
verdade é que nenhum governo humano pode fazer nada, para avançar ou frustrar o
Reino de Deus. O pior governo, mais déspota e mundano, no final, não pode deter
o poder do Espírito Santo ou a propagação da Palavra de Deus.
Para obter uma perspectiva bíblica e cristã sobre a
participação política, devemos considerar as palavras do teólogo britânico
Robert L. Ottley: “O Antigo Testamento
pode ser estudado. ... como instrutor na justiça social. Ele exibe o governo
moral de Deus como atestado em suas relações com as nações ao invés de
indivíduos; e foi a sua consciência da ação e presença de Deus na história que
fez os pregadores e profetas, não apenas para os seus compatriotas, mas para o
mundo em geral. .... De fato, há um significado no ponto de que, apesar do seu
ardente zelo pela reforma social que não se fez como uma regra de tomar parte
na vida política ou exigir reformas políticas. Desejaram. . . não melhores instituições,
mas homens melhores. ”
Não se esgota aqui a questão, até porque ela é complexa.
Meu objetivo é expor meu pensamento e lançar luz. Continuo acreditando que
somente o Evangelho pode resolver o problema da humanidade. Que o Senhor nos
ajude na tarefa de sermos sal e luz para este mundo que jaz nas trevas do
pecado.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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