terça-feira, 3 de junho de 2025

O PODER INVISÍVEL DA COMUNICAÇÃO 01.06.2025

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Visualize dois indivíduos com idêntica aptidão interpretando a mesma canção em um programa televisivo. Uma é capaz de cativar o público, enquanto a outra provoca indiferença na plateia. Dois docentes de nível superior ministram a mesma disciplina com o mesmo plano de ensino, porém apenas um deles conta com uma lista de espera para suas aulas. Dois supervisores formulam o mesmo pedido a seus colaboradores, entretanto, apenas um consegue que eles aceitem realizar horas extras de forma voluntária. Quais são os fatores que justificam tais disparidades?

A resposta reside em um dos elementos mais intrigantes e negligenciados da interação humana: nossa habilidade de comunicar-se ultrapassa amplamente as palavras que optamos por empregar. A autêntica conexão entre os indivíduos ocorre em níveis mais profundos e intricados do que supomos.

Uma pesquisa inovadora realizada por Albert Mehrabian, docente de psicologia na Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), trouxe à luz informações impressionantes acerca de nossa forma de comunicação. Conforme sua pesquisa, ao tentarmos comunicar sentimentos e posturas, apenas 7% do efeito provém das palavras que escolhemos. A entonação verbal corresponde a 38% da mensagem, enquanto a comunicação não verbal, representada pela linguagem corporal, abrange notáveis 55% do que expressamos. Isso indica que mais de 90% da impressão que produzimos nas pessoas não se relaciona de forma alguma com as palavras que selecionamos. 

Essa descoberta transforma nossa percepção acerca da comunicação eficaz. Se a sua convicção é de que a eficácia na comunicação reside unicamente na seleção das palavras adequadas, você está negligenciando a essência do processo. Os indivíduos reagem aos demais não apenas em função do conteúdo veiculado, mas, sobretudo, pela ligação que criam com o interlocutor.

O destacado pedagogo Howard Hendricks reconheceu três elementos fundamentais para uma comunicação genuinamente eficiente: o cognitivo, o afetivo e o volitivo. Em termos práticos, isso implica que toda mensagem impactante deve conter raciocínio (algo que compreendemos), sentimento (algo que experienciamos) e ação (algo que realizamos).

Quando qualquer um desses componentes se encontra em falta, a comunicação torna-se insatisfatória. Caso possua conhecimento sobre determinado assunto, mas não experimente emoções, sua comunicação ficará desprovida de entusiasmo. Saber, mas não aplicar, transforma o conhecimento em mera teoria. Sente-se, porém ignora, sua conexão permanece desprovida de fundamento. A pessoa que se sente, mas não toma atitude, mostra-se hipócrita. Ato de agir sem pleno conhecimento revela uma atitude de presunção. Se age, porém não experimenta emoções, sua comunicação torna-se automatizada e impessoal.

A falta de qualquer um desses elementos provoca fadiga no comunicador e um distanciamento em relação ao público. Por sua vez, quando os três componentes estão presentes — raciocínio, sentimento e ação — a comunicação adquire firmeza, entusiasmo e credibilidade, promovendo uma autêntica conexão.

Esses princípios revestem-se de particular importância no âmbito da evangelização. Muitos cristãos dedicam-se unicamente à transmissão de conhecimentos bíblicos e teológicos, na ideia de que nossa missão é somente essa. Entretanto, a evangelização mais eficiente ocorre quando conseguimos estabelecer uma conexão autêntica com os indivíduos, evidenciando, por meio da fé, atitudes e relacionamentos, o amor de Cristo. Não basta memorizar versículos; é necessário vivenciar a mensagem do evangelho de maneira genuína. Quando nossa crença se expressa por meio da compaixão autêntica, vínculos verdadeiros e práticas tangíveis de amor, edificamos uma ponte de ligação. Isso possibilita que a mensagem de Cristo toque o âmago das pessoas de forma muito mais intensa e transformadora do que qualquer raciocínio teológico isolado poderia alcançar.

A chave reside em entender que toda mensagem que se almeja transmitir deve incorporar uma porção autêntica de si mesmo. Não basta ser unicamente um mensageiro; é necessário vivenciar e internalizar a mensagem que se deseja transmitir. 

A autenticidade é imprescindível não somente para líderes e conferencistas, mas também para qualquer indivíduo que aspire a uma comunicação eficaz. A credibilidade emerge quando existe consonância entre o que conhecemos, experienciamos e realizamos. Nada pode ocorrer por meio de você, antes que primeiramente aconteça consigo. Entender esses princípios modifica a nossa perspectiva em relação à comunicação. Em vez de concentrar-nos unicamente no significado das palavras, começamos a levar em conta o conjunto total: nossa presença, sentimentos, vivências e autenticidade. Dessa forma, estabelecemos laços autênticos que vão além das fronteiras do vocabulário e penetram no íntimo dos indivíduos.

Rev. Liberato Pereira dos Santos



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