sexta-feira, 15 de março de 2019

ELE É PERIGOSO, MAS TAMBÉM É BOM 17.03.19

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ELE É PERIGOSO, MAS TAMBÉM É BOM

Uma das cenas das famosas “Crônicas de Nárnia” encheu minha imaginação em mais uma lembrança que alguém fez dos escritos e da influência do inspirado e inspirador autor inglês, C. S. Lewis. Em uma das poucas ocasiões em que as crianças da fábula se encontram com Aslam, o leão que representa Jesus na história; diante da ameaçadora presença do Grande Leão, uma delas pergunta: “Ele é perigoso?”; e uma outra sabiamente responde: “Claro que é; é perigosíssimo. Mas acontece que é bom”.
Confesso que há muito não encontrava um resumo tão sucinto e preciso do que aprendemos sobre Deus na Revelação das Escrituras e também na Teologia fiel à Palavra. Conforme a sua própria revelação, e muito diferente do que se pensa e fala por aí, Deus, de fato, é perigosíssimo e pode ser fatal; ou, para usar novamente a linguagem do escritor, ele não é um leão domesticado. Faz o que bem entende e não se submete à vontade e, muito menos, aos caprichos humanos.
Ele se reserva ao direito do mistério e quando se apresenta ou fala, continua absconditus ou desconhecido (Is. 45.15). Mas além disso, e em especial, ele não combina com nossa pequenez e, muito menos, com  nossos pecados. Daí o terror que, normalmente, arrebatava alguns dos que se viram na presença do Grande e Santo Deus. Foi assim com  nossos primeiros pais, que o traíram ao comer do “fruto proibido”; foi assim com o nobre Isaías, que pediu pra morrer ao ver o Trono do Eterno; foi assim com Pedro diante do Emanuel e do seu poder incomparável.
Mas, como as crianças de Nárnia perceberam, “acontece que ele (também) é bom”. E talvez o fato de serem crianças também já denuncie os princípios bíblicos do escritor, pois foi o próprio Mestre quem disse que só podemos recebê-lo como uma criança, humilde e dependente, e que delas é o Reino de Deus.
Ele é especialmente perigoso porque é Santo e nós somos pecadores. É justo e nós somos injustos, é honesto e nós somos desonestos, é puro e nós somos impuros; no entanto, e também de forma misteriosa, Ele amou pecadores a ponto de superar a distância e a incompatibilidade entre a sua natureza e a nossa. Por isso, como denunciaram os religiosos da época, quando esteve por aqui “ele se aproximava dos pecadores e comia com eles.” Além disso, eles se compadecia de todos os sofredores e oferecia o evangelho aos pobres.
Ele “é bom e a sua misericórdia dura para sempre” e convida todos a usufruírem de sua Graça. Ele é bom, por isso se revelou como o Cordeiro, que “tira o pecado do mundo” e como o manso e humilde Mestre, que traz descanso para a alma.
Ele é perigosíssimo, pois é Santo, Justo, Reto e incorruptível, por isso, não pode meramente nos inocentar de nossos pecados; na verdade, Ele precisa julgar e condenar o pecado para não negar a si mesmo e cometer injustiça. Mas Ele também é bom, por isso, providenciou uma solução, um escape, uma saída, vindo a este mundo por meio do Filho a fim de morrer por pecadores, para que todo o que nele crêr possa estar diante de Deus e ter a vida eterna garantida.                                  
 Rev. Djaik Neves



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