Uma compreensão insuficiente de Deus pode mudar radicalmente nossa teologia e prática. Aquilo que acreditamos sobre Ele também é importante, porque somos culpados de idolatria, quando assumimos que Deus é diferente do que realmente Ele é. Torna-se um erro reduzir a idolatria à prática de ajoelhar-se diante de imagem de escultura. Ela, em sua essência, é o entretenimento de pensamentos sobre Deus indignos d’Ele.
Uma
visão errada de Deus não é apenas um pecado de culturas primitivas, é algo contra
o que cada pessoa, até mesmo cristãos, em todas as épocas, luta. Nossa tentação
é pensar em Deus em termos humanos. Imaginamos que Ele é muito parecido
conosco, só que maior. Usamos frases como: “O Deus em que acredito não faria
isso.” O Senhor teve que corrigir essa ideia errônea do salmista, quando disse:
"… Você pensa que eu sou como você?" (Sl 50:21). O que está
implícito aqui, é claro, não somos como Deus, e somos culpados de idolatria,
quando imaginamos que Ele é como nós.
Tornou-se
popular em nossos dias dizer: “Deus é o que você acredita que Ele seja.” Mas
isso é absolutamente tolo e irracional. Asseguro-lhe que Deus é o que Ele
realmente é, independentemente do que acreditamos sobre Ele. Nossas crenças não
O mudam.
Por
isso, a Bíblia é tão necessária como nosso fundamento para crer em Deus. Ela
reprova as falsas ideias que temos a respeito d’Ele. Nosso desafio é adorar o
Deus da Bíblia em vez do deus de nossa própria criação.
Tendo
as Escrituras como nosso fundamento, saberemos primeiro que não podemos
conhecer a Deus totalmente. Como criaturas finitas, devemos confessar nossa
incapacidade de conhecê-Lo exaustivamente. Paulo confessa isso: “Quão
insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos! "Quem conheceu
a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?” (Rm 11:33-36). No entanto,
se Deus não pode ser conhecido completamente pelos seres humanos, Ele pode ser conhecido
suficientemente. A Bíblia nos dá as informações necessárias sobre Ele, Sua
natureza e como podemos entrar num relacionamento com Ele.
Em
nossos dias, questiona-se não apenas a crença em Deus, mas as próprias ações d’Ele.
Nossa geração, talvez mais do que qualquer outra, coloca-O em julgamento.
Quando ocorrem tragédias como a de Capitólio-MG e enchentes em várias partes do
país, o seguinte questionamento é feito: “Como Deus pode permitir que isso
aconteça?” É claro que essa pergunta implica necessariamente que, se fôssemos deus,
faríamos as coisas de maneira melhor. Você consegue ver a profundidade da
tolice nessa indagação? Como pode uma pessoa finita, saber melhor do que o Deus,
onipresente, onisciente, onipotente, amoroso e justo? A resposta do apóstolo
Paulo àqueles que questionam a justiça de Deus é clara: “Mas quem é você, ó
homem, para questionar a Deus?” (Rm 9:20)
Infelizmente,
até mesmo cristãos têm perdido a reverência a Deus. Em vez de se curvarem
humildemente a Sua santidade, questionam cada ação d’Ele. Existem muitas
explicações para essa atitude, mas um exemplo delas é a maneira como a
sociedade compreende o “bem”, à semelhança de Platão. O que fazemos é
compartimentar “bondade”, segundo nossos conceitos, e esperamos que Deus se
ajuste a esse padrão. Pensamos como Platão, discernimos e decidimos o que é “bom”
e esperamos que o Deus justo se conforme a essa conclusão. Mas não é assim que Ele
trabalha.
Deus
estabelece o padrão de “bom”, não nós. Ele é infinito, nós somos finitos. Ele é
Santo, nós somos pecadores. Portanto tudo que Deus faz é bom. A ordem correta e
importante: Deus não é bom pelo que Ele faz, e sim, pelo que Ele é. Parece soar
muito filosófico, mas é imperativo que entendamos adequadamente a natureza de
Deus. É urgente que a igreja recupere o significado da santidade de Deus. Se
pudéssemos ter um vislumbre desse seu atributo, isso transformaria sobremaneira
nossa forma de vê-lO.
Trago
a sua memória o profeta Isaias, ao ter uma visão do Senhor assentado em Seu
trono, e ouviu os anjos cantando: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos
Exércitos” (Is 6:1-8). Qual foi a sua reação? “Ai de mim! Estou perdido!
Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios
impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!" Isaías
teve uma pequena revelação da santidade de Deus e ficou impressionado. Pouco
tempo depois, o Senhor pediu um profeta para Israel, e sua resposta foi: “Eis-me
aqui. Envia-me!". Quando contemplou a santidade de Deus sua vida mudou
completamente. Hoje podemos ter uma tênue amostra da vontade de Deus por meio
da Sua santa e bendita Palavra – a Bíblia, ao meditá-la certamente teremos
nossas vidas transformadas.
Sendo
assim, é hora de todos nós pararmos de conceber o Deus todo poderoso como um mero
deus com o qual nos sentimos confortáveis. Adorar o Deus de que Bíblia fala
pode ser assustador, mas a boa notícia é que Aquele que nos deveria assustar
diz: “Não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu
o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa.”
(Is 41:10) E fará com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que
O amam e foram chamados segundo o Seu propósito. (Rm 8:28).
Rev.
Liberato Pereira dos Santos
Disponibilizamos o boletim informativo da IPBN, a fim de que você fique por dentro daquilo que Deus está fazendo em/através da nossa comunidade. Boa leitura. Click no link abaixo e faça o download: https://mega.nz/file/FBoTWACY#QQfECPqyk3ulQF7DBUoSNzGe1GdU2aDiJyTcZ0aqBQ4
Postar um comentário