Salmo 19:10-14
O
Salmo 19 é uma das obras-primas poéticas da Escritura e nos convida a olhar
para a glória de Deus, tanto na criação como na Sua Palavra. Enquanto os céus
proclamam a grandeza de Deus, é na lei do Senhor que encontramos a revelação
mais encontrada e transformadora de Sua vontade. Desta forma, o salmo nos
ensina que a palavra de Deus não é apenas um amontoado de regras, mas a maior
posse, a maior alegria, a maior proteção, a maior renda, a mais profunda
investigação, a mais eficaz purificação, a mais ganha segurança e a mais
honrosa apresentação que um ser humano pode ter. Como observou sabiamente João
Calvino, "A Escritura é a escola do Espírito Santo, onde como nada é
negligenciado que seja necessário ou útil a saber, assim nada é ensinado senão
aquilo que é digno de ser sabido". O reconhecimento do valor intrínseco da
Palavra é o primeiro passo para desfrutar de sua total suficiência em todos os
aspectos da vida.
Qual
a sua maior posse? Para o salmista, a Palavra de Deus tinha maior valor que o
ouro refinado e era mais doce que o mel, o que é feito pelas abelhas (Salmo
19:10). Como disse o teólogo W. Graham Scroggie: "A Bíblia é a maior
posse do homem." Ela não é somente um livro, mas a voz de Deus, um
tesouro incalculável que enriquece a alma de modo incomparável. O Pastor
George W. Truett, quando lhe perguntaram a respeito do segredo de seu
ministério, apontou para sua velha Bíblia e disse: "Este livro é o segredo
do meu sucesso". Ele sabia que a verdadeira riqueza não estava nas
coisas, mas na verdade eterna que a Palavra traz.
Além
de ser a maior posse, a Palavra de Deus oferece o maior prazer. O versículo 10
declara que ela é “mais doce do que o mel e o favo”. Em um mundo que busca
prazer em fontes efêmeras e muitas vezes amargas, a doçura da Palavra é
duradoura e satisfatória. Assim como um limão, que pode ser azedo por si só,
mas se torna delicioso quando adoçado, a vida, com suas provações e desafios,
encontra seu verdadeiro sabor e alegria quando é permeada e adoçada pela
verdade divina. O prazer que ela proporciona não é superficial, mas profundo e
transformador.
A
Palavra também se manifesta como a maior proteção. O Salmo 19:11 nos adverte
que “por elas é advertido o teu servo”. Ela serve como um escudo contra os
enganos do mundo e as ciladas do inimigo. Martinho Lutero, em sua luta contra
as heresias de seu tempo, encontrou refúgio e força na Palavra, declarando que
ela era sua “fortaleza inabalável”. Ela nos guarda do erro, da tentação e da
destruição, oferecendo um guia seguro em meio às incertezas da vida.
Consequentemente,
a Palavra de Deus proporciona o maior lucro. O mesmo versículo 11 afirma que
“em as guardar há grande recompensa”. Esta recompensa não é meramente externa
ou material, mas uma transformação interna, um crescimento espiritual que
resulta em paz, sabedoria e uma vida frutífera. O investimento na Palavra rende
dividendos eternos, superando qualquer ganho terreno.
A
Palavra de Deus é, ainda, a maior investigação. O versículo 12 nos leva a uma
introspecção profunda: “Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos
que me são ocultos.” Ela age como um telescópio, permitindo-nos ver a imensidão
da glória de Deus, mas trabalha também como um microscópio, mostrando os
detalhes do nosso próprio coração. Assim como o salmo 139 nos mostra Deus nos
conhecendo intimamente, as Escrituras Sagradas também nos permite ver
claramente a nós mesmos, expondo as mazelas e os pecados que, de outro modo,
permaneceriam ocultos.
Essa
investigação leva à maior purificação. Os “pecados ocultos” mencionados no
versículo 12 são aqueles que nem mesmo nós percebemos. A Palavra, porém, tem o
poder de expô-los e purificá-los. Alexander Smith disse: “A Bíblia é o único
livro que, ao lê-lo, o autor está presente.” Sua presença viva e ativa é capaz
de penetrar “até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é
apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12). Ela
nos lava e santifica, conforme Efésios 5:26, “pelo lavar da água, pela
palavra”.
Além
da purificação, a Palavra oferece a maior prevenção. O Salmo 19:13 clama:
“Também do pecado de presunção guarda o teu servo, para que não se assenhoreie
de mim”. Os pecados presunçosos são aqueles cometidos com arrogância e
deliberada desobediência. A Palavra nos equipa com discernimento e força para
resistir a tais tentações, mantendo-nos humildes e dependentes de Deus,
evitando que o pecado nos domine.
Finalmente,
a Palavra de Deus nos prepara para a maior apresentação. O versículo quatorze
termina com a seguinte oração: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a
meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor
meu!” É por meio da meditação e obediência à Palavra que nossas vidas,
pensamentos e palavras se tornam aceitáveis perante Deus. Ela nos molda para
que possamos nos apresentar diante do Criador com integridade e devoção,
confiando em Sua rocha e redenção.
Em
suma, a Palavra de Deus é o alicerce sobre o qual a vida cristã deve ser
construída. Ela é a fonte inesgotável de verdade, alegria, segurança e
santidade. Que possamos, portanto, desejar a Palavra mais do que o ouro, e
encontrá-la mais doce do que o mel. Que ela seja a nossa bússola, nosso espelho
e nosso alimento diário. Que as palavras de nossa boca e a meditação de nosso
coração sejam sempre agradáveis a Ti, Senhor, nossa Rocha e nosso Redentor, por
meio da Tua santa e suficiente Palavra.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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