Hebreus 10:35-36
Em tempos difíceis como
estamos vivendo, pode ser complicado enxergar além do que está sobrevindo ao
nosso país e ao mundo, ver a luz no fim do túnel e responder à pergunta: será
que podemos ter esperança de dias melhores? A verdade é: não estamos totalmente
confiantes de que alcançaremos, apesar das Escrituras Sagradas nos oferecer inúmeras
informações que nos deveriam assegurar a fidelidade de Deus em cumprir Suas
promessas. O melhor que podemos afirmar é: “espero que sim.” Precisamos de
esperança para os momentos tenebrosos, quando não estamos cheio de fé e sem a
certeza absoluta de que isso acontecerá sem qualquer dúvida.
Nos instantes mais complexos
da vida, durante os quais a tristeza é maior e fardos tormentosos parecem sobrecarregar
nossas almas, é ocasião em que a natureza imutável de Deus muitas vezes pode
ser vista com mais clareza. Somos hipócritas, ao pensar que Deus é bom apenas quando
as circunstâncias de nossas vidas ou
daqueles que amamos seguem o curso segundo
o que desejamos. O patriarca Jó compreendeu bem essa verdade ao responder à esposa,
que lhe propunha abandonar a Deus por
causa das catástrofes, que sobrevieram à sua vida, família e bens. “…Devemos
realmente aceitar o bem de Deus e não acertar a adversidade? (Jo 2:10). No
mínimo, as mudanças nas situações desta vida, as quais incluem riqueza, saúde e
felicidade nos deveriam levar a apegar-nos ao caráter imutável de Deus.
Quanto mais vivemos,
mais entendemos que a mudança é uma constante. Temos saúde em um dia e doenças em
outros. Dinheiro na poupança hoje e amanhã podemos estar falidos. Estamos
conversando com nossos entes queridos agora e logo mais partimos, deixando a
solidão nos outros. Não podemos culpar a Deus por nossas lutas e sofrimentos,
Jó teve essa virtude: “Em todos os seus sofrimentos Jó não pecou nem culpou a
Deus.” (Jó 1:22). A culpa envolve erro e falha e nenhum desses são atributos de
Deus. Seus caminhos são perfeitos, retos e justos. São nossos corações
pecaminosos que nos afastam d’Ele. Nem todas as desventuras são por causa do
pecado. Mas às vezes Deus usa isso para nos falar aos corações e mostrar Sua
presença de uma maneira ainda maior. O que consideramos desastroso ou obstáculo
é, na verdade, a bênção de Deus falando à própria dureza das nossas almas.
Necessitamos de
esperança para os tempos sombrios, quando não estamos cheios de fé e com dúvida
absoluta de dias melhores, é o momento em que afirmamos: “estou simplesmente
sem esperança e desanimado!” Um pouco de esperança para o futuro inciará o
processo de inverter as coisas, apesar de como elas possam revelar-se
impossíveis. Quando abrimos o livro de Jeremias, encontramos um belíssimo
versículo sobre a esperança: “Porque sou eu que conheço os planos que tenho
para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los prosperar e não de
lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.” (Jr 29:11) Pode
ser que os dias melhores não estejam à nossa vista hoje, e tudo o que
consigamos vê são momentos tenebrosos e sofridos. Como podemos acreditar em
algo que não podemos ver? O apóstolo Paulo nos pode ajudar a responder a essa
questão: “Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê,
pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.” (II Co 4:18) Os
dias risonhos podem não ser visto ainda, porém, quando nossa esperança está em
Deus, único capaz de trazê-los, certamente é possível, apesar de não ter nenhum
vislumbre. Podemos esperar por dias auspiciosos novamente e restauração para
nossas almas por causa da promessa de Deus a Moisés, em face de sua petição:
“Senhor, não nos envie a lugar algum se a Sua presença não for conosco.” O
Senhor lhe afirmou: “Minha presença irá com você, e Eu vou dar-lhe
descanso.” (Ex 33:14) Havia esperança, embora ninguém pudesse ver com os
olhos físicos.
O escritor da epístola
aos Hebreus orienta-nos a “Apegarmos com firmeza à esperança que professamos,
pois aquele que prometeu é fiel.” (Hb 10:23) Deus é fiel em situações estranhas
para satisfazer os compromissos que Ele assumiu, uma vez que não pode mentir.
Essas duas coisas não podem mudar. Deus não pode mentir quando faz uma promessa
ou faz um juramento. (Hb 6:18). Essas
coisas nos encorajam, quando vamos a Ele, em busca de segurança. Tais fundamentos
nos dão força para manter a esperança que recebemos. “Por isso, não abram
mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada. Vocês precisam
perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que
ele prometeu.” (Hb 10:35-36)
Assim sendo, não
joguemos fora a certeza de que a resposta para essa interrogação é: “Sim,
podemos ter dias melhores”, pois o nosso Deus está no controle de todas as
coisas, e trabalha para o bem daqueles que n’Ele confiam. Nada nos poderá
separar do seu amor, proteção e cuidado. Mesmo que andemos pelo vale de trevas
e morte, não devemos temer perigo algum, pois Ele estará conosco, orientando-nos
e sustentando as nossas almas, todos os dias até a consumação dos séculos,
conforme garantiu. Lembremo-nos sempre
de que só nele há descanso (Sl 62.5).
Rev. Liberato Pereira
dos Santos
Amém
ResponderExcluirDeus te abençoe sempre.
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