sábado, 22 de fevereiro de 2025

A SINFONIA DA VERDADEIRA ADORAÇÃO 23.02.2022

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João 4:23

No quarto capítulo do Evangelho, segundo João, podemos encontrar uma das seções mais marcantes de diálogo de Jesus - a conversação com a mulher samaritana. Não foi apenas um simples bate-papo, mas sim um convite para uma nova forma de relacionamento com Deus. Esse encontro não só superou barreiras culturais e sociais, mas também revelou uma verdade revolucionária sobre adoração. Jesus ensina que a verdadeira adoração não está limitada a um lugar específico, como o templo de Jerusalém ou o monte Gerizim. Ela surge do coração genuinamente sincero, "em espírito e em verdade" (João 4:24).

            É como um artista que, ao tocar seu instrumento, vai além da técnica para se entregar à emoção intensamente maravilhosa da música. Portanto, o ato de adoração não deve ser meramente uma prática religiosa, mas sim uma demonstração genuína de um coração conectado ao Divino Espírito, uma melodia que emerge do âmago com verdadeiro sentimento.

            Vamos explorar o significado dessa adoração em nosso contexto e como podemos vivenciá-la no dia a dia.

            É chegada a hora da adoração genuína - "Mas agora é chegado o momento", v. 23. Com essas palavras, Jesus anuncia uma mudança drástica na forma de adorar a Deus. A reverência não está restrita a locais sagrados ou rituais elaborados; ao invés disso, se manifesta em um relacionamento profundo e autêntico com o Pai. Ela se revela em vivenciarmos de forma contínua em nosso templo vivo (1 Co 6:19). Isso indica que a adoração genuína não se baseia na nossa localização física, mas sim em nossa identidade em Cristo.

            Charles Spurgeon uma vez disse que "Adorar de verdade vai além de simplesmente participar de rituais; é uma expressão genuína do coração inteiro." Devemos nos perguntar se nossa devoção se limita apenas aos momentos de adoração em grupo ou se é uma demonstração autêntica de nossa devoção em todas as áreas da vida.

            Jesus nos lembra que adoração genuína não busca aprovação dos homens; ao invés disso, almeja sinceridade diante de Deus (Mateus 6:6).

            Adorar em espírito - Na língua grega, "espírito" (pneuma) é interpretado como "fôlego" ou "respiração". A devoção espiritual é impulsionada e sustentada pelo Espírito Santo, não pela dedicação humana. Assim como um balão precisa de oxigênio para permanecer no ar, a adoração genuína necessita da plena presença do Espírito Santo.

            Segundo John Wesley, "A verdadeira adoração não está no que fazemos fisicamente, mas na atitude do nosso espírito perante Deus." Adorar com o coração envolve confiar totalmente em Deus e estar atento à Sua presença para deixar o Espírito Santo nos guiar ao expressar nossa gratidão e louvor.

            As Escrituras Sagradas afirmam que o Espírito Santo nos auxilia em momentos de fraqueza e intercede em nosso favor. "Da mesma forma que o Espírito nos ajuda em nossa fragilidade, porque não sabemos orar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos indecifráveis." Romanos 8:26.

            Adorar em verdade - A palavra "Verdade" (aletheia em grego) denota a "realidade autêntica sem falsidade". A adoração genuína brota do coração de forma sincera e não se baseia em formalidades vazias. Como a inocência de uma criança desenhando livremente com naturalidade é expressiva de alma, a verdadeira adoração também deve ser espontânea, legítima e vinda de um coração puro.

            Deus busca adoradores sinceros - Jesus aponta que o Pai Celestial anseia por adoradores que O reverenciem com sinceridade no coração (v.23). Deus não se contenta com devoções meramente superficiais ou motivadas por orgulho; ele deseja corações autênticos que o busquem com devoção genuína e justiça.

            Segundo A.W. Tozer, “a adoração é a atividade mais sublime e nobre que um ser humano pode realizar.” Isso nos leva a refletir sobre nossas motivações internas ao buscar genuinamente a Deus como adoradores autênticos. Estamos nós apenas seguindo tradições, cumprindo obrigações ao adorar, ou sentimos verdadeiramente um desejo profundo de nos relacionar intimamente com o Pai Celestial? Será que nossa adoração surge de um coração transformado ou é apenas uma prática religiosa vazia? O verdadeiro ato de adoração começa com um coração sincero diante de Deus que busca examinar nossas próprias motivações. Como Deus recordou ao profeta Samuel, quando foi ungir Davi como rei de Israel, "os olhos do homem veem a aparência exterior; o Senhor vê o coração." (I Samuel 16.6-13).

            Considerando os argumentos observados, os verdadeiros atos de adoração não estão limitados apenas a momentos específicos ou locais considerados sagrados. Ele reflete um estilo de vida, uma expressão constante de um coração transformado pela presença do Espírito Santo e alinhado com os ensinamentos de Cristo. Deus não busca adoradores perfeitos, mas sim autênticos — aqueles que O buscam de forma genuína e profundamente. Dessa forma, que possamos vivenciar um ato de adoração que ultrapassa os limites do culto público e se torne parte integrante do nosso dia a dia. Que possamos viver como uma belíssima canção que emana do íntimo de nosso ser, exibindo o amor sincero e a reverência que cultivamos por Aquele que nos deu vida e nos resgatou.

            Rev. Liberato Pereira dos Santos




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