João 21:15-17
Um momento
impressionante e cheio de lições é o encontro de Jesus, às margens do mar de Tiberíades, após a Sua ressurreição, com Pedro, que o negara, talvez no momento
menos oportuno. Esta é a terceira aparição de Cristo ressurreto aos discípulos.
Eles haviam acabado de contemplar outro maravilhoso milagre, quando Jesus fez
surgir cardumes de peixes para sua pesca. Parte do pescado foi utilizada para
um delicioso café da manhã. Na oportunidade, o Mestre ensina ao discípulo e a
todos nós que tipo de amor devemos ter a Ele:
Nosso amor a Cristo deve colocá-lo acima de todos/tudo - V.
15 –
Jesus começou a trabalhar no coração de Pedro com uma pergunta direta: “Amas-me
mais do que estes?” Devemos lembrar que o discípulo afirmara antes que nunca O
abandonaria, mesmo que todos o fizessem, e estava pronto até para morrer com
Ele, se necessário. (Mt 26:35). No entanto, quando a pressão aumentou, Pedro chegou
a dizer com rispidez nunca conhecê-Lo. A pergunta refere-se a essa sua
afirmação, e Jesus pretende mostrar-lhe, bem como aos outros discípulos e a
nós, que Ele exige um comprometimento total e irrestrito de Seus seguidores.
Nosso amor deve colocá-Lo acima do nosso amor aos outros, até de nossos entes
mais queridos e nosso próprio bem-estar. Em outra oportunidade Ele afirmara:
"Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos,
seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu
discípulo.” (Lc 14:26). Assim como Pedro, quantas vezes negamos nosso
compromisso com Cristo, para não sofremos prejuízos pessoais ou mesmo agradar
as pessoas.
Quando Cristo pede compromisso/fidelidade, respondemos
apenas com sentimentos? Vv 15-16 – Para entender completamente esta
passagem, devemos identificar a diferença entre a pergunta de Cristo e a
resposta de Pedro. Quando lhe perguntou se ele O amava, Jesus estava usando uma
palavra que exigia um tipo específico de amor. A palavra grega utilizada por
Cristo no texto é “agapao”, que significa um amor sacrificial ou compromisso
total. Essa forma de amor abrange uma questão de princípio, dever e
propriedade. Em essência, Jesus estava perguntando a Pedro se ele sacrificaria
tudo e se entregaria completamente por Ele. Agora, observe o retorno de Pedro:
“Sim, Senhor, tu sabes que te amo.” Parece uma resposta positiva, mas não é
aquilo que Jesus desejava do Seu discípulo. Ao descrever seu amor, Pedro
utiliza uma palavra grega diferente, “phileo”, que significa: carinho, ter
afeição por, apego pessoal, ter sentimento. Frequentemente essa é a nossa
resposta a Deus. Ele nos ama com um amor totalmente envolvido, porém muitas
vezes parecemos amá-Lo apenas quando nossas emoções e sentimentos nos permitem.
Se tudo estiver bem, então somos todos para Deus, mas, se as coisas estão
ruins, modifica-se a nossa devoção a Ele. Observe, as afeições/sentimentos
podem ser vulneráveis e temporários. Uma pessoa pode ter forte afeição por
outra, mas, se decepcionada, o sentimento pode morrer. Muitos estão vivendo
vidas de conveniência. Se eu quiser, vou às reuniões comunitárias, vou pregar o
evangelho, perdoar àquele que me ofendeu, ajudar ao meu próximo, e essa lista
pode continuar. Mas Cristo nos chama a um pacto muito maior. Pedro respondeu a
Jesus apenas com sentimento, mas não necessariamente seu ânimo era total. Assim
como Jesus desejava que Pedro tivesse um amor capaz de uma entrega total,
sacrificial, Ele espera de todos aqueles que se dispõem a segui-Lo tenham.
Nosso serviço a Cristo reflete a palavra do
nosso compromisso? V.17 "Senhor,
tu sabes todas as coisas e sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Cuide
das minhas ovelhas.” Pedro estava tão ciente de que Jesus conhecia os
intentos de seu coração, pois três vezes o Mestre deu a Ele a ordem de cuidar
das suas ovelhas. Jesus também conhece as intenções de nossos corações, e sabe
até aonde vai a nossa lealdade. Na terceira vez que perguntou a Pedro, Jesus usou
a palavra que Seu discípulo utilizou para amor, que significava algo menos que
a devoção total, questionando até mesmo o nível de amor que Pedro pensava estar
seguro em reivindicar. As lições ensinadas ao Apóstolo entreteceram-lhe o
coração. Cristo deseja que aprendamos essas mesmas lições. Estamos servindo a
Ele como um filho de Deus leal, dedicado e totalmente comprometido, ou O
servimos apenas se conveniente para nós? Devemos examinar nossos corações.
Levando
em consideração esses pontos, cabe-nos verificar se estamos totalmente
dedicados a Cristo em todas as áreas de nossas vidas. Não podemos ser um
cristão de crise – quando ela nos atinge, corremos para Cristo, quando passa,
Ele não é mais necessário. Ou Cristão da prosperidade – enquanto as coisas
estão indo bem estamos felizes com Deus, mas nas provações e tribulações nossa
devoção diminui. Você está disposto a abandonar tudo e todos por amor a Cristo,
como Ele fez por nós, entregando-se na cruz do Calvário para morrer em nosso
lugar? Se não, decida-se hoje por uma vida de comprometimento total com Ele.
Postar um comentário