Mateus 6:31-33
A questão da fé sempre ocupou posição
central no ensino cristão, especialmente quando se trata de superar a chamada
"pequena fé". No texto supracitado, Jesus nos revela de forma
maravilhosa como expandir nossa confiança em Deus, baseada em uma distinção
fundamental que Ele estabelece entre os crentes e os ímpios.
O método lógico de Jesus - Um
aspecto notável do ensino de Cristo é sua natureza profundamente lógica. Jesus
não se limitava a fazer declarações autoritárias; em vez disso, conduzia seus
ouvintes por meio de argumentos estruturados, usando palavras conectivas como
"portanto", "porque" e “pois”, para construir uma cadeia de
raciocínio. Esta condescendência maravilhosa demonstra o desejo do Mestre de
que compreendêssemos verdadeiramente, não apenas aceitássemos passivamente,
seus ensinamentos.
Quando Jesus diz: “Portanto, não vos
inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou com que nos
vestiremos?", Ele está construindo sobre fundamentos previamente
estabelecidos. A repetição da injunção fundamental contra a ansiedade não é
mera redundância, mas um aprofundamento progressivo do ensino, levando-nos da
compreensão geral para aplicações específicas.
A distinção fundamental: Crentes
versus Gentios - O argumento central apresentado por Jesus é que os crentes
devem ser fundamentalmente diferentes dos gentios em sua abordagem às
preocupações materiais. Esta distinção não é superficial ou cultural, mas toca
no âmago da experiência espiritual humana.
Os gentios, ou ímpios, são
caracterizados por sua completa ausência de revelação divina. Eles vivem
"sem Deus no mundo", conforme observa Paulo em Efésios 2:12. Esta
condição não é apenas uma questão de ignorância intelectual, mas sim de uma dependência
espiritual que limita a maneira como compreendem a vida. Sem contato com os
oráculos de Deus, sem conhecimento das Escrituras e sem compreensão do plano de
salvação conforme revelado em Jesus Cristo, os ímpios operam dentro de
horizontes muito limitados.
As consequências práticas do
silêncio da Revelação Divina. A falta de revelação divina traz
consequências práticas devastadoras para a vida dos ímpios. Eles desconhecem as
"preciosas e mui grandes promessas" mencionadas em II Pedro 1:4, bem
como as diversas garantias que Deus oferece ao Seu povo. Vivem em
"espessas trevas" sobre questões fundamentais: como a vida deve ser
vivida e qual é o destino eterno da humanidade.
Esta ignorância espiritual resulta
em uma perspectiva de vida inteiramente dependente de recursos humanos
limitados. Sem a luz que vem do alto, os ímpios são forçados a confiar
exclusivamente em seus próprios pensamentos e capacidades para navegar pelas incertezas
da existência material.
A posição especial dos crentes
- Em notável contraste, os crentes gozam de uma revelação especial de Deus.
Eles conhecem o amor de Deus manifestado no evangelho: "Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Essa é uma
revelação que ultrapassa o conhecimento puramente informativo e efetua mudanças
profundas que transformam a maneira de pensar a respeito das coisas materiais.
Os cristãos receberam os oráculos de
Deus, têm acesso às Escrituras e compreendem o caminho da salvação. Esta
posição privilegiada não é motivo para orgulho, mas base para uma confiança
inabalável na provisão divina.
A contradição da ansiedade Cristã
- Quando um crente se entrega à preocupação excessiva com alimento, bebida,
vestuário e questões materiais, ele está, paradoxalmente, vivendo como um
ímpio. Esta é a força do argumento de Jesus: comportar-se com ansiedade
material é negar, na prática, toda a revelação que recebemos sobre o caráter e
as promessas de Deus.
Esta contradição não é apenas
inconsistente; é espiritualmente destrutiva. Reduz o crente ao mesmo nível
daqueles que não possuem conhecimento de Deus, anulando efetivamente o poder
transformador da revelação divina em sua vida.
Sendo assim, nossa fé se torna
inabalável quando começamos com o reconhecimento claro de nossa posição
privilegiada como receptores da revelação divina. Não podemos permitir que
nossa experiência espiritual seja reduzida ao nível dos que vivem sem Deus. Em
vez disso, devemos permitir que o conhecimento das promessas e provisões
divinas transforme nossa abordagem às preocupações materiais, desenvolvendo uma
confiança robusta baseada no caráter imutável de nosso Pai celestial.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
Disponibilizamos o boletim informativo da IPBN, a fim de que você fique por dentro daquilo que Deus está fazendo em/através da nossa comunidade. Boa leitura. Click no link abaixo e faça o download:https://mega.nz/file/0EYDlJ6Q#DFqEmr_aHi3hn3rLZCbXT7OsFpgLk_0lK5ZJv5Gj_Iw
Postar um comentário