terça-feira, 13 de setembro de 2016

PROVOCANDO NÁUSEAS EM CRISTO 11.09.10

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PROVOCANDO NÁUSEAS EM CRISTO
           
Em Apocalipse 3.14-22, é curioso percebermos o Cristo Glorificado sentindo tontura, enjôo ou ânsia de vômito. A carta, endereçada ao pastor da Igreja de Laodicéia, quer mostrar-nos, na verdade, o sentimento intenso no coração de Jesus ao ver atitudes pecaminosas inaceitáveis no seio de Sua Igreja, as quais provocam ânsias de repugnância, aversão e repulsa da parte daquele que é o Amém (Is 65:16), a testemunha fiel e verdadeira e o princípio da criação de Deus (Ap3:14). É lamentável, quando achamos que nossos pensamentos e comportamentos ocultos passam despercebidos aos olhos de Deus, na presunção de que Ele faz “vista grossa” à sujeira, que jogamos para baixo do tapete. Sonegamos impostos, mentimos, dissimulamos, nossos relacionamentos são cheios de impureza, matamos o irmão no coração,  nossa língua desanda a falar mal de todo mundo, sobretudo daqueles que nos ofenderam, temos pensamentos carregados de desvios, taras, sensualidade  e nossas olhadelas cobiçam a distância, no entanto, exibimos uma máscara religiosa “perfeita”, mas aos olhos de Deus não passa de uma carranca tosca ou de uma maquiagem borrada e escorregadiça. Na prática, a realidade é outra.
            Diante do alcance inescapável da vista daquele, cujos olhos são como chamas de fogo (Ap1:14), nada pode deixar de ser notado pela varredura do scanner do olhar de Deus, que vê o pecado e tanta hipocrisia alastrando-se nos bastidores de Sua Igreja. E para essa igreja Jesus diz: “Conheço as tuas obras” (Ap3:15), endossando as palavras do profeta: “Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece? Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse ao seu artífice: Ele não me fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe” (Is29:15,16). É exatamente esse perfeito conhecimento de Deus a respeito de nós mesmos e de Sua Igreja, sondando nossas obras, nossos pensamentos doentios, nossos desejos megalomaníacos, pecados encobertos e uma religião morna, que leva o Senhor da Criação a sentir reviravoltas em Seu estômago divino, por nossa causa, por nossa tentativa de enganar pelo simulacro de apresentarmos uma religião de protagonistas hipócritas.
Os crentes da Igreja de Laodicéia eram crentes mornos. Nem frios nem quentes, nem tanto de Cristo nem tanto do mundo. Virtudes como zelo, calor, fogo e paixão por Deus não se achavam facilmente naquela Igreja. Ao contrário, o que Jesus viu foi mornidão espiritual, ausência de vigor, conivência com o pecado, auto-suficiência, indiferença e uma  fé anêmica, embora, possivelmente, ela tivesse um conceito elevado de si mesma. No texto, Jesus nos adverte sobre o grande perigo de termos uma vida dúbia, e em outra ocasião exorta sobre a frouxidão moral e o perigo de tentarmos agradar a dois senhores ao mesmo tempo (Mt 6:24). Fazer isso é impossível.
Jesus sente náuseas quando a Igreja cultiva uma falsa identidade baseada no orgulho pretensioso: “Sou rico e abastado, não preciso de coisa alguma” (Ap3:17). Essa Igreja foi envenenada pelo pecado do orgulho espiritual e, por causa disso, acabou por colocar Jesus do lado de fora (Ap 3:20). Todo dinamismo, poder temporal, empenho humano e toda obra super bem feita daquela Igreja eram, na realidade, uma grande ofensa diante de Deus. Além disso, essa Igreja declarava sua total independência espiritual, apesar de se considerar uma igreja cristã (v17). Uma Igreja que se acomodou ao padrão mundano da cidade, em vez de aproveitar a cultura como uma oportunidade de ouro para infiltrar os valores do Reino e operar mudanças profundas através da mensagem transforma dora do Evangelho de Cristo. Todavia   a repreensão de Jesus aos mornos laodicenses manifesta, por outro lado, uma profunda compaixão e interesse real por seu povo, quando diz; “Eu repreendo e disciplino a quantos amo” (Ap3:19). Ele convida a Igreja que O empurrou para fora a se arrepender sinceramente (Ap3:19) e deixá-lo tomar parte ativa na sua vida. E mais: Ele tem tudo aquilo de que realmente precisamos como Igreja para viver uma vida de plenitude espiritual e grato contentamento: verdadeira riqueza, vestes finas que aquecem (Is 61:3,10), e unguento terapêutico para a  limpeza e purificação dos olhos do coração (Ef 1:18; Ap 3:18).
Finalmente, ouçamos o clamor desse Noivo Amoroso que anseia por uma comunhão íntima com Sua Igreja, muito mais do que trabalho ativista, obras grandiosas e super produções: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap3:20).

            Que o Senhor tenha misericórdia de nós, e nos ajude a sermos santos e irrepreensíveis diante de sua santa presença.
                      Rev. Liberato Pereira dos Santos


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