Dezembro chega carregado de expectativa. As ruas se iluminam, as vitrines brilham, as famílias se reúnem. Mas, por trás dessa atmosfera festiva, existe uma pergunta que ecoa no coração de cada pessoa: qual é o verdadeiro significado dessa celebração?
Vivemos em uma época em que o vazio existencial se tornou epidemia. As pessoas buscam preenchê-lo de formas variadas: acumulando posses, perseguindo poder, fugindo pela droga ou pelo álcool. Shakespeare tinha razão ao dizer que a vida é "uma história cheia de som e fúria, que não significa nada" — mas apenas para quem é espiritualmente analfabeto. Jesus veio justamente para nos ensinar a ler o significado profundo da existência. Sem Ele, permanecemos perdidos, sem compreender o porquê de vivermos.
Há uma história perturbadora: em 14 de julho de 1789, um sapateiro parisiense escreveu em seu diário que "nada de importante aconteceu hoje" — exatamente quando a Bastilha era invadida e a Revolução Francesa transformava o mundo. Quantas vezes cometemos o mesmo erro com o Natal? Celebramos como se fosse "nada importante", tão próximos do comercialismo e das festividades, tão distantes do coração daquele que nasceu em Belém há quase dois mil anos.
Todo dezembro, celebramos o aniversário de Jesus. Quando colocamos Cristo no centro dessa celebração, nossos corações são revividos por um renovado senso do divino. É como aquele cirurgião que removeu uma camada de pedra do coração de um paciente — a pressão desapareceu, e o coração voltou a bater livremente. Assim também nossos corações endurecidos pelos acidentes da vida, cobertos pelos depósitos de enganos e rejeições, precisam dessa operação espiritual que apenas o Natal pode realizar. Quando ousamos entregar nosso fardo diante do berço de Belém, experimentamos libertação genuína.
Proclamar significa declarar com clareza. Quando Deus enviou Seu Filho em carne, quis deixar evidente o quanto nos ama — um amor tão profundo que ultrapassa nossa compreensão. Paulo orou para que os efésios compreendessem "quão amplo, longo, alto e profundo é o amor de Cristo" (Efésios 3:18).
Mas proclamação também é anúncio, e aqui reside nossa responsabilidade como cristãos. Somos portadores de boas novas, não apenas em palavras, mas em ações. A história de Helen, a jovem rejeitada que recebeu um simples presente de fudge natalino e chorou porque "ninguém nunca havia gostado dela", nos confronta com uma verdade incômoda: nossas ações proclamam ou negam o evangelho. Quando deixamos espaço para os rejeitados, quando oferecemos amor aos desprezados, anunciamos que Jesus veio para todos. Quando não fazemos isso, silenciamos o evangelho.
Romanos 5:8 é cristalino: "Deus demonstra Seu próprio amor por nós nisto: enquanto ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós". Não é teoria; é demonstração concreta. Jesus não apenas falou sobre amor — Ele o viveu até a morte.
Como pessoas reconciliadas com Deus por meio de Cristo, temos a responsabilidade de reafirmar esse amor uns com os outros. Filipenses 2:3-4 nos desafia: não façamos nada por ambição egoísta, mas consideremos os outros melhores do que nós mesmos. Isso é revolucionário em um mundo que cultua o narcisismo.
Desta forma, dezembro é especial porque Cristo é especial. Não existe Natal sem Ele. Naquela época, o mundo ansiava por um salvador, e alguns até saudavam Augusto como "salvador do mundo". Mas apenas Jesus oferece a paz verdadeira — não a ausência de conflito, mas a reconciliação com Deus e com o próximo.
Ainda hoje há expectativa ansiosa por Deus nos corações humanos. Mas muitos fecham a porta para Jesus: alguns porque não o esperam enquanto anseiam por paz em outro lugar; outros porque não reconhecem Sua aparência; outros ainda porque não querem se render aos Seus termos.
Ele nos convida a reabrir essa porta. A celebração, a proclamação e a demonstração do amor de Cristo não são opcionais — são o coração do evangelho. Que este mês nos encontre não apenas festejando, mas transformados pela presença daquele que é "a razão da estação".
Rev Liberato Pereira dos Santos
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