segunda-feira, 3 de março de 2025

A ORAÇÃO: ANSEIO DA ALMA POR DEUS. 02.03.2025

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1 Tessalonicenses 5:17

    A oração constitui um dos fundamentos da crença cristã, operando como o meio de interação entre o ser humano e Deus. Por intermédio da fé, no Espírito, e do sacrifício de Cristo, ela transcende limites temporais, espaciais e circunstanciais. Para os descrentes, pode parecer uma atitude desprovida de significado; entretanto, para os fervorosos, simboliza a expressão mais profunda de crença e ligação com o divino. Santo Agostinho declarou: "A oração é a chave do céu; sobe a oração e desce a misericórdia de Deus."

        Além de constituir uma necessidade espiritual, a oração representa também a atividade mais elevada do espírito humano, evidenciando a busca inata do homem pelo encontro com Deus e a crença em Sua existência e providência. Ela exerce uma função fundamental na mitigação de tensões emocionais, contribuindo para a superação da ansiedade, da angústia e de outras emoções desfavoráveis. A tranquilidade e a serenidade que a acompanham são vantajosas, contudo, é crucial não a diminuir numa simples estratégia psicológica. Seu impacto vai além da esfera emocional, alcançando a dimensão espiritual do ser humano. A prática da oração potencializa a compaixão e a autodisciplina, ajustando o cristão aos preceitos contidos nas Escrituras Sagradas. A renovação espiritual ocorre por intermédio do sentimento de arrependimento e da confissão de transgressões. Além disso, a ligação com Cristo constitui um pré-requisito para que as orações sejam eficazes, na medida em que alinha os desejos humanos com a vontade divina.

     A oração pode ser composta por diversos elementos, cada qual com um propósito específico: adoração, que exalta a grandeza de Deus; ações de graças, que expressam gratidão pelas bênçãos obtidas; confissão, que reconhece o pecado e busca o perdão; extravagância, que manifesta angústia diante de injustiças e transgressões; lamento, que revela tristeza por tais injustiças e pecados; e súplica, que clama pela intervenção divina. A Bíblia declara que os filhos de Deus têm a liberdade de apresentar suas petições a Ele. Entretanto, a prece deve se afastar de egocentrismo e consumismo, priorizando necessidades espirituais, tais como sabedoria, humildade e felicidade. João Calvino afirmou: "A oração não consiste em alterar a vontade de Deus, mas em transformar a mente do ser humano, de modo que ele se submeta à vontade divina." Adotar a oração que Jesus ensinou, o "Pai Nosso", é uma orientação segura para orar com discernimento e humildade.

        Deus responde de formas diversas às súplicas. Em determinadas circunstâncias, Ele outorga precisamente o que é requisitado; em outras, sua resposta é desfavorável, mesmo para aqueles que demonstram fé. Possui igualmente a capacidade de nos orientar a aguardar, como afirmou de maneira precisa João Calvino: "Deus muitas vezes nos faz esperar, não para nos negar Sua graça, mas para nos ensinar paciência e aumentar nossa fé." É fundamental a perseverança na oração, assim como a disposição para se render à vontade de Deus, que é sempre benéfica, impecável e agradável. A oração não substitui a ação, assim como a ação não extingue a necessidade de prece. Há um equilíbrio entre confiar em Deus e respeitar suas orientações.

      As Sagradas Escrituras estimulam uma vida de oração contínua, a qual pode ser exercida de diversas maneiras: intervalos regulares, períodos dedicados à oração; situações especiais, momentos de consagração e busca mais profunda; oração espontânea, súplica a qualquer momento e em qualquer lugar; e oração incessante, mantendo uma atitude de oração ao longo do dia. Sua prática constitui um processo de aprendizado contínuo. A Bíblia sugere que tais ações sejam executadas com integridade, coragem e determinação. O Espírito Santo assiste os crentes na prática da oração em conformidade com a vontade divina, enquanto os Salmos funcionam como autênticos modelos de fé e devoção.

      Para avaliar a efetividade da oração na vivência cristã, é fundamental refletir sobre questões primordiais: de que maneira tenho conduzido minha vivência em relação à oração? Tenho refletido sobre minhas ações e evitado a prática de transgressões a fim de estabelecer uma conexão com Deus. De que forma tenho respondido às negativas divinas? É possível rogar a Deus por modificações em minhas atitudes?

   Assim sendo, a oração constitui o ponto culminante da fé e da dependência humana em relação a Deus. Ultrapassa as limitações do tempo e do espaço, conectando o ser humano ao divino de maneira profunda e transformadora. Os seus efeitos são evidentes no âmbito psicológico e espiritual, e a sua prática integra componentes que refletem a complexidade da relação entre o ser humano e o Divino. A aprendizagem da oração constitui um processo contínuo que demanda dedicação, humildade e disposição para acolher a vontade divina.

     Por fim, a oração não deve ser vista apenas como um recurso em tempos de dificuldade, mas também como um estilo de vida que solidifica a fé, estimula a paz e interliga o devoto ao coração de Deus. Essa perspectiva é evidenciada por Martinho Lutero: "Assim como a profissão do sapateiro é confeccionar sapatos, a oração é um estilo de vida que fortalece a fé, promove a paz e aproxima o fiel do coração de Deus."

Rev. Liberato Pereira dos Santos.  




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