Lamentações 1:1-7
Se
por um lado as Escrituras Sagradas nos ensinam a amar os pecadores, elas também
nos mandam adverti-los sobre as consequências de seus pecados.
No
livro de Lamentações, o profeta Jeremias descreveu claramente as terríveis
consequências causadas pelo pecado. A constante desobediência, rebelião,
idolatria e apostasia de Jerusalém a tornaram cativa e escrava. No v.8, por
causa da grandeza de seus pecados, ela experimentou o julgamento feroz, o justo
castigo do Senhor. Isso nos revela que se vivemos em pecado e permitimos que
ele, nosso maior adversário, tenha domínio sobre nós, experimentaremos os seus terríveis
efeitos, pois a justa ira do Senhor encherá a terra de tristeza, lamentações,
doenças e morte pelas transgressões do homem
O
pecado traz miséria e pesar – Vs 2,7 – “Jerusalém chorou muito durante a
noite.” O pecado é um inimigo muito sutil, que dá prazer ilusório, por um
período, mas depois disso o pecador terá dores e misérias duradouras. Ele é um
ladrão que rouba a nossa verdadeira alegria e felicidade. Antes de sua queda,
Jerusalém viveu uma vida abençoada e feliz, mas os pecados transformaram sua
vida em desgraça e lamentações (Lm 5:15). O rei Davi, após sua queda,
experimentou e viu o pecado roubar-lhe a alegria, no Salmo 51:12, ele orou:
“restaura-me a alegria…”
O
pecado traz desonra e vergonha – V.1,8 – “Jerusalém aquela que era grande
entre as nações…” Em seus primórdios humilde, Jerusalém era uma cidade grande e
gloriosa, escolhida e favorecida por Deus, honrada por todos os homens. Com o
passar dos anos, seus habitantes abandonaram o Senhor e seguiram a deuses
estranhos, entregaram-se às suas próprias paixões, assim os seus grandes
pecados transformaram sua honra em vergonha (v.8). Todos os que antes a honraram
a desprezaram, porque viram sua nudez. O livro de Provérbios nos dá inúmeros
exemplos concretos de que o pecado traz desonra, veja por exemplo Provérbio
6:32-33
O
pecado traz obstáculos e maldições – Lm 3:8,44 – O Senhor, por intermédio
de Moisés, proclamou Suas bênçãos condicionais e maldição sobre a nação de
Israel em Deuteronômio 11:26-28. O estado miserável de Jerusalém no tempo do
profeta Jeremias era resultado de sua constante desobediência aos mandamentos
do Senhor. O pecado não traz apenas maldições, mas também obstáculos:a - Impede
nossas orações, “Mesmo quando chamo ou grito por socorro, ele rejeita a
minha oração.” (Lm 3:8). “Tu te escondeste atrás de uma nuvem para que nenhuma
oração chegasse a ti.”(Lm 3:44). O salmista afirmou: “Se eu acalentasse o
pecado no coração, o Senhor não me ouviria.” (Sl 66:18). E o profeta Isaías nos
lembra: “Vejam! O braço do Senhor não está tão curto que não possa salvar, e o
seu ouvido tão surdo que não possa ouvir. 2Mas as suas maldades separaram vocês
do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele
não os ouvirá.” (Is 59:1-2). b – Impede as bênçãos, conf. Lm 1:6; 2:12;
Jr 3:2-3. c – Impede a comunhão, veja Lm 2:5-9; I Jo 1:6-7). d - Impede
o ministério, “…um pouco de fermento leveda toda a massa?” (I Co 5:6) O
apóstolo Paulo estava dizendo que, quando vive em pecado, um cristão afeta a
igreja, a sociedade e atrapalha o ministério.
O
pecado traz destruição e morte – Lm 1:15; 2:21 – Essas são as horríveis implicações
finais do pecado: destruição e morte. Por causa da iniquidade e rebelião de
Jerusalém, Deus não os poupou, mas fez que bebessem de sua ira, veja Lm
2:20-21. Oh, quão funesto resultado quando o pecador continua na prática do
pecado! Ele não só terá que responder diante dos tribunais constituídos pelos
homens, recebendo a punição dos seus atos, conforme as leis, mas sobretudo
responderá diante do justo juiz, o nosso Deus. Tiago nos mostra claramente esse
caminho: “Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta
arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o
pecado, após ter-se consumado, gera a morte.” (Tg 1:14-15). E o apóstolo Paulo
nos adverte: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem
semear, isso também colherá.” (Gl 6:7).
Jerusalém
teve tempo suficiente para se arrepender de sua iniquidade, porém rejeitou as
advertências, por isso experimentou o julgamento de Deus. Mas se houver
arrependimento genuíno, haverá restauração, podemos ter a certeza da
misericórdia e perdão de Deus. “Graças ao grande amor do Senhor é que não somos
consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis.” (Lm 3:22). Ainda que
tenhamos que responder pelas consequências dos nossos atos aqui na terra,
teremos a certeza de que o Senhor nos receberá em sua glória. Foi o que ocorreu
com um dos ladrões cruscificado ao lado do Senhor Jesus. Ele reconheceu o seu
pecado, arrependeu-se, clamou, e Cristo o salvou, não o livrou da pena de morte
na cruz, que era consequência dos seus atos desordeiros, mas lhe disse:
"Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso".
Diante
disso, não só devemos amar os pecadores como também avisá-los das horrorosas
consequências dos seus pecados. E sobretudo, cuidarmos para não vivermos no
pecado, e lutar diariamente contra ele, não lhe permitindo dominar as nossas
vidas. (Rm 6:12-14). Que o Senhor nos ajude nessa tarefa.
Rev.
Liberato Pereira dos Santos
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