Nesta semana,
celebramos o Dia da Independência. Algumas pessoas irão para as ruas e praças em
manifestações, outras aproveitarão o feriado para visitar parentes, ou ficarão em
casa descansando. Comemoramos essa data por causa do que ocorreu em 1822. Ações
de pessoas que só conhecemos por meio dos livros, que viveram numa época sem os
recursos que temos hoje, mas se dispuseram a lutar por um ideal, a liberdade.
Do que mesmo eles desejavam tornar-se independentes? Ao ler o
documento redigido por D. Pedro I, encontraremos acerca da opressão, remoção de
direitos, injustiça e outros abusos.
Podemos
fazer uma comparação da independência política do Brasil com a vida cristã. O
texto supracitado nos fala sobre a lei mosaica. A lei é descrita como algo que ajuda
a identificar o pecado e como viver uma vida que glorifica a Deus. No entanto
líderes religiosos, usaram a mesma Lei como ferramenta de controle e tirania.
Eles a empregavam para obter poder, posição e separação. Paulo declara
liberdade da lei, afirmando às igrejas da Galácia que somos chamados por Deus,
por meio de Jesus Cristo, para sermos livres. Os cristãos, nos dias de Paulo,
sofriam perseguições e afrontas, que aumentavam à medida que professavam sua
fé. Era difícil celebrar a liberdade que o Apóstolo os incentivava, eles tinham
muitas perguntas e obstáculos pela frente. As Escrituras nos permitem entender
que um deles era abandonar o judaísmo para abraçar o cristianismo, onde a
exigência era viver sob a lei como uma preocupação básica. A indagação de que a
Lei estava sendo cogitada como um meio para liberar o pecado. Eles tinham o
problema do pecado para lidar, como nós temos ainda hoje.
A
visão panorâmica é boa! Hoje, podemos olhar para a história do Brasil e
descobrir que o investimento feito por pessoas há tanto tempo valeu a pena. É
ótimo ser livre! É fantástico poder fazer e falar o que queremos. Todavia ainda
existem muitos problemas em nossa nação como: abuso de autoridade,
intolerância, discriminação, violência, corrupção, fome e outras mazelas. A
liberdade da nação vem pela cooperação e união de pessoas para proteger os seus
direitos, a um custo compartilhado por todos os cidadãos. Essa liberdade não
pode ser obtida somente por uma ou duas pessoas, mas por todos lutando em seu
favor.
A
liberdade que recebemos tem limites que nos impedem de expressá-la às custas de
outrem. Vamos olhar para isso numa perspectiva cristã. Em nosso texto, Paulo
diz às igrejas da Galácia que deveriam ser livres. Libertos da escravidão do
pecado. Livres da obrigação de guarda a lei, algo que era impossível fazer. Entretanto
o Apóstolo explica que nessa liberdade ainda existem regras e limites.
Em primeiro lugar, ele
declara: “Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo
contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor.” Assim, não podemos
utilizá-la para nos tornarmos pessoas imorais, evitar nossas obrigações com a
igreja (Corpo de Cristo), viver na ociosidade, ter licença para pecar e viver
de maneira egoísta. Paulo acrescenta: “Devemos
servir uns aos outros no amor.” Parece uma versão menor de liberdade, meio
restritiva, mas não é.
Em segundo, Paulo
apresenta outra regra: “Toda a lei se resume num só mandamento: "Ame o
seu próximo como a si mesmo". Ele nos afirma que essa regra substitui
toda a lei. Caso seguida, coloca nossas vidas alinhadas na mesma direção,
libertando-nos de todas as pequenas formas e restrições mesquinhas da lei. De
acordo com Paulo, todas as pessoas são importantes! Por meio da liberdade, vêm
as obrigações com nossa família, comunidade, vizinhos e com os indivíduos que
encontramos ao longo da nossa jornada. Até mesmos aquelas pessoas que não nos
valorizam, ainda assim, devemos considerá-las importantes e amá-las por causa
de nossa liberdade. Paulo está escrevendo às pessoas que estão no meio de uma
batalha pela salvação. Elas não tinham as vantagens que temos, lutavam para
chegar ao caminho da retidão, mas não tinham certeza de quais seriam os passos
adequados. Algumas de suas dúvidas são levantadas dentro da própria igreja em
conversas acaloradas, e por isso, Paulo procura ajudá-los.
Nossos
antepassados reconheceram que suas vidas estavam escravizadas por um rei.
Nenhum direito ou autonomia, e cada vez mais, perdiam o controle sobre suas
próprias vidas, isso os levaram a declarar sua liberdade da toda poderosa Coroa
Portuguesa. Eles declararam a independência, simplesmente cortaram a corrente
de servidão a um reino injusto. Mudaram de direção, escolhendo o caminho mais
difícil, de luta e dor que termina em liberdade, como poucos jamais conheceram.
Paulo
vai dizer aos seus leitores que, para nós cristãos, esse caminho é dirigido
pelo espírito. A batalha é contra o nosso cativeiro à natureza pecaminosa, e a
luta por seguir a orientação oferecida pelo Espírito Santo. Ele explica que a batalha
é pessoal, diferente da luta pela independência da nação. A escolha é ser
limitado e controlado por uma natureza pecaminosa ou seguir o Espírito em
direção à liberdade final.
A
luta pela independência continua. Em nossa nação, a batalha pela liberdade
religiosa e outros direitos persistem, não nos podemos furtar desse combate.
Assim, também a peleja pela liberdade espiritual prossegue. Todos nós lutamos
contra o pecado, e por aquilo que glorifica o nosso Deus. Se não amarmos o próximo como a nós mesmos,
provavelmente não venceremos muitos conflitos, quanto poderíamos. Deus nos
oferece a ajuda de que precisamos, nem sempre será tão fácil, mas é preciso que
nos esforcemos para ouvir o Seu Espírito e prosseguirmos numa vida de plena
liberdade.
Rev.
Liberato Pereira dos Santos
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