Quando
Jeremias escreveu essas palavras sua nação, Judá estava longe de Deus, entregue
à desobediência. Eles estavam tão distantes do Senhor que não se arrependeram,
quando viram os seus irmãos do reino do norte, Israel, caírem na escravidão.
Jerusalém foi contaminada pela complacência nos rituais sensuais e degradantes
das religiões cananeias. O povo foi avisado do julgamento de Deus por meio de
seus profetas repetidas vezes, mas não deu ouvidos às advertências, então veio
a sentença.
As
Lamentações do profeta Jeremias descrevem o seu sentimento de inquietação e
abatimento pela destruição de Jerusalém e a desolação de Judá, em 587 a.C. O
profeta escreveu em forma de poesia acróstica, em que a tristeza se encontra
presente mais do que em qualquer outro livro da Bíblia. Ainda assim, no meio do
seu lamento, há um raio brilhante de esperança, como um relâmpago em uma nuvem
negra de tempestade. Embora a nação de Judá e sua capital tenham sido
dizimadas, elas não estavam além da restauração e renovação do Senhor. Mesmo
que a nação merecesse ser totalmente consumida por causa dos seus pecados,
Jeremias disse: “O grande amor de Deus
nunca termina. A única razão por que não fomos completamente destruídos é a misericórdia
do Senhor.” ( Bíblia Vida).
A
história do homem é um registro sombrio de fracasso. Mesmo tendo sido colocado
em um ambiente perfeito no princípio, Jardim do Éden, o primeiro homem falhou e
não pode melhorar nas gerações subsequentes. Alguns afirmam que se melhorarmos
as suas condições sociais, o homem
ficará melhor, mas as Escrituras são claras ao mostrar que não é o
habitat da raça humana o problema, mas sim o próprio homem. O Espírito de Deus
por meio do Apostolo Tiago nos revela essa verdade: “Mas a tentação é a fascinação dos próprios pensamentos e desejos maus
do homem. ” (Tg 1:14) ou seja, a inclinação para o mal está no coração do
homem, pois foi corrompido pelo pecado. O Salmista Davi reconhece essa condição
quando afirma: “O fato é que já nasci
pecador; sim, desde o momento que minha mãe me deu à luz.” (Sl 51:5) Não é
a sociedade que corrompe o homem, mas ele que a contamina por causa da sua
natureza pecaminosa.
A
Bíblia nos mostra que mesmo depois do Êxodo do Egito, algo pelo qual o povo de
Deus orou por centenas de anos, a rebelião se espalhou como fogo no deserto, a
ponto de fazer um bezerro de ouro e lhe atribuir os feitos maravilhosos do
Senhor. Porém Deus não tratou as pessoas dando-lhes a punição imediata que
mereciam. O Salmista descreve a ação de Deus para com o seu povo nessa época,
declarando: “No entanto, Deus tinha muita
compaixão e perdoava os pecados de povo em vez de destruí-lo. Várias vezes Ele
desviou a sua ira e conteve o seu furor.” (Sl 78:38). Assim é grande o
comprimento e a largura da compaixão de Deus.
Porque
a misericórdia de Deus “não falha”, Jeremias foi capaz de olhar para o futuro
com esperança. Assim, podemos compreender: não é porque o homem está cada vez
mais evoluído que há esperança para o futuro, mas sim, porque Deus é compassivo
em Sua natureza. Muitas coisas na vida falham. Bancos e instituições
financeiras abrem falência. Casamentos fracassam. Atletas e equipes são
derrotados. Políticos e partidos se afundam na corrupção, automóveis e eletrodomésticos,
bens móveis e imóveis perecem. A saúde física é atingida pela enfermidade. Mas
a misericórdia de Deus nunca falha!
A
Palavra de Deus nos afirma que Jesus, como a encarnação do Verbo, foi “movido
de compaixão”, seja curando um cego de suas trevas, um leproso de sua impureza
( Mc 1:41) ou vendo as multidões sem pastor (Mt 9:36). Ele se entregou para a
morte na cruz do Calvário movido pelo seu amor e compaixão à humanidade
perdida. Por sua vez, as Escrituras instruem os seguidores de Cristo a serem
compassivos para com os outros (I Pe 3:8), e afirma ainda que a compaixão faz a
diferença! (Jd 22).
A maravilhosa notícia
de Jeremias sobre a misericórdia de Deus é que ela é renovada todos os dias! “A fidelidade de Deus é grande; o seu amor
cuidadoso é sempre novo, a cada dia que passa.” (v.23) A compaixão e a
misericórdia de Deus estão disponíveis para nós em um novo suprimento todas as
manhãs!
Diante disso, a
resposta de Jeremias a essa verdade, também deve ser a nossa. Devemos louvar a
Deus pela abundância magnífica do seu amor. Como o profeta, devemos exclamar a
Ele: “Grande e abundante é o Teu amor e a Tua fidelidade! ” Derramarmo-nos em
louvores a Deus, quando somos iluminados pelos Seus grandes atributos é algo de
que não devemos fugir. A menção de Jeremias da fidelidade de Deus e sua
misericórdia para nós é o raio de luz na escuridão da noite. Judá estava longe
de Deus e sendo disciplinado por sua desobediência, mas as misericórdias de
Deus não acabaram, Sua compaixão não acabou. Quando você se encontrar na
escuridão dos problemas da vida lembre-se de que, em Deus, há esperança, pois
Sua misericórdia não se acaba, é de geração a geração.
Rev. Liberato Pereira
dos Santos
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