Eclesiastes 7: 2-4
A pandemia do Coronavirus está trazendo luto em inúmeras casas,
algo que certamente acarreta muita tristeza e dor. O texto de Salomão nos
aconselha a olhar para essa situação e aprender com ela. Na casa do luto (morte),
encontramos ocasião para pensamentos, reflexões sérias e profundamente
edificantes. Enquanto na casa da festa, raramente nos voltamos para um pensamento
saudável. Lá, muitas vezes excluem-se os pensamentos de Deus e da eternidade. A
visão na “casa do luto” leva os vivos a pensarem em seu próprio “fim.” “Quem
dera fossem sábios e entendessem; e compreendessem qual será o seu fim!” (Dt
32:29). Deus deseja que os homens considerem qual será o final.
A experiência provou a todos os homens sábios que as
lições sólidas aprendidas na casa de luto são mais valiosas, sustentadoras,
consoladoras, e, portanto, no término da vida, mais frutíferas do que nas casas
de festas que meramente disfarçam a tristeza do coração, e se extingue
rapidamente, deixando para trás uma miséria mais profunda. C. H Spurgeon afirmou: “Os homens foram
ajudados a viver, lembrando que devem morrer.”
Assim, na casa do luto aprendemos:
A certeza de que morreremos – “Da mesma forma, como o homem está destinado a
morrer uma só vez…” (Hb 9:27)
“Morrer” está escrito acima de tudo! Até que o Senhor Jesus retorne,
todos morrerão. A questão é simplesmente – Quem será o seguinte? Jó escreveu: “Sei
que me farás descer até a morte, ao lugar destinado a todos os viventes.”
(Jo 30:23) Assim que nascemos, a guerra é declarada. Mesmo que a batalha possa
durar setenta anos ou mais, não há descanso nessa guerra, vai lutar até reivindicar
sua vítima. O sábio declarou: “Ninguém tem o poder de conter o próprio
espírito; tampouco tem poder sobre o dia da sua morte, e de escapar dos efeitos
da guerra; nem mesmo a maldade livra aqueles que a praticam.” (Ec 8:8).
A morte não faz acepção de pessoas! Todos têm um encontro
marcado com ela. Os mais ricos e poderosos não podem livrar-se dela. Ela também
é repentina, por isso o apóstolo Tiago nos dá um excelente conselho: “Ouçam
agora, vocês que dizem: "Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade,
passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro". Vocês nem
sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina
que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.” (Tg 4:13,14). Ela
pode chegar subitamente por doença ou desastre!
As consequencias do julgamento - A morte não é o
fim da vida, mas sim uma mudança de vida. É apenas a porta de entrada para a
vida eterna. Depois o homem deve enfrentar o julgamento de Deus. “Da mesma
forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar
o juízo.” (Hb 9:27) Nenhum homem que
tenha algum senso de justiça pode acreditar que o erro ficará impune para
sempre.
Deus já ordenou o dia em que este mundo será julgado com
justiça. No calendário de Deus, o dia do julgamento já está fixado, cf. Atos 17:31. Tanto o Santo quanto o Pecador serão julgados.
Os propósitos e o tempo serão diferentes; mas permanece o fato de que há um
julgamento vindouro. Veja, Mt 25:31; II Co 5:10: Apc 20:21.
O Juiz já foi revelado. Aquele que veio ao mundo para
oferecer a salvação por meio do seu sangue, e hoje, convida os homens ao
arrependimento, será o grande julgador, Jesus Cristo. “Além disso, o Pai a
ninguém julga, mas confiou todo julgamento ao Filho.” (Jo 5:22). Assim, uma
certeza que podemos ter é a de um dia todos os homens serem julgados.
O conquistador da morte – Apc 1:18 – “Sou
aquele que vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre! E tenho
as chaves da morte e do Hades.” Ter as chaves simboliza ter o poder. Na Sua
morte e ressurreição, Cristo tirou de Satanás qualquer autoridade que pudesse
ter exercido. Porque o pecado entrou no mundo, resultando em morte para toda a
raça humana (Rm 5:12), Deus enviou Seu Filho para morrer na cruz do Calvário,
para que pudesse levar os pecados do mundo e conceder a salvação
Jesus
entrou na história humana para destruir as obras do diabo. Ele suportou a pena
do pecado na cruz (II Co 5:21), e assim o pecado foi removido. Nele, a morte só
pode interromper a vida terrena e inaugurar a celestial. Em Cristo, o processo
continua, enquanto a penalidade cessa. Nenhum cristão morre em punição pelo
pecado.
Os santos
podem dizer como o salmista: “Embora eu ande pelo vale da sombra da morte,
não temerei o mal” Porque Cristo enfrentou a realidade, os cristãos
enfrentam apenas a sombra. Os crentes não apenas vivem de maneira diferente,
eles morrem de forma diferente. Para um filho de Deus a morte não é o fim, mas
apenas a porta de acesso a um lugar melhor. “Morrer é lucro” para os
servos de Deus. “… preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o
Senhor.” A morte propociona uma gloriosa antecipação da liberação das restrições
desta vida terrena, para a apropriação da vida celestial. Morrer para o crente
é viver.
Desta forma, à vista de tantas casas enlutadas em face da
Covid-19, fica a grande pergunta: Você está preparado para morrer? Não
estaremos preparados para viver, a menos que estejamos preparados para morrer.
A morte é certa, tem suas consequências, mas pela graça de Deus foi vencida por
Cristo Jesus. Olhe para o próprio rosto e aprenda com isso.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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