sexta-feira, 10 de setembro de 2021

SENDO RADICAL 12.09.2021

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Marcos 6:14-29

Vivemos numa cultura cujo valores são contrários ao do Reino de Deus. A todo instante, somos desafiados a tomar decisões, e qual deve ser a nossa posição? Em muitas circunstâncias, somos chamados a nadar contra a maré da opinião pública. Assim como Jesus, no texto supracitado, Seu precursor não procurou agradar as multidões, pelo contrário, viveu de maneira radical e contracultural.

            Em seu estilo de vida - Enquanto os líderes religiosos de sua época viviam em belas casas, o próprio Sumo Sacerdote morava num palácio, João Batista foi ao deserto para viver uma vida modesta de reclusão e oração. Ele não era pretensioso, nem se superestimava. Na verdade, muito pelo contrário, não afirmava ser mais do que era, havia nele humildade. Quando Jesus veio para ser batizado por ele, sua resposta foi: "Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?" (Mt 3:14) Também havia simplicidade em seu estilo de vida. Ele não usava um terno Armani ou jeans de marca, não tinha um relógio Rolex nem carruagem de luxo e tantas outras armadilhas do mundo consumista. Mateus registra que ele usava roupas feitas de pele de camelo, um cinto de couro na cintura, e sua comida era gafanhoto e mel silvestre. (Mt 3:4) Os cristãos de hoje deveriam praticar um estilo de vida simples e não cair nas garras do consumismo.

            Em seu ensino – Sua mensagem era clara e atraía as pessoas, não apenas porque batia pesado na hierarquia de sua época, mas pelo fato de as pessoas reconhecerem que sua pregação vinha da parte de Deus. Houve um impacto mesmo nos párias da sociedade, Lucas registra que alguns cobradores de impostos e soldados romanos aceitaram a sua mensagem (Lc 3). No entanto sua pregação não era populista, de fato parecia ter sido extremamente impopular, pois era condenatória.

Os evangelistas registram que ele pregou um Evangelho de arrependimento. Era um pregador muito rigoroso que denunciava o pecado sem florear, quando muitos dos fariseus e saduceus vieram para ser batizados por ele, suas palavras foram: "Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima? Deem fruto que mostre o arrependimento! Não pensem que vocês podem dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão.” (Mt 3:7:9). Sua mensagem foi dura, não media as palavras, isso inevitavelmente o colocou em conflito com as autoridades, que na época era o rei Herodes Antipas. Para o rei, João ultrapassou todos os limites ao condená-lo por se casar com a esposa de seu irmão Felipe, por isso, mandou-o para a prisão, e finalmente o decapitou, a pedido da princesa Salomé. Os cristãos de hoje deveriam resgatar a mensagem do Evangelho de arrependimento, pregando a verdade com autoridade.

            Em sua coragem – Ele não se acovardou quando as coisas ficaram difíceis. Creio que João poderia ter procurado sair da prisão, encontrando uma maneira que permitisse que Herodes se casasse com Herodias, mas não o fez. Quantos homens de Deus se curvaram a tal pressão temporal!

Uma das manchas na carreira do grande reformador alemão, Matinho Lutero, foi sua aquiescência ao casamento bígamo de Filipe de Hess. Em 1530, no auge da Reforma na Alemanha, onde a causa protestante estava mais vulnerável, Filipe de Hess organizou as forças protestantes seculares da Reforma, no que foi conhecido como Liga Shmalkaldic. Essa aliança foi estabelecida para proteger seus interesses religiosos e seculares contra a interferência do Sacro Imperador Romano Católico. Em 11 de dezembro de 1523, Felipe casou-se com Christine da Saxônia, filha de um importante aliado, Jorge, o duque da Saxônia. No entanto Christine foi descrita por fontes contemporâneas como debilitada de saúde, pouco atraente e com problemas com a bebida. Logo após o casamento, Felipe cometeu adultério com a filha de uma das damas de companhia de sua irmã, Margarethe Von der Saale, e queria se casar com ela. O assunto foi discutido com os grandes reformadores alemães: Lutero, Melanchthon e Bucer. Para alcançar seu intento, Filipe ameaçou ficar do lado do Sacro Imperador Romano contra a Liga Protestante Shmalkaldic. Os reformadores cederam à chantagem e concordaram, sancionando um casamento bígamo, ocorrido em 4 de dezembro de 1540.

Se tivessem ouvido a opinião de João Batista, não tenho dúvida de que ele condenaria a união, tal era a coragem e integridade do profeta. Sua firmeza de espírito custou-lhe a cabeça. Quantos cristãos que por tão pouco negam a Cristo e fazem negociatas com causas ilícitas, para não sofrerem retaliação ou rejeição!

Assim, a história de João Batista nos lembra que ser cristão verdadeiro nem sempre será fácil. Haverá decisões difíceis a serem tomadas, as quais nos podem levar à impopularidade. Ela nos revela que necessitamos viver de maneira simples, não deixando que as atrações deste mundo consumista nos leve a apreciar a ostentação, soberba e vaidade, caminhos opostos ao de Cristo. Necessitamos ter a coragem e ousadia para pregar o legítimo evangelho, denunciando o pecado onde ele estiver, no palácio ou na favela, convocando as pessoas ao arrependimento e apontando para a cruz de Cristo. Devemos ser fiéis ao chamado de Deus para nossas vidas, mesmo que isso nos custe um preço elevado. Um grande desafio! Que o Senhor nos ajude.

Rev. Liberato Pereira dos Santos


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