sábado, 25 de novembro de 2023

UM CORAÇÃO CHEIO DE GRATIDÃO 03.12.2023

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Salmos 107:21-22

 

Em novembro, celebramos o “Dia Mundial de Ações de Graças”. No Antigo Testamento, a “oferta de ação de graças foi prescrita como opcional, oferecia-se um animal junto com alguns frutos da colheita. Não era obrigatória, ficava a livre arbítrio do adorador. No salmo supracitado, Davi conclama: “Render graças... oferecer sacrifícios de Ações de graças... e proclamar com alegria as obras de Deus” Percebe-se claramente que o conceito central de agradecer é algo que vem do coração. Ao contrário do dízimo,de que exigia entrega, a oferta de ação de graças era uma oferta dada de coração pela fé.

            Por que as Sagradas Escrituras nos mandam dar graças?

            É um ato de fé – A maioria de nós tende a agradecer depois de ser abençoado, e não antes. Infelizmente, essa é uma visão egocêntrica de ação de graças, não centrada em Deus.

            O apostolo Paulo nos ensina a orar com ações de graças, confira em Colossenses 4:2 e Filipenses 4:4-7, como assim? O Pastor David Kuo nos ajuda a compreender, quando escreveu: “Expressar agradecimento é concretizar a gratidão que sentimos em nossos corações. Ao divulgar nossos agradecimentos, damos à mera gratidão o poder criativo da palavra falada. A nossa gratidão torna-se então um testemunho para nós mesmos e os outros”. Nossa ação de graça não é apenas um adiantamento de nossa oração pela fé, mas um ato de fé em Deus, independentemente do resultado dos nossos desejos.

            É importante compreendermos a diferença entre fé e crença. Muitas pessoas dentro e fora das igrejas hoje têm crença. A maioria dos brasileiros confessa acreditar em Deus, mas algo está faltando. Fé é confiança relacional em Deus, a qual se traduz em ação, enquanto a crença é o mero reconhecimento mental (intelectual) de fatos ou verdades, mas não produz necessariamente ação. Como a sua fé interage com o seu agradecimento? Sua confiança em Deus o leva a agradecer-lhe, pois você sabe que independe das circunstâncias, Ele está no controle cuidando da sua vida.

            É um ato de adoração – “Saiamos ao seu encontro, com ações de graças, vitoriemo-lo com salmos.” (Sl 95:20). Como devemos chegar diante da presença de Deus? Repetidamente, ao longo das Escrituras, somos exortados a entrar na presença de Deus com ações de Graças. “Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.” (Sl 100:4) É por isso que em nossos cultos temos o momento de louvor e adoração a Deus, no qual temos a oportunidade de reconhecer publicamente a grandeza e a bondade do nosso Deus. Isso nos leva à adoração centrada em Deus.

            Leva-nos a reconhecer a natureza de Deus – “... rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome, porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade.” (Sl 100:4-5) Agradecer é um ato de humildade, reconhecimento e dependência de Deus, confiante em que Ele é aquele que supre todas as necessidades.

Paulo nos orienta: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (I Ts 5:18) Ele não diz: “nos bons momentos, agradeça...”, mas sim: “em tudo”. Isso implica que o agradecimento é um reconhecimento de que todas as coisas vêm de Deus, e Ele é o autor de nossas vidas, independentemente do nível de conforto que tenhamos. É a expressão de que o Senhor é soberano e está no controle de tudo, trabalhando para que todas as coisas cooperem para o nosso bem (Rm 8:28)

            Há um grande perigo em considerarmos como base somente as coisas boas, como motivo para ação de graça. Tendemos a não ser gratos ou adoradores, quando as circunstâncias não ocorrem como pensamos que deveriam ser. Como reagimos quando um ente querido morre, com a doença, a perda de emprego? Continuaremos com um coração agradecido ou ficaremos com raiva de Deus por tornar a nossa vida difícil? Quando a nossa ação de graça é condicional, colocamo-nos no lugar de Deus, decidindo o que é bom ou não. Deixamos de crer no Deus soberano que está no controle de todas as coisas e dirige o nosso destino. Ele começou a boa obra em nossas vidas, e é poderoso para completá-la (Fp 1:6) Portanto, em tudo devemos ser-lhe agradecido.

            Sendo assim, o símbolo central da nossa fé não é a cornucópia, mas a cruz. Durante a maior parte de Sua vida, Jesus não pode contar com nenhum tesouro terreno. Não tinha casa nem renda fixa. Na hora de sua maior necessidade, até mesmo seus amigos mais próximos O abandonaram. Seu corpo foi quebrado e seu espírito esmagado, no entanto se alegrou na presença do Pai, por realizar a Sua soberana vontade.

Quando eliminamos toda a ilusão de sucesso, e os tesouros terrenos falham, resta apenas uma coisa, o maior tesouro de todos: o amor de nosso Pai Celestial por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.

            Rev. Liberato Pereira dos Santos



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