Lucas 9:28-36
Basicamente
é impossível ouvir alguém, enquanto estamos concentrados noutra coisa. Às vezes,
quando estou assistindo a futebol na TV, ou estou ao computador, e a Cristina,
minha esposa, me pede para fazer algo, ouço as suas palavras, mas estou com a
atenção noutro negócio. Então, inconscientemente, digo: Ok ou “Claro”, sem ter
ouvido direito o que ela disse. Mais tarde, quando a questão se torna uma
surpresa para mim, digo: “Você nunca me disse isso.”, e ela responde: “Eu lhe
disse, mas você não estava ouvindo.” Às
vezes, ela fica frustrada e magoada. Sei que devo parar tudo o que estou
fazendo e me concentrar no que minha esposa estiver dizendo. É egoísmo da minha
parte continuar lendo ou fazendo outra coisa, quando alguém está falando
comigo. Por outro lado, é um ato de bondade e respeito, quando ouvimos os
outros. Ouvir, segundo o Priberan, significa: prestar atenção, ser dócil a,
obedecer a, inquirir.
Deus
deseja que o ouçamos. A história da transfiguração de Jesus é,
reconhecidamente, inusitada. Ela vem logo depois de o Mestre dizer aos Seus
discípulos que seria morto, para ser exato, oito dias depois. Cristo leva Seu
círculo mais íntimo: Pedro Tiago e João, para orar no alto de uma montanha.
Enquanto Ele estava orando ocorre o fenômeno sobrenatural. O rosto de Jesus de
alguma forma muda, e suas vestes resplandeceram de brancura. Dois homens,
Moisés e Elias, que morreram, antes, cerca de 1.600 anos do fato, de repente,
aparecem e começam a falar com Ele. O texto relata que eles falavam sobre a
partida de Jesus, ou seja, sobre sua morte e ressureição. Os discípulos
assistiam a essa santa conversa entre eles. O evangelista Lucas não registra o porquê
dessa transfiguração, mas creio que o propósito era para eles não terem nenhuma
dúvida de que o Cristo é o Filho de Deus. Então, eles ouvem a voz de Deus
dizendo: “Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi.”
Ouça-O,
essa é a palavra-chave para todos aqueles que buscam seguir a Cristo. Observem,
apesar da experiência que os discípulos tiveram com Jesus na montanha, não
significa que, de súbito, O ouviram perfeitamente e cumpriram o que Ele lhes
disse claramente o tempo todo. Neste mesmo capítulo, Lucas registra que Cristo
novamente prediz Sua morte, eles estavam escutando, mas não O ouviam, pois discutiam
entre si “qual deles seria o maior.” Jesus falando sobre a Cruz e os discípulos
estão discutindo sobre poder e posição. Quantas vezes não fazemos isso também?
Quão bem ouvimos Jesus?
O
que Jesus nos fala é o sentido da vida, o caminho para o discipulado, que é
marcado pela verdadeira humildade, misericórdia e amor altruísta. Ouvimos, mas
não compreendemos. Concordamos com as palavras dEle, mas não as internalizamos,
ou seja, não guardamos na memória. Não tenho dúvida de que incidimos nessa
falha muitas vezes.
Jesus
nos instrui a “vender tudo o que temos e dar aos pobres”, o desapego às
coisas materiais, e clamamos por mais e mais dinheiro e outras coisas. Ele nos
instrui a alimentarmos os famintos, e nós, várias ocasiões, simplesmente
jogamos os restos dos nossos alimentos na lata de lixo. Manda-nos amar os
nossos inimigos e oferecer a outra face, mas odiamos e fechamos os punhos ao
primeiro sinal de provocação. Ordena-nos a perdoar, como fomos perdoados, porém
guardamos rancor e desejamos vingar-nos contra aqueles que nos insultaram,
ofenderam e feriram nossos sentimentos. Jesus nos manda amar uns aos outros,
pois é assim que as pessoas saberão que somos Seus discípulos, mas brigamos, falamos
mal, intimidamos, julgamos e excluímos.
Oh
Senhor! Tenha misericórdia de nós. Temos muita dificuldade em ouvir-Te. Dizemos
ter o Teu Espírito Santo em nós para nos guiar e dirigir, mas estamos
envolvidos com tantas coisas que não prestamos atenção em sua voz. Temos inúmeras
demandas mais importantes para nos concentrarmos, nossas próprias agendas,
nossa prioridade não é o Senhor!
Sei
que nos é tão difícil sabermos e entendermos tudo o que Deus esteja falando,
mas a Sua Palavra, que vem a nós, nos leva a seguir a Jesus, mesmo quando não
temos a menor ideia do que está ocorrendo, é a Palavra que veio de Deus na
nuvem naquele dia especial da transfiguração: “Este é o meu Filho, o meu
eleito; a ele ouvi.” Quantos corações partidos e vidas quebradas poderiam ser
evitados se apenas O ouvíssemos?
Os
discípulos, como nós, em muitas situações, não ouviram Jesus e nem realizaram o
que Ele mandou. Eles não conseguiram curar um menino endemoniado, não
entenderam a advertência sobre a Sua traição, discutiram sobre qual deles era o
maior, não entenderam a predição sobre Sua morte e ressurreição. Pedro o negou
durante sua hora de maior necessidade. Todos os discípulos ficaram à distância
no momento da sua crucificação. Mas sabe qual é a boa notícia em tudo isso?
Deus conquista a vitória de qualquer jeito, apesar de nós! O Evangelho de Jesus
Cristo é sobre graça. O dom gratuito de salvação e fé, que vem de Deus, somente
dEle, e não de nós. Trata-se de misericórdia e compaixão pelos seres humanos,
que muitas vezes nada querem com Ele. Deus ama seus filhos rebeldes e nunca,
jamais desistirá deles. No entanto a graça, misericórdia e compaixão embora
sejam gratuitas, não é barata. Foi pago um altíssimo preço - o precioso Sangue
de Jesus Cristo.
Deus nos ama, e seu
amor é que nos vai despertar, para não apenas escutar, porém ouvir atentamente
a voz de Jesus e empenhar-se em obedecer aos seus ensinos. É nosso dever ouvir
aqueles que amamos e respeitamos. Amamos a Cristo, porque Ele nos amou primeiro.
E quanto mais ouvirmos Jesus, mas perto O seguiremos e seremos transformado por
Ele. É tempo de Ouvir a Sua voz e obedecer (Ap 2.9; 3.9).
Rev. Liberato Pereira
dos Santos
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