1 Tessalonicenses 5:18
Não é necessário um
olhar muito atento para perceber que habitamos em um mundo fraturado. As
evidências de um sistema caído nos cercam: casamentos desfeitos, economias
instáveis, crises políticas e uma sociedade cada vez mais polarizada. O próprio
Senhor Jesus nos alertou em Mateus 24:12 que, com o aumento da iniquidade, o
amor de muitos esfriaria. A promessa escatológica é clara: à medida que o fim
se aproxima, as estruturas deste mundo gemem.
No
entanto, em meio a este cenário de ruínas, Cristo nos promete vida em
abundância. Mas cuidado: não confunda essa abundância com o acúmulo de bens
materiais ou a ausência de problemas. A verdadeira vida plena, sob a ótica do
Evangelho, define-se pela nossa reação diante das provações, tragédias e
adversidades. E a ingratidão é, sem dúvida, o principal obstáculo à plenitude.
O renomado Dr. Adrian
Rogers costumava dizer: "A vontade de Deus é precisamente aquilo que
almejaríamos para nós mesmos se tivéssemos sabedoria suficiente para tal".
Em 1 Tessalonicenses 5:18, o apóstolo Paulo nos revela o segredo para vivermos
a vontade divina neste mundo tão marcado pela dor: "Sejam gratos em todas
as situações, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus".
A gratidão genuína não
é um sentimento passageiro provocado por momentos bons; é, antes, uma atitude
teológica que demonstra reconhecimento da essência de Deus. Desde o Éden, o
inimigo tenta manchar o caráter de Deus, sugerindo que Ele nos priva de algo
bom. A ingratidão é, em essência, duvidar da bondade e da soberania de Deus.
Quando
olhamos para Romanos 1, vemos que a espiral descendente da humanidade rumo à
depravação começa com a recusa em glorificar a Deus e dar-lhe graças. A
ingratidão nos cega e nos entrega aos nossos próprios desejos destrutivos. Por
outro lado, a ciência moderna apenas confirma o que as Escrituras já ensinavam:
a gratidão cura. Estudos indicam que o hábito de agradecer aumenta o bem-estar
e a saúde mental. Deus, em Sua infinita sabedoria, ordenou a gratidão porque
sabe que ela é o antídoto para o veneno da amargura.
Devemos
cultivar a visão do Salmista: "Provem e vejam como o Senhor é bom"
(Salmo 34:8). Mesmo quando a vida dói, a teologia bíblica nos ancora na certeza
de Romanos 8:28 — Deus faz com que todas as coisas, inclusive as amargas,
cooperem para o bem dos seus eleitos. A gratidão é a resposta natural de quem
enxerga a graça, não o mérito.
A
gratidão não deve morrer em nossos corações; ela deve transbordar em nossos
lábios. O autor de Hebreus nos chama a oferecer um "sacrifício de
louvor", que é o fruto de lábios que confessam o Seu nome. Em um mundo
onde a reclamação é a língua nativa, o cristão grato fala um idioma estrangeiro
que atrai a atenção.
Ser
testemunha (Atos 1:8) não é apenas decorar um método de evangelismo, mas
relatar o que vimos e ouvimos. Se Deus fez algo bom em sua vida ou em sua
comunidade esta semana, compartilhar isso é um ato de gratidão e missão. A
gratidão valida a nossa fé diante de um mundo cético.
Por
fim, a gratidão é dinâmica. A palavra grega eucharisteo carrega a ideia de
graça que flui para a ação. Não podemos dizer que somos gratos a Deus enquanto
servimos com murmuração. A história de Israel no deserto e as advertências de
Paulo em 1 Coríntios 10 nos mostram que Deus leva a sério a murmuração.
Reclamar é, em última análise, questionar a provisão do Senhor.
Servir
a Deus não deve ser monótono ou pesado. Quando compreendemos o Evangelho, o
serviço torna-se uma extensão da nossa alegria. A gratidão nos impulsiona a
encontrar nosso lugar no corpo de Cristo. Você não está na igreja por acaso;
você foi chamado para edificar. Mãos ocupadas no serviço raramente pertencem a
pessoas com lábios ocupados em queixas.
Assim,
a vida não é medida pelo quanto temos, mas pelo quanto desfrutamos da presença
de Deus com contentamento. Que possamos, ativamente, incluir a ação de graças
em nossas orações diárias, cantar louvores mesmo nas noites escuras e servir ao
próximo com alegria. Em um mundo em ruínas, a gratidão é a ferramenta de
reconstrução que Deus colocou em nossas mãos. Não se distraia com o momentâneo;
fixe seus olhos na eternidade e deixe que a bondade de Deus molde o seu
coração.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
Disponibilizamos o boletim informativo da IPBN, a fim de que você fique por dentro daquilo que Deus está fazendo em/através da nossa comunidade. Boa leitura. Click no link abaixo e faça o download: https://mega.nz/file/QxIFFbYA#hLGsAmRm_qiVH1LuNsVOWhxpxgHhBR7FJoZ-tuf9Z_k

Postar um comentário