Gálatas 4:4-7
O Natal é
frequentemente reduzido a presentes, decorações e refeições em família. Mas há
uma realidade muito mais profunda por trás dessa celebração: a chegada do Filho
de Deus em forma humana. Gálatas 4:4-7 nos oferece uma perspectiva
transformadora sobre quem é Jesus e por que Sua vinda importa eternamente. Não
é apenas um evento histórico; é o ponto de inflexão da história da salvação.
Quando Paulo escreve
“Deus enviou seu Filho”, ele não está falando de um nascimento comum. Jesus não
teve início no ventre de Maria; Ele sempre esteve em perfeita comunhão com o
Pai desde a eternidade. O primeiro versículo do livro de João afirma: “No princípio
era o Verbo, e o Verbo era com Deus e o Verbo era Deus”. Cristo já existia
antes da criação, e todas as coisas foram criadas por Ele (Jo 1:3).
Mas aqui está o
mistério do Natal: aquele que é plenamente Deus escolheu voluntariamente deixar
Sua glória. Filipenses 2:6-8 descreve essa decisão consciente. Ele “não achou
que era roubo ser igual a Deus”, mas ainda assim “se humilhou” e “se fez
servo”. Imagine: a plenitude da Divindade habitando o ventre de uma jovem
virgem. Do seio do Pai ao ventre de Maria. Essa é a humilhação suprema motivada
pelo amor supremo.
E não apenas Sua origem
era divina; Sua humanidade era completa. “Feito de mulher” significa que Jesus
experimentou tudo o que nós experimentamos. Ele teve fome, sede, cansaço.
Trabalhou, brincou, riu, chorou. O título que mais usava para Si mesmo era “Filho
do Homem”, enfatizando Sua plena humanidade. Ele era verdadeiramente homem,
filho de Maria, sujeito à lei de Deus, e a cumpriu perfeitamente, algo que
nenhum outro homem jamais conseguiu fazer.
Mas por que Ele veio?
Paulo é claro: “Para redimir aqueles que estavam sob a lei” (Gálatas 4:5). A
palavra “redimir” significa libertar, comprar a própria liberdade. Embora Paulo
comece se referindo aos judeus, que foram os primeiros a receber a lei mosaica,
a realidade é que todos nós, tanto judeus quanto gentios, estamos sob a lei
moral de Deus. Embora os gentios não tivessem a lei escrita em tábuas de
pedra, ela está "escrita em seus corações" (Romanos 2:14-15).
O problema é que a lei,
em si mesma, não produz a justiça. Ela nos revela o padrão de Deus, mas não nos
capacita a alcançá-lo. Adão quebrou um mandamento e trouxe morte para toda a
humanidade. Nós herdamos essa condenação. Ezequiel 18:20 é implacável: “A alma
que pecar, morrerá”.
Então Jesus fez algo
extraordinário. Ele não aboliu a lei; ela permanece tão sólida quanto sempre
foi. Mas Ele a cumpriu perfeitamente e, na cruz, tomou sobre Si a maldição que
era nossa. Gálatas 3:13 revela: “Cristo nos redimiu da maldição da lei, sendo
feita maldição para nós”. Ele desceu tão baixo quanto se tornar uma maldição
para que pudéssemos ser elevados.
Isaías 53 profetiza
essa realidade: “Ele foi ferido por nossas transgressões, foi ferido por nossas
iniquidades; o castigo da nossa paz recaiu sobre ele; e com suas listras somos
curados”. Seu sangue removeu nossa maldição de uma vez por todas.
Mas a redenção não é
apenas libertação da condenação. É muito mais: é adoção. “Para que nós
recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4:5). Deus não nos deixou como servos
libertos; Ele nos colocou em Sua família com todos os direitos e privilégios de
filhos naturais.
Pense nisso: por
natureza, éramos “filhos da ira” (Efésios 2:3). Nosso pecado é uma ofensa a
Deus, repulsivo para Ele. Mas, por meio da morte de Cristo, fomos aceitos como
filhos adotivos. Primeira João 3:1 expressa o espanto dessa realidade: “Eis que
tipo de amor o Pai nos concedeu, para que sejamos chamados filhos de Deus!”
Tudo isso seria apenas
doutrina teórica se não fosse pessoal. Por isso Paulo escreve: “Deus enviou o
Espírito de seu Filho para os vossos corações, clamando: Abba, Pai” (Gálatas
4:6). Aqui está o toque final do Natal: Deus não apenas nos redimiu objetivamente;
Ele habita em nós subjetivamente.
O Espírito Santo dentro
de nós clama “Abba, Pai”, uma expressão de intimidade profunda, de filhos que
conhecem seu Pai. Não é apenas conhecimento intelectual; é experiência vivida.
É o Espírito de Cristo tornando real em nossos corações aquilo que Cristo
realizou na cruz.
O Natal, portanto, não
é sobre presentes ou tradições. É sobre a chegada daquele que é plenamente Deus
e homem, que voluntariamente se humilhou, que tomou nossa maldição, que nos
redimiu da escravidão do pecado e nos adotou como filhos de Deus. E mais: Ele
habita em nós pelo Seu Espírito, tornando essa salvação pessoal e real.
Como Paulo argumenta: “Por isso não és mais servo, mas filho; e se filho, então herdeiro de Deus por Cristo” (Gálatas 4:7). Exatamente essa verdade do Natal que deve transformar as nossas celebrações e nossas vidas.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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