Salmo 116
Por meio da gratidão reconhecemos e
valorizamos favores recebidos, seja um milagre ou simples ajuda numa tarefa. É
um sentimento de apreciação sincera, muitas vezes acompanhado de humildade, que
pode ser dirigido a pessoas, situações ou a Deus. Ela promove uma atitude de
contentamento e conexão com o que é significativo na vida.
O salmo em destaque é um testemunho
pessoal de gratidão e confiança no Senhor, refletindo a jornada do salmista ao
passar por adversidades e experimentar o socorro divino. Algo que geralmente
esquecemos, quando passamos por dificuldades, é sermos tentados a não agradecer
o cuidado constante do Senhor. O propósito do salmista é ensinar-nos a
reconhecermos a bondade e misericórdia divina em todas as circunstâncias.
O clamor em meio à aflição –
V.v 1-4 – “Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas.” O
poeta nos mostra que o amor surge da experiência. Ele começa declarando seu
amor a Deus, fundamentado em seu conhecimento de resposta às orações. O verbo
ouvir, no hebraico, implica atenção ativa e intenção de agir. Deus não apenas
ouve, mas se inclina para nos ajudar. Um bom exercício para a nossa fé é
lembrar-se de como Deus atendeu as nossas orações no passado, isso certamente
nos ajudará em tempos de crises.
Perceba a situação caótica do
salmista: “Cordéis da morte" e "angústias do inferno" (v. 3)
representam uma situação extrema, em que apenas Deus poderia socorrer, contexto
em que o poeta clamou ao Senhor, semelhantemente, no salmo 34:6, quando ele
declara: “Este pobre homem clamou, e o Senhor o ouviu; e o libertou de todas as
suas tribulações.” Spurgeon disse: "Deus nunca rejeita a oração de um
coração quebrantado."
No versículo 4, ele clama: "Ó
Senhor, livra a minha alma!" Este pedido simples reflete uma confiança
absoluta na soberania divina.
A resposta de Deus: Misericórdia e
Justiça – V.v. 5-9 -
"Compassivo e justo é o Senhor; o nosso Deus é misericordioso." O
salmista faz uma descrição de Deus como misericordioso, compassivo e justo.
Algo que Deus revelou ao grande líder israelita, Moisés: "Senhor, Senhor,
Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que
mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado.
Contudo, não deixa de punir o culpado; castiga os filhos e os netos pelo pecado
de seus pais, até a terceira e a quarta gerações" (Ex 34:6-7). Nele esses
atributos trabalham juntos em perfeita harmonia.
Com essa verdade em mente, o
salmista nos dá três grandes lições: primeiro, podemos encontrar descanso,
porque Deus nos livra da morte (vv. 7-8). Segundo, Ele liberta os necessitados,
a fim de poderem viver em obediência a Ele (v. 9), e é o único totalmente
confiável (vv 10-11). Em tempos de tribulação, devemos lembrar-nos das
promessas de Deus, encontrar descanso nEle e dizer: "Volta, ó minha alma,
ao teu repouso" (v. 7)
Um compromisso de gratidão –
V.v 12-14 - "Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para
comigo?" O escritor faz uma pergunta cuja resposta é evidente: não há nada
que possamos dar a Deus que seja suficiente para retribuir o amor e as bênçãos
dEle recebidas. Isso aponta para a graça de Deus, dada gratuitamente, sem
merecê-la ou podermos retribuí-la.
Sua resposta à indagação o leva à
prática. Ele decide: “Tomar o cálice da salvação (v. 13) - Participar dos
rituais de adoração e celebrar a salvação de Deus; “Invocar o nome do Senhor”
(v. 13) - Continuar vivendo em sua dependência e comunhão com Ele, e “cumprir
os votos ao Senhor/” (v. 14, 18) - Obedecer às promessas feitas em resposta às
bênçãos obtidas. Assim, as nossas ações de gratidão devem incluir obediência,
louvor, serviço fiel e manifestação pública: “Pagarei os meus votos perante o
seu povo" (v. 14).
"Que darei ao Senhor?" não
é uma pergunta que possamos responder com méritos próprios, mas com um coração
disposto a retribuir em amor as dádivas que nos concede. Nossa maior resposta é
oferecer a nossa vida, vivendo de forma que em tudo O glorifique.
A Importância da Comunhão e do
Louvor – V.v 15-19 - "Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus
santos." Deus valoriza cada momento
da vida dos Seus servos, até mesmo a sua morte, como algo precioso. Portanto,
devemos habituar-nos a glorificá-lO, sabendo que Ele está atento à nossa
caminhada. O salmista encerra com um convite à adoração coletiva (v. 19),
reconhecendo que o louvor deve ser compartilhado com o povo de Deus.
Morgan diz: "Independentemente
das circunstâncias que deram origem a esse cântico, é evidente que todo seu
rico significado foi cumprido, quando no meio daquele pequeno grupo de almas
perplexas e as sombras da morte já pairando sobre Ele, Jesus cantou esse
cântico de triunfo profético sobre a escuridão da hora da paixão pela qual
estava passando. A sua vitória sobre a morte tornou-se o cântico triunfante
sobre a morte de todos que lhe pertencem"
Assim como o salmista, somos
chamados a declarar: "Amo ao Senhor!" Que a nossa vida seja um
testemunho constante do pleno cuidado e amor, que Deus concede.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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