João 13: 21-35
Nos
últimos dias, esse ato foi bastante comentado no cenário político brasileiro.
Mas todos nós experimentamos algo do gênero em algum momento da vida. O que a
Bíblia tem a nos dizer sobre o assunto? Como lidar com aqueles que nos traem?
Ao pensar em traição, a
primeira pessoa que nos vem à mente é Judas. De fato, o seu “beijo da traição”
tornou-se o mais célebre de toda a história. O que torna esse fato tão afamado?
Foi por causa de quem ele atingiu? Não! Judas fez história por causa de quem
ele era, um seguidor e amigo próximo daquele que traiu. Geralmente, a maioria
das emboscadas vem de um inimigo distante, mas quando o desleal se encontra no
círculo de amizade da pessoa traída é mais doloroso! Nada pode ser pior do que
se transformar em inimigo de um dos seus. Judas não era apenas um mero
discípulo, mas provavelmente de confiança. Como sabemos disso? Ele era o
tesoureiro do grupo, administrador de todos os seus recursos. Amigo do Mestre,
andou centenas de quilômetros com Ele, sentaram-se e conversaram em volta das
fogueiras às noites, comeram e dormiram juntos, sob o teto das estrelas.
Por que recordamos tão
bem de Judas e nos esquecemos de que, naquela noite no Getsêmani, os demais discípulos
também traíram Jesus, abandonando-o, após a sua prisão? Esquecemos que as
pessoas, que colocaram ramos e palmas no chão, para Ele entrar triunfalmente em
Jerusalém, gritando: “Hosana ao filho de Davi.”, mais tarde gritaram:
“crucifica-o, crucifica-o!”
A dor física que Jesus
sofreu foi intensa, mas penso que a dor da falsidade daquele, que andava com
ele e O conhecia intimamente, foi mais cruel do que os pregos cravados em suas
mãos e pés. Mesmo sofrendo tamanha dor, Jesus sabia como lidar com a infidelidade!
Quando Judas chegou ao Cenáculo para a celebração da páscoa, Jesus não o barrou
nem o tratou com mágoa, ódio e
indiferença, pelo contrário, lavou-lhe os pés e sentou-se à mesa com ele. O Mestre
sabia que seria traído, todavia, ao lavar os pés do companheiro de jornada e fazer
uma refeição com ele, mostrou-lhe que não o excluía da sua amizade. Essa é a
natureza de Jesus Cristo! Ele era o Messias que lavava os pés do seu amigo,
mesmo sabendo muito bem, de antemão, que o delataria. O Senhor que morreria por
ele e manteria sua fidelidade independentemente dele.
Quando Jesus mergulhou
o pedaço de pão no cálice e o entregou a Judas, Ele não só revelou quem era
Judas, mas também manifestou quem Ele era. Aquele que alimenta seus inimigos
tratando-os como amigos, amando-os até o fim! Seu amor, que desafia a morte,
não tem fim, mostra-nos que Ele é o alimento e bebida que salva as nossas
almas. É o único que pode tocar nossos corações endurecidos, atraindo-os para
Si.
A perplexidade com a
traição é uma resposta natural, no texto supracitado, v.21, afirma que Jesus “... perturbou-se em espírito...” a
palavra “perturbar” no original, significa: “irritar, agitar”. Cristo sabia que
Judas o trairia mais tarde, naquela noite, e por isso ficou agitado e irritado,
não com ele, e sim por causa do mal que estava em sua alma. Jesus ama o
pecador, mas odeia o pecado. Aqui aprendemos que não há nada errado em ficar
indignado, contanto que não deixemos a raiva nos dominar. O Apóstolo Paulo
ensina: "Quando vocês ficarem
irados, não pequem. Apazigüem a sua ira antes que o sol se ponha, não deem
lugar ao diabo. ” Ef 4:26-27
Jesus não deixou que a
ira contra o pecado se tornasse ódio ao pecador. Ele transformou a indignação e
decepção em amor e compaixão. O Mestre nos ensina que, ao sofrermos a traição
de alguém, devemos responder com a mesma moeda que Ele usou. Ele lavou os pés
do seu traidor, serviu-lhe a refeição, e morreu na cruz do Calvário por ele.
Paulo inspirado pelo Espírito afirmou: “Se
o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber.
Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele". Rm
12:20
Depois que Judas saiu
do Cenáculo, Jesus ensinou aos discípulos remanescentes uma lição muito
importante: “Amem-se uns aos outros. Como
eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que
vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros". V.v
34-35. Quando somos traídos em vez de devolver mal por mal, maldição por
maldição ou calcular nossa vingança, devemos amar. Em outra oportunidade, o
Mestre declarou: "Vocês ouviram o
que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem
os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a
ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre
maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.Se vocês amarem aqueles que
os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! E se vocês
saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos
fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de
vocês". Mt 5:43-48
Assim sendo, quando
alguém nos tratar com infidelidade, não devemos comportar-nos do mesmo jeito, dando lugar à
ira, à vingança, ao ódio ou desespero, que a falsidade possa acarretar a nossos
corações, mas como Cristo nos ensinou, tenhamos o coração disposto a amar
aqueles que nos ofendem, assim glorificaremos o Pai.
Rev. Liberato Pereira
dos Santos
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