Salmo 133
Em
setembro, nossa temática, nos desafia a frutificar na comunhão, por isso vamos
examinar o salmo em destaque. Ele é o décimo quarto Cântico dos Peregrinos ou
Cântico de Romagem. Davi escreveu esta poesia por ocasião da união entre as
tribos do norte e do Sul de Judá. Todos eles se reuniram em Hebrom, para tornar
Davi o único rei em Israel, após a morte de Saul e Jônatas. Nele o salmista
enfatizou a unidade e a dignidade do povo escolhido.
Davi
inicia o salmo com as belas palavras: “Oh! Como é bom e agradável viverem
unidos os irmãos!” O teólogo Mathew Henry afirmou: “Unidade não é apenas
não brigar e devorar uns aos outros, mas dedicar-se mutuamente com carinhos
mútuos e promover o bem-estar mútuo com serviços mútuos e ter um só coração,
uma só alma e um só interesse.” Outro comentarista declara: “Quando eles se
unem e são um em afeição, quando todos têm um só coração, embora possivelmente
não tenham todos a mesma opinião; ou, quando se encontram afetivamente, embora
não tenham a mesma opinião,” ainda assim a unidade deve ser vivenciada em suas
vidas.
Portanto
a unidade é a identidade dos Discípulos de Jesus Cristo. A melhor e mais
importante oração de Jesus é encontrada em João dezessete, ali Ele intercede
pela unidade entre os seus seguidores. Paulo suplica: “Rogo-vos, irmãos,
pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que
não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma
disposição mental e no mesmo parecer.” (I Co 1:10) Concordar pelo bem da
unidade, de Cristo, da comunidade, da existência da igreja, e pelo bem dos
incrédulos. Ele ainda vai pedir: “Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do
mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco.”
(II Co 13:11) Vivam em harmonia uns com os outros, com um só pensamento e
propósito. Conf. I Pedro 3:8.
Infelizmente,
unidade não é uma palavra que descreva a igreja dos nossos dias; divisões e
facções são descrições mais precisas da sua condição hoje. O Pastor Coffman faz
o seguinte comentário sobre a unidade: “Apesar de sua fragmentação, apesar de
suas amargas disputas, anátemas e denúncias ainda é extraordinariamente bela.”
Além disso, ele fala: “Deus nos ordenou que guardássemos o “Espírito de unidade
no vínculo da paz”, mas não podemos “manter” aquilo que não existe.” Portanto o
que podemos fazer é olhar para Deus em nosso desalento, e suplicar-lhe que olhe
para todos nós com amorosa compaixão e piedade, ajudando-nos a criar unidade.
Se
quisermos trazer unidade à igreja, deveremos seguir com todo empenho a
recomendação do apostolo Paulo:”
esforçando-vos
diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.” (Ef 4:3), esmerando-nos
em perdoar, esquecer e aceitar a fraqueza do outro, valorizando-nos mutuamente.
No
versículo dois do salmo, Davi fala sobre o óleo da unção. Refere-se ao perfume
feito por Moisés e posteriormente transmitido à família sacerdotal. Essa
essência era sagrada. Aqui ela é comparada à Unidade no Amor ( I Jo 5:1) A
composição desse óleo era um dispensatório divino. Deus determinou os
ingredientes e as quantidades. Era muito precioso e semelhante não deveria ser
feito para uso comum. No seu simbolismo mais
profundo, vemos as bênçãos perfumadas do Espírito Santo, coroando a união dos
irmãos em uma verdadeira unidade espiritual.
O
salmista então se volta para o orvalho. É outra bênção natural que Deus
concedeu à humanidade. A raça humana primitiva, pré-histórica desfrutou das
bênçãos do orvalho. Até os tempos de Noé, não havia chuva. O orvalho esfria o
calor escaldante das paixões dos homens, assim como o orvalho da tarde esfria o
ar e refresca a terra. Também a unidade contribui muito para a nossa
fecundidade em tudo o que é bom; umedece o coração e o torna terno e apto para
receber a boa semente da Palavra de Deus. Pelo contrário, a malícia, o ódio e a
amargura nos incapacitam de receber a Palavra e acolher os irmãos, homem e
mulher. (I Pe 2:1) Onde não há amor e unidade, a amargura cria raízes profundas
e destrói a atmosfera harmoniosa da igreja.
Ao
comparar a unidade com o orvalho, o salmista estava declarando que ela conduzia
ao crescimento e à prosperidade. O orvalho é uma das fontes de nutrição para
plantas fortes e saudáveis. A união sempre promove o crescimento saudável, a
força e a prosperidade, seja na família, nas nações, nas organizações e
sobretudo na igreja. Para Davi, a unidade deveria ocorrer entre as tribos do
norte e o sul de Judá. Não há mais divisões, mas apenas um só propósito. O amor
fraternal é a beleza e o benefício maior para vida cristã.
Diante
disso, devemos ter um só espírito, uma só mente e um só propósito para
progredir em nosso trabalho de proclamação das Boas Novas do Reino de Deus em
Rondonópolis, Mato Grosso, Brasil e no mundo. Certos de que a desunião nas
atividades e a falta de cooperação nos trabalhos não nos permitirão frutificar
para a glória do Senhor. Criticar-nos e acusar-nos uns aos outros levará, sem
sombra de dúvida, ao fracasso e destruição. Para obter essa unidade é
fundamental que cada irmão individualmente a tenha com o Senhor. Só esta união
pode apresentar um testemunho eficiente perante o mundo e uma atmosfera na qual
nossa fé pode florescer.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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