sábado, 2 de setembro de 2023

FRUTIFICANDO NA COMUNHÃO 10.09.2023

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Salmo 133

            Em setembro, nossa temática, nos desafia a frutificar na comunhão, por isso vamos examinar o salmo em destaque. Ele é o décimo quarto Cântico dos Peregrinos ou Cântico de Romagem. Davi escreveu esta poesia por ocasião da união entre as tribos do norte e do Sul de Judá. Todos eles se reuniram em Hebrom, para tornar Davi o único rei em Israel, após a morte de Saul e Jônatas. Nele o salmista enfatizou a unidade e a dignidade do povo escolhido.

            Davi inicia o salmo com as belas palavras: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” O teólogo Mathew Henry afirmou: “Unidade não é apenas não brigar e devorar uns aos outros, mas dedicar-se mutuamente com carinhos mútuos e promover o bem-estar mútuo com serviços mútuos e ter um só coração, uma só alma e um só interesse.” Outro comentarista declara: “Quando eles se unem e são um em afeição, quando todos têm um só coração, embora possivelmente não tenham todos a mesma opinião; ou, quando se encontram afetivamente, embora não tenham a mesma opinião,” ainda assim a unidade deve ser vivenciada em suas vidas.

            Portanto a unidade é a identidade dos Discípulos de Jesus Cristo. A melhor e mais importante oração de Jesus é encontrada em João dezessete, ali Ele intercede pela unidade entre os seus seguidores. Paulo suplica: “​Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” (I Co 1:10) Concordar pelo bem da unidade, de Cristo, da comunidade, da existência da igreja, e pelo bem dos incrédulos. Ele ainda vai pedir: “Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco.” (II Co 13:11) Vivam em harmonia uns com os outros, com um só pensamento e propósito. Conf. I Pedro 3:8.

            Infelizmente, unidade não é uma palavra que descreva a igreja dos nossos dias; divisões e facções são descrições mais precisas da sua condição hoje. O Pastor Coffman faz o seguinte comentário sobre a unidade: “Apesar de sua fragmentação, apesar de suas amargas disputas, anátemas e denúncias ainda é extraordinariamente bela.” Além disso, ele fala: “Deus nos ordenou que guardássemos o “Espírito de unidade no vínculo da paz”, mas não podemos “manter” aquilo que não existe.” Portanto o que podemos fazer é olhar para Deus em nosso desalento, e suplicar-lhe que olhe para todos nós com amorosa compaixão e piedade, ajudando-nos a criar unidade.

            Se quisermos trazer unidade à igreja,  deveremos seguir com todo empenho a recomendação do apostolo Paulo: esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.” (Ef 4:3), esmerando-nos em perdoar, esquecer e aceitar a fraqueza do outro, valorizando-nos mutuamente.

            No versículo dois do salmo, Davi fala sobre o óleo da unção. Refere-se ao perfume feito por Moisés e posteriormente transmitido à família sacerdotal. Essa essência era sagrada. Aqui ela é comparada à Unidade no Amor ( I Jo 5:1) A composição desse óleo era um dispensatório divino. Deus determinou os ingredientes e as quantidades. Era muito precioso e semelhante não deveria ser feito para uso comum. No seu simbolismo mais profundo, vemos as bênçãos perfumadas do Espírito Santo, coroando a união dos irmãos em uma verdadeira unidade espiritual.

            O salmista então se volta para o orvalho. É outra bênção natural que Deus concedeu à humanidade. A raça humana primitiva, pré-histórica desfrutou das bênçãos do orvalho. Até os tempos de Noé, não havia chuva. O orvalho esfria o calor escaldante das paixões dos homens, assim como o orvalho da tarde esfria o ar e refresca a terra. Também a unidade contribui muito para a nossa fecundidade em tudo o que é bom; umedece o coração e o torna terno e apto para receber a boa semente da Palavra de Deus. Pelo contrário, a malícia, o ódio e a amargura nos incapacitam de receber a Palavra e acolher os irmãos, homem e mulher. (I Pe 2:1) Onde não há amor e unidade, a amargura cria raízes profundas e destrói a atmosfera harmoniosa da igreja.

            Ao comparar a unidade com o orvalho, o salmista estava declarando que ela conduzia ao crescimento e à prosperidade. O orvalho é uma das fontes de nutrição para plantas fortes e saudáveis. A união sempre promove o crescimento saudável, a força e a prosperidade, seja na família, nas nações, nas organizações e sobretudo na igreja. Para Davi, a unidade deveria ocorrer entre as tribos do norte e o sul de Judá. Não há mais divisões, mas apenas um só propósito. O amor fraternal é a beleza e o benefício maior para vida cristã.

            Diante disso, devemos ter um só espírito, uma só mente e um só propósito para progredir em nosso trabalho de proclamação das Boas Novas do Reino de Deus em Rondonópolis, Mato Grosso, Brasil e no mundo. Certos de que a desunião nas atividades e a falta de cooperação nos trabalhos não nos permitirão frutificar para a glória do Senhor. Criticar-nos e acusar-nos uns aos outros levará, sem sombra de dúvida, ao fracasso e destruição. Para obter essa unidade é fundamental que cada irmão individualmente a tenha com o Senhor. Só esta união pode apresentar um testemunho eficiente perante o mundo e uma atmosfera na qual nossa fé pode florescer.

                Rev. Liberato Pereira dos Santos




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