Lucas 13:6-9
Ao final de cada ano, organizações
realizam avaliações de desempenho. Revisam-se contribuições, produtividade,
metas cumpridas e definem-se objetivos para o período seguinte. Esse processo
determina promoções, aumentos ou, em casos extremos, demissões. É uma prática
muito comum no mundo corporativo, mas é de grande valia aplicá-la à vida em
comunidade e à nossa jornada pessoal de fé? Assim quero propor que façamos uma
avaliação honesta de 2025, tanto coletivamente quanto individualmente,
utilizando como parâmetro as sete igrejas do Apocalipse e a parábola da
figueira estéril.
O Livro do Apocalipse apresenta sete
igrejas que representam diferentes condições espirituais. Éfeso abandonou seu
primeiro amor; Esmirna enfrentaria perseguição; Pérgamo precisava se
arrepender; Tiátira tolerava falsa profecia; Sardes adormeceu espiritualmente;
Filadélfia guardou os mandamentos com paciência; e Laodiceia possuía fé morna.
Cada uma dessas descrições ressoa com nossas realidades contemporâneas.
Quando olhamos para nossas igrejas
locais, somos forçados a fazer perguntas incômodas: qual dessas sete melhor nos
descreve? Perdemos o fervor inicial do evangelho? Estamos adormecidos em nossa
fé? Nossa devoção se tornou morna, sem o calor da paixão por Cristo? A verdade
é que muitas comunidades de fé oscilam entre essas condições, raramente
alcançando o padrão de Filadélfia — aquela que guardou os mandamentos e
suportou pacientemente.
A
esperança, porém, reside no fato de que essas não são sentenças finais, mas
diagnósticos que permitem cura. O próprio Jesus, ao dirigir-se a essas igrejas,
oferece chamados ao arrependimento e promessas de restauração.
Se 2025 recebesse uma nota de 1 a 10,
qual seria a sua? Alguns podem responder 8 ou 9 — um ano de sucesso
profissional, relacionamentos saudáveis, realizações significativas. Outros,
talvez, atribuam 5, um ano monótono, rotineiro, sem grandes acontecimentos. E
há aqueles que dariam 2 ou 3, marcados por tragédias, perdas e sofrimento.
Independentemente da nota, a pergunta
mais importante não é sobre circunstâncias externas, mas sobre transformação
interior. Como você cresceu espiritualmente? Seu relacionamento com Deus
floresceu ou estagnou? Você refletiu em suas ações o fato de ser filho de Deus?
Essas questões tocam no cerne da avaliação que realmente importa.
Ao refletir sobre o ano que passou,
certamente há arrependimentos. Momentos em que poderíamos ter sido mais
compreensivos, pacientes, solidários. Situações em que permitimos que o
orgulho, a crítica ou a indiferença nos afastassem de quem amamos e de Deus.
Essa reflexão honesta é o primeiro passo para a transformação.
Jesus nos apresenta uma parábola breve,
mas profunda, em Lucas 13:6-9. Um proprietário visita uma figueira plantada em
seu vinhedo, esperando encontrar fruto. Por três anos consecutivos, 36 meses,
1.095 dias, ele retorna com a mesma expectativa razoável e encontra apenas
esterilidade. A árvore ocupava espaço, consumia recursos do solo, mas não
produzia nada.
Essa árvore tinha vantagens: estava
protegida no vinhedo e havia sido plantada propositalmente. Apesar disso,
permanecia improdutiva. O proprietário, justificavelmente, deseja cortá-la. Mas
o jardineiro intervém: "Dê-me mais um ano. Vou cavar ao redor, virar o
solo, adicionar fertilizante e cuidar dela."
Essa é a graça de Deus em ação. Apesar
de nossa infidelidade, Ele não desiste. Continua cavando, regando, nutrindo.
Mas há um propósito nessa graça: a produção de fruto. Deus não nos cultiva para
que permaneçamos estéreis.
Jesus deixa claro em João 15:5:
"Aqueles que permanecerem em mim, e eu neles, darão muito fruto; pois
vocês não podem fazer nada sem mim." A frutificação não é resultado de
esforço próprio, mas de conexão vital com Cristo. Sem essa conexão, cada ano
será avaliado abaixo daquilo que Deus espera de nossas vidas.
O que significa permanecer em Cristo?
Significa manter comunhão constante por meio da oração, alimentar-se de Sua
Palavra, viver sob Sua autoridade e permitir que Seu Espírito nos transforme. É
nessa intimidade que produzimos fruto: fruto da fidelidade, da comunhão, do
amor, da paciência, da generosidade.
Enquanto 2025 chega ao fim, Jesus nos
aguarda com pá na mão e balde de água ao lado, pronto para nos levar para 2026.
Essa não é uma promessa vaga, mas uma certeza fundamentada na Sua natureza e
compromisso conosco. Ele se entregou por nós, derramou Seu sangue, suportou a
cruz, tudo para que pudéssemos ser restaurados e frutíferos.
A avaliação de desempenho que realmente
importa não é aquela que determina promoções ou demissões, mas aquela que nos
convida à transformação contínua. Que 2026 seja um ano em que Adoração,
Serviço, Amor, Oração e Evangelismo sejam nossas prioridades. Que não
decepcionar nosso Senhor seja nosso compromisso. Que sejamos frutíferos.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
Disponibilizamos o boletim informativo da IPBN, a fim de que você fique por dentro daquilo que Deus está fazendo em/através da nossa comunidade. Boa leitura. Click no link abaixo e faça o download:https://mega.nz/file/cpRgQYCa#dFIHC8LS0UitimWXT6lK6f6G3H2eQMGuksiBiXz99xs

Postar um comentário