2 Timóteo 3:14-17
Na carta ao jovem
pastor Timóteo, Paulo parece concentrado em prepará-lo, bem como os demais
irmãos em Éfeso, para oposição aos falsos ensinos que enfrentariam. Primeiro, o
Apóstolo encorajou Timóteo a colocar sua total confiança em Cristo Jesus, em
seguida, compartilhou seu modelo de desenvolvimento para vida cristã, mostrando
ao discípulo se lembrar do poder que tinha em Cristo, evitar discussões sem
sentido e se apresentar digno da aprovação de Deus, por meio do estudo profundo
e da aplicação da Sua Palavra. Ele e os crentes de Éfeso deveriam ser capazes
de defender as Escrituras e reivindicá-las como o fundamento de seu credo e
conduta. O mesmo proceder é válido para nós.
Consideremos alguns
pontos relevantes nessa carta:
A expectativa de Paulo
para a vida de Timóteo – vv 14-15 “Quanto a você, porém, permaneça nas
coisas que aprendeu e das quais tem convicção...” Os meninos judeus estudavam as Escrituras
desde os cinco anos de idade. As palavras de Paulo desde a infância sugerem que
Lóide e Eunice (vovó e mamãe) começaram a lhe ensinar antes de completar os
cinco anos! Ele queria a garantia de que Timóteo permanecesse no curso, não
aceitando nenhum substituto, negando todas as afirmações não fundamentadas nas
Escrituras e compreendesse o propósito dela: tornar alguém sábio para a
salvação. Ao usar a expressão “tornar-te sábio”, certamente o Apóstolo estava
considerando o desafio que o jovem pastor enfrentaria em Éfeso, os gnósticos
que se gabavam de possuir sabedoria especial.
A veracidade das
Escrituras – v.16a
Três áreas devem ser abordadas ao considerar a veracidade (autenticidade) dos
escritos: a. Inspiração: Todas as Escrituras são inspiradas por Deus. Ele não
escreveu a Bíblia sozinho, temos apenas um registro de sua escrita, os Dez
Mandamentos, que escreveu com o próprio dedo na pedra. Deus revelou sua
mensagem aos escritores bíblicos, dando-lhes alguma liberdade para interporem
suas percepções, observações, reações e dados históricos. Isso explica por que
alguns informes históricos parecem contradizer outros, não se preocupe, a mensagem
não muda. b. autoridade – Cristo citou as Escrituras extensivamente, declarando-as
como autoritárias: “Você não leu/não sabe/ ouviu isso ser ensinado, etc” São
todos indícios da autoridade das escrituras. Os escritores bíblicos foram
testemunhas oculares dos relatos que escreveram e validam as Escrituras como escritos
sagrados (Js 1:7-8) c. Inerrância – A maior parte do argumento aqui é centrada
na exatidão histórica das Escrituras. A Bíblia não pretende ser a história do
mundo, pelo contrário, é uma história de Deus interagindo com seu povo no
mundo. As questões importantes são teológicas, não históricas. Em outras
palavras, temos nas mãos um livro com 66 cartas de amor, que Deus escreveu ao
seu povo- passado, presente e futuro. Acadêmicos, cientistas, teólogos e outros
intelectuais gastaram milhões em dinheiro e incontáveis horas procurando erros
na Bíblia, e até agora não provaram nenhum deles. No entanto, por meio de
descobertas arqueológicas e outros métodos, provamos que milhares de pormenores
da Bíblia são verdadeiros.
O valor e utilidade das
Escrituras – vv 16b – 17 a. Ensino – Ela
instrui por meio do seu conteúdo. “Tudo que foi escrito no passado foi
escrito para nos ensinar.” (Rm 15:4)
Paulo e outros escritores do NT frequentemente citam o AT em seus
escritos, sugerindo que eles são a base para o ensino de adultos e crianças.
Podemos aprender mais sobre a vida e de como vivê-la com as Escrituras, do que
qualquer outra fonte disponível. É a única fonte de aprendizado perfeito
conhecida pela humanidade. b. Repreensão – Os cristãos são responsáveis uns pelos
outros e por sua influência moral na sociedade. Aqueles que desconsideram seus
ensinos e desprezam a Palavra de Deus e devem ser advertidos. Timóteo deveria ser
ousado em repreender os falsos ensinos e a corrupção que o cercava. Nós também
devemos ter a mesma ousadia para defendermos os princípios bíblicos. c.
Correção – A repreensão não tem valor sem correção. Timóteo deveria corrigir os
errantes de acordo com as verdades e autoridades das Escrituras, não em sua
própria autoridade. Ninguém quer ouvir nossas opiniões, por conta própria, não
temos autoridade na cultura. Devemos usar a autoridade da Palavra de Deus para
permanecermos firmes. d. Treinamento – Ensinar é informar, treina é
disciplinar. A Palavra de Deus não é simplesmente para conhecimento intelectual,
destina-se a afetar o nosso comportamento. As verdades das Escrituras não podem
ser limitadas ao conhecimento, precisam transformar a vida daqueles que as
abraçam. Devemos alcançar o mundo com a disciplina da Palavra de Deus, guiando
as pessoas do caminho errado para o certo. O melhor indicador de nossa
capacidade para realizar tal tarefa é o efeito que a Palavra de Deus está
fazendo em nossas vidas.
Ao
considerarmos a ênfase do Apóstolo Paulo na veracidade e no valor das
Escrituras, devemos responder às seguintes perguntas: Qual o lugar que a Bíblia
ocupa em minha vida diária? Tenho colocado em prática os ensinos da Palavra de
Deus? A força e o sucesso da nossa vida dependem inteiramente de nossa
confiança em Cristo e fidelidade à Palavra de Deus.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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