COMO ENFRENTAR OS INIMIGOS,
TRABALHANDO PARA O REINO DE DEUS.
Ne 4-1:6
O livro de Neemias é um
registro sobre a reconstrução de Jerusalém após o cativeiro Babilônico, e a
autorização do Rei Ciro para o povo de Deus poder voltar para a sua terra. O
capítulo 3, em especial, mostra como as famílias foram separadas, cada uma por
sua especialidade, para a obra que eles deveriam realizar. Então a obra seguia como
havia sido projetada, porém, quando o povo de Deus está trabalhando, os
inimigos são tomados de ira e tentam levantar-se em oposição à obra do Senhor. Dessa
mesma forma, é a nossa vida cristã, uma constante batalha sem hiatos de alívio,
como escreveu o puritano Ebenezer Erskine, “apenas um Filho sem pecado, mas
nenhum sem aflição”. Neemias nos ensina como passar por momentos assim de
dificuldade, reconstruindo o templo do Senhor.
Os inimigos sempre vão querer impedir a obra de Deus (vs 1-2).
A notícia tinha chegado
aos ouvidos de Sambalate, governador na região de Samaria, de que a obra tinha
realmente saído do papel. O texto nos apresenta que ele “ardeu em ira” (v1), pois sabia que o povo estava realmente decidido
a voltar para Jerusalém, a fim de reedificar a cidade. Mas, além de acender o
furor, Sambalate trata com desprezo a construção, que estava em andamento.
Aquele homem de fato não queria que o povo de Deus se reunisse para trabalhar
para o Senhor. Quando a igreja se reúne para trabalhar na Santa Obra, o inferno
todo se agita, o mundo se levanta e há uma orquestração dos inimigos e seus
aliados para que o trabalho não prospere.
O ataque contra o povo de Deus (v 3)
Logo em seguida, é
apresentado como os inimigos tratam o povo de Deus, dizendo que eles podem até
conseguir fazer o trabalho, mas não será
bom. Aqueles homens podem até aparentemente concluir a obra, mas ela é frágil.
Então os filhos do Senhor escutam desdém dos inimigos, que usam do escárnio
como uma forma de tentar diminuir o ânimo e a autoestima dos trabalhadores,
para que vejam que todo o seu esforço iria ser em vão. O inimigo fez chacota do
povo de Deus, tentando diminuir o seu valor e a consistência do seu trabalho.
A oração clamando por auxilio (vs 4-6)
Ao ver todo esse
cenário, e tudo o que podia resultar dos ataques dos inimigos, Neemias busca ao
Senhor, fazendo o uso de uma oração imprecatória ou oração de maldição contras
os inimigos. Essa oração é a primeira de três que Neemias iria fazer a Deus,
pedindo maldição justa para aqueles homens. Orações
dessa natureza eram feitas somente em circunstâncias extremas de conflitos
entre Israel e seus agressores (Salmos 79:12; 94:1-3; 137:7-9). Orações desse
tipo devem ser entendidas no contexto da guerra no Antigo Testamento,
contrabalanceadas com bondade e justiça apresentados. (Mt 5:43-45; Rm 12:14-21)
Neemias age dessa forma
por duas razões, a primeira delas: Os inimigos estavam provocando a ira do
próprio Deus. C.F Keil fala que “os inimigos desprezaram abertamente a Deus,
desprezando Deus diante dos seus construtores”. A outra razão era porque os
inimigos estavam provocando o próprio povo de Deus, e Neemias viu que isso
poderia ser prejudicial a todos os que estavam trabalhando. Segundo Cyril
Barber “Quando oramos, nossa ira e os nossos ressentimentos se dissipam”. A
oração é parte imprescindível da sanidade mental.
Por fim, a narrativa segue
até o momento em que a obra chegou à metade, pois o povo de Deus não estava
cansado de trabalhar. Algumas versões falam de “o coração do povo se inclinava
para trabalhar” outras dizem “o povo tinha ânimo para trabalhar”. Na verdade, não
fomos chamados para contar a quantidade de nossos inimigos, ou mesmo temê-los, somos
convocados para trabalhar para o Senhor independentemente das situações. Se
concentrarmos a nossa mente em Deus e na Sua obra, não teremos tempo a perder
com os inimigos que nos tentam derrubar.
Nunca devemos esquecer-nos de que “Se Deus é
por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31b).
Seminarista Matheus Simonton dos Santos
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