No contexto da vida cristã, os pequenos
grupos são uma estratégia fundamental para o crescimento e a eficácia da fé:
longe de serem apenas encontros sociais ou estudos bíblicos, esses grupos
representam o núcleo vital de uma igreja dinâmica e em contínua expansão. Para
que um pequeno grupo possa alcançar a totalidade de seu objetivo, ele precisa
ser cultivado simultaneamente em três áreas essenciais:
A verticalidade da fé - A primeira e mais essencial direção de
amadurecimento de um pequeno grupo é "para o alto" - em direção a
Deus. Essa dimensão vertical diz respeito à nossa comunhão com o Criador e
sustenta todas as outras atividades em grupo. Sem uma conexão espiritual
significativa, todo ministério se torna um esforço fútil e desprovido da
capacidade transformadora do Espírito Santo.
O apóstolo Paulo, nas suas epístolas,
enfatiza de maneira constante a importância desse crescimento espiritual
incessante. Efésios 4.15-16 nos encoraja a "seguir a verdade em amor, em
tudo crescendo naquele que é a cabeça, Cristo". O crescimento espiritual é
essencial para o cristão e, por isso, também é indispensável para o pequeno
grupo, como o texto acima demonstra. A comunhão com Deus em grupos pequenos se
manifesta por meio de orações intensas, do estudo da Palavra de Deus que nutre
nossas almas, do louvor sincero e da aspiração a uma vida de santidade. Quando
os integrantes do grupo colocam em primeiro lugar essa dimensão vertical, eles
experimentam um crescimento que transcende o humano e alcança o sobrenatural.
É a unção do Espírito Santo que dá ao
grupo a capacidade de cumprir sua missão com eficácia. Na carta aos Colossenses
1.10, Paulo afirma que eles deveriam crescer "no conhecimento de
Deus", e em 2.19, ele menciona que o corpo, do qual Cristo é a Cabeça,
"recebe crescimento que vem de Deus". Quando se despede dos
cristãos da Ásia, Pedro os incita a "crescerem na graça e no conhecimento
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro 3.18). Estas escrituras
evidenciam que o crescimento espiritual é um processo contínuo que se faz
necessário, e não algo pontual.
A Dimensão Missionária - A segunda orientação de crescimento é
"para fora", representando a missão evangelística e o alcance ao
mundo perdido. Um pequeno grupo que se expande apenas verticalmente pode
correr o risco de se transformar em uma estufa espiritual, um lugar confortável
e acolhedor, mas sem ligação com a realidade daqueles que estão se perdendo sem
Cristo.
Na Grande Comissão de Mateus 28.18-20,
Jesus deixou bem claro: a autoridade que é divina está atrelada à
responsabilidade missionária. "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações" não é uma proposta, mas sim uma ordem divina que precisa ser
praticada por cada pequeno grupo.
A missão é vivida de muitas formas: no
testemunho pessoal dos membros nos locais de trabalho, estudo e convivência; na
promoção de eventos de evangelização; no apoio a missionários e projetos
missionários; na criação de novos pequenos grupos que atendam a diferentes
segmentos sociais. O amor de Deus, como está escrito em João 3.16, é "para
todo o mundo", e em Mateus 18.14, Jesus afirma que o Pai "não quer
que nenhuma pessoa se perca". Essa perspectiva global deve influenciar
cada pequeno grupo, de modo que seus membros não se contentem com uma fé
restrita a si mesmos, mas estejam sempre à procura de oportunidades para
compartilhar o Evangelho.
A Vertente Comunitária - A terceira direção refere-se ao aspecto
"para dentro", ou seja, ao fortalecimento das relações entre os
membros do grupo, promovendo uma verdadeira e fraternal comunhão, fundamentada
no amor cristão.
A comunhão é a base para a criação de um
novo espaço que permita receber não apenas os membros atuais, mas também
aqueles que se juntarão por meio da ação missionária. O padrão
apresentado em Atos 2.42 nos mostrou uma igreja primitiva que possuía e
preservava "comunhão uns com os outros", resultando em um cuidado
mútuo que gerava um crescimento exponencial.
Em Filipenses 2.1-8, Paulo aborda a
importância da unidade e da humildade nas relações entre os cristãos. Em
Efésios 4.31-32, ele especifica quais atitudes devem ser rejeitadas e quais
devem ser promovidas entre o povo de Deus. Crescer para dentro envolve
cultivar relações em que há perdão, compreensão mútua, apoio nas dificuldades e
celebração nas alegrias. É fomentar um ambiente no qual cada indivíduo se
sinta valorizado, amado e estimulado em sua jornada cristã.
Assim, o crescimento não deve ser visto
como a soma de três processos distintos, mas sim como a dinâmica de um único
processo. A intimidade com Deus edifica as relações internas e empodera para a
missão. A evangelização revitaliza o grupo e proporciona oportunidades para
praticar a hospitalidade cristã. Relacionamentos saudáveis fornecem uma base
para o crescimento espiritual e um testemunho poderoso.
Um grupo pequeno que compreende e
experimenta esse crescimento se transforma em uma ferramenta poderosa nas mãos
de Deus para transformar vidas e expandir o Reino. É apenas por meio
dessa abordagem equilibrada que ele consegue realizar plenamente seu propósito
divino, tornando-se um verdadeiro centro de crescimento espiritual,
evangelização eficaz e autêntica comunhão cristã.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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