Atos 2:42
No domingo passado,
acompanhamos com expectativa a autorização da ANVISA para o uso emergencial das
vacinas Oxford/AstraZeneca e Coronavac. Uma esperança para o combate à Covid
19! As vacinas atuam por meio do desenvolvimento da chamada “memória
imunológica”. A introdução do agente patogênico (morto ou enfraquecido) ou seus
derivados no organismo estimula o sistema imune a produzir anticorpos.
A imunidade é um estado
em que certos invasores nocivos não nos podem prejudicar. É ter uma defesa
interna. Às vezes, as pessoas se perguntam por que sempre que são atacadas, os
ataques prosperam, enquanto outras pessoas nem mesmo percebem o ataque, e
parece que nada as tocam. Provavelmente o último grupo tenha um sistema
imunológico resistente.
Assim como na vida
biológica, a vida espiritual necessita de proteção. Normalmente, os cristãos
devem ser imunes a certas práticas e comportamentos que prejudicam a vida
espiritual, mas a falta de conhecimento e cuidado matam muitos, prematuramente.
Quando se nasce de novo, isto é, entrega a vida ao Senhor Jesus Cristo, existem
algumas coisas importantes que devemos fazer para fortalecer a nossa vida
espiritual. Atos 2:42 nos mostra como os primeiros cristãos procuraram uma
vacina eficaz para produzir em suas vidas espirituais um sistema de autodefesa
contra os ataques da carne, do mundo e de Satanás, os quais nos afastam de
Deus, levando-nos à morte. A composição dessa vacina consiste:
Da
Palavra de Deus - “Eles dedicavam-se no ensino dos apóstolos...” A
Bíblia é a palavra inspirada de Deus e a pedra angular da fé em Cristo. Não
podemos compreender totalmente as maravilhas de nossa fé sem conhecer sua
história, preceitos e promessas, que são encontrados em suas páginas. A Palavra
de Deus é quem produz a fé e mudança em nossas vidas, apontando-nos os perigos
que nos destroem espiritualmente, bem como revela o caminho para ser bem
sucedidos. O Senhor assim nos orienta: “Não deixe de falar as palavras deste
Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra
fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e
você será bem sucedido.” (Js 1:8)
Da
comunhão -“Eles dedicavam-se à comunhão...” O tempo com outros cristãos é uma parte
importante da nossa caminhada com Deus. Outros irmãos nos encorajam, desafiam-nos
a seguir em frente e nos lembram das promessas que Deus nos fez. É na comunhão
com outros cristãos que temos uma ideia de como será o céu, ali, sem as falhas
de nossa natureza decaída. O escritor da carta aos Hebreus mostra-nos a
importância desta prática: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo
o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês
veem que se aproxima o Dia.” (Hb 10:25). É por meio da comunhão que podemos
praticar os mandamentos recíprocos de amar, perdoar, acolher, instruir,
corrigir, servir e outros.
Do
sacramento – “Eles dedicavam-se no partir do pão...” Essa prática
diz respeito à ordenança de Jesus na última ceia, quando Ele se identificou com
o cordeiro pascoal, ao tomar o pão e o vinho, como sinal do seu corpo e do seu
sangue, e tendo dado graças delegou aos discípulos, ordenando-lhes que
repetissem o ato como um memorial. O partir do pão era praticado nas casas e
durante a refeição comum. Era de extrema importância na vida da igreja, os
primeiros cristãos em Jerusalém levavam em conta isso, pois partiam o pão em
casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração. (At 2:46). O partir do
pão fala da nossa participação com Cristo, no que diz respeito a sua morte e
ressurreição, da nossa comunhão com Ele e com os irmãos formando um só corpo
com Cristo. O partir do pão mostra-nos o sacrifício de Cristo como alimento
para nossas almas, conf. (João 6:56)
Da
oração - “Eles dedicavam-se à
oração.” Podemos comparar a oração
como um privilégio de um convite para entrar na sala do trono, para uma
audiência particular com o rei. Somos convidados a abrir nossos corações ao
Criador e Soberano do universo e apresentar-lhe nossos pedidos. É conversar com
Deus. (Filipenses 4:4-7) Ele nos fala nas Escrituras, e somos convidados a
falar com Ele na oração. Podemos nos dirigir a Deus como uma pessoa se dirige a
outra, naturalmente, sem intermediários, exceto Jesus, precisamos lembrar-nos de quem é Deus e falar
com Ele com a reverência que lhe é devida. Pedro nos diz: "Humilhai-vos,
portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos
exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de
vós." (1 Pd 5:6-7).
Todo
cristão necessita dessa vacina, a fim de manter sua imunidade espiritual forte,
e quando os vírus do pecado procurarem contaminá-lo, ele resistirá, pois sua
mente estará cheia da Palavra de Deus, seu coração afogueado pelo amor na
comunhão, certo de que foi resgatado pelo corpo e o sangue do Senhor Jesus Cristo,
vivendo em completa dependência do Pai, por meio da oração.
Rev
Liberato Pereira dos Santos
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