Rute 1:1-16
Nos
últimos anos, temos enfrentado tempos difíceis com o coronavírus, guerras,
crise financeira e tristezas. Muitas vezes, ficamos preocupados e até
descrentes com o fato de que coisas ruins realmente acontecem conosco. Porém as
Escrituras Sagradas nos mostram que não importa quão intensa seja a sua agonia,
quão complexo seja o seu problema, os filhos de Deus nunca devem desesperar-se,
porque temos uma promessa: “Deus trabalha para que todas as coisas cooperem
para o bem daqueles que o amam e são chamados segundo o Seu propósito.” (Rm
8:28).
O
livro de Rute não é exceção a essa promessa. Ele começa com uma tragédia após
outra. Penso que essa história é uma excelente resposta para a intrigante
pergunta: “Onde está Deus quando sofremos?” Ele foi escrito no tempo em que os
juízes conduziam a nação. Juízes 21:25, afirma: “Naqueles dias não havia rei
em Israel, cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos.” Uma época
particularmente pecaminosa na narrativa dos israelitas. Outra situação de que tomamos
conhecimento, nesse período, houve uma grave escassez de alimento na terra. À
luz desse contexto, não nos surpreendemos ao ler que foram atingidos pela fome,
e, por essa razão, Elimeleque e sua esposa Noemi foram obrigados a deixar Judá
e viver em Moabe, região cujo povo era politeísta. A partir daí, as notícias
pioraram. O marido de Noemi morre, os seus dois filhos casam-se com mulheres
moabitas, e por dez anos esses casais permanecem sem filhos. A situação
continua piorando, pois os dois filhos de Noemi morreram, deixando-a sem o
marido e filhos.
É
interessante que diante de tanta tragédia, o escritor do livro observa a
providência de Deus. “O Senhor considerou Seu povo e lhe deu comida.” v.6.
Ele poderia ter afirmado com a mesma facilidade que “as chuvas finalmente
vieram”, ou que “a economia melhorou”, mas não, para ele, foi a mão
providencial de Deus, não uma mera coincidência.
Passada
a crise, Noemi resolveu retornar à sua terra natal e insistiu com as duas noras,
Orfa e Rute, para que ficassem em Moabe, com suas famílias. Ela tinha a
consciência de que não tinha nada para oferecer às jovens, pois “a mão do
Senhor se voltou contra mim.” (V.13). É uma compreensão parcial da interferência
de Deus, mas entendia corretamente que nada poderia acontecer, a menos que o
Senhor permitisse. O que ela não conseguia atinar, no entanto, foi que Deus
estava trabalhando em tudo para o seu bem e Sua glória. Orfa fez o que Noemi pediu
e voltou para casa dos pais, todavia “Rute agarrou-se a Ela” (v.14) e fez a
seguinte declaração: "Não insistas comigo que te deixe e não mais a
acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e
o teu Deus será o meu Deus!” (v.16). Ficar com Noemi significava deixar a
terra natal, família e herança. Rute não só estava preparada para viver numa
terra desconhecida, mas disposta a adorar o Deus de Israel, não importando o
custo a pagar. Comprometendo-se em permanecer como membro da família de Noemi,
implicava que, se casasse novamente, deveria ser com um parente da sogra.
Curiosamente,
o capítulo dois começa relatando o nome de um desses parentes, Boaz, um rico
fazendeiro (2:1). E indo direto ao ponto, no capítulo quatro, versículo 13,
diz: “Então Boaz tomou Rute, e ela se tornou sua esposa. Quando eles se
uniram, o Senhor a fez conceber, e ela deu à luz um filho.” Então o que isso nos ensina? Um “final
feliz” para uma história de dificuldades e lealdades? Não apenas isso. Este
filho era uma parte fundamental no plano especial de Deus para Israel. Veja o versículo
17: “Eles o chamaram Obede; ele se tornou o pai de Jessé, o pai de Davi.” O
grande rei Davi, de cuja linhagem nasceu Jesus Cristo.
Por
meio de todas as circunstâncias: a fome, a morte do marido de Noemi, a morte dos
filhos, maridos de Rute e Orfa, Rute catando espigas no campo, o encontro com
Boaz, o casamento, o bebê, Deus estava trabalhando todos os fatos para o bem de
Israel e Sua bendita glória.
O
livro de Rute nos lembra que não precisamos ficar com medo, pois nos momentos
mais difíceis, somos guardados pelo poder de Deus. Aprendemos que não existe um
evento comum na vida dos filhos de Deus. Tudo que fazemos ou deixamos de fazer
tem significado. Com histórias bíblicas, como de Abraão, José do Egito, Moisés,
Rute e tantas outras, somos ensinados de que tudo o que realizamos e acontece
em nossas vidas faz parte do grande “mosaico que Deus está pintando”. Para o
cristão, o que muitos chamaria de casualidade, são realmente eventos que estão
ligados a um plano eterno e perfeito.
Tendo
em vista essa maravilhosa história, podemos ter certeza da doutrina da
Providência de Deus. Que nos momentos de lutas e dificuldades nossa salvação é
sustentada por Ele, e está segura em Suas poderosas mãos. Ele tem um plano
inabalável para nossas vidas e fará com que tudo coopere para o nosso bem. O
autor sacro nos afirma: “Não desanimes! Deus proverá! Deus velará por ti!
Com Suas asas te cobrirá, Deus velará por ti. Deus cuidará de ti, na tua dor,
com todo amor, jamais te deixará! Deus cuidará de ti! Se no teu peito vibrar a
dor, Deus velará por ti. Tu já provaste seu grande amor, Deus velará por ti.
Nos desalentos, nas provações; Deus velará por ti. Nas desventuras, nas
tentações, Deus velará por ti”. (NC. 165). Não tenha medo, confie no Senhor,
pois Ele está conduzindo sua vida, como fez na vida de Noemi e Rute.
Rev.
Liberato Pereira dos Santos
ATENÇÃO
Disponibilizamos o boletim informativo da IPBN, a fim de que você fique por dentro daquilo que Deus está fazendo em/através da nossa comunidade. Boa leitura. Click no link abaixo e faça o download:https://mega.nz/file/hA5gAZjZ#lkApeRpKPfNh2mgtS6oBMBnPkMn7WYqt3Axl8ZFOqNA
Postar um comentário