Em um mundo de ruídos e informações
contraditórias. Bombardeados por vozes que clamam por nossa atenção, prometendo
sabedoria ou sucesso, discernir a verdade do erro, o bem do mal e a voz de Deus
das inúmeras outras torna-se uma necessidade imperativa. Não é dom místico, mas
habilidade vital para o crente, definido como "a arte de distinguir com
precisão entre coisas que parecem similares". É a capacidade de ver além
das aparências, de compreender a natureza das situações, pessoas e influências,
à luz da verdade divina. A bússola que nos guia por meio das névoas da vida,
permitindo-nos navegar com propósito e fidelidade ao Senhor.
Ao buscar discernimento, somos retidos
por três obstáculos. O primeiro e mais insidioso é o engano interno. Jeremias
17:9 afirma: "O coração é mais enganoso que todas as coisas, e
desesperadamente perverso; quem o conhecerá?" Nossas tendências, nosso
coração e preferências podem obscurecer nossa compreensão da realidade e da
vontade de Deus. O segundo é o engano externo, apresentado pelo mundo e pelos
homens. Ideologias, modismos, pressões sociais e conselhos que podem nos levar
na direção errada. Finalmente, o engano espiritual. Satanás, o “pai da
mentira”, de maneira muito sutil, nos engana com seus ardis e dúvidas, a fim de
nos manter afastados da verdade. Identificar essas barreiras é o primeiro passo
para distinguir com clareza.
O discernimento é um prisma por meio do
qual se vê a vida em toda a sua complexidade. É relevante para seis áreas de
aplicação:
Escolhas morais: fazer a diferença entre o certo e o
errado, mesmo em nuances que parecem "boas", mas que estão a uma
distância dos princípios divinos;
Verdade intelectual: diferenciar o falso do verdadeiro. Como
descrito em Atos 17:11, os bereanos examinavam as Escrituras todos os dias,
exemplificando a busca pela verdade.
Motivações: distinguir entre nossa
própria vontade e a de Deus. O exemplo de José em Gênesis 39 demonstra
fidelidade diante das dificuldades em cumprir a vontade de Deus.
Julgar os outros: é comum percebermos as falhas dos
outros ao nosso redor mais facilmente do que as nossas próprias. No entanto,
este é um dos tipos mais discretos de autoengano. Criticamos os comportamentos
dos outros que praticamos de maneira diferente, mas que são igualmente
pecaminosos. O verdadeiro discernimento começa com a autorreferência tão
honestamente quanto possível. Antes de identificar o cisco no olho de um irmão
e mostrar o que pode parecer um pouco torto aos nossos olhos, precisamos ver a
trave em nosso próprio olho. Não que não devamos corrigir ou advertir; no
entanto, também devemos ser humildes, sabendo que somos pecadores a quem a
graça alcançou, e assim devemos corrigir ou dar advertências.
Interpretação de Eventos: nem tudo o que nos acontece exige uma
resposta espiritual imediata, mas não devemos subestimar as situações em que
Deus está claramente agindo. Graças a Deus, o discernimento nos capacita a
diferenciar entre eventos comuns e a ação divina providencial, que exige nossa
atenção e entrega. Um encontro "coincidente" e "inesperado"
pode não significar nada além de uma coincidência, mas pode ser uma
oportunidade para o ministério ou a obra de Deus. Uma dificuldade financeira
pode ser apenas resultado de má gestão ou um chamado ao arrependimento. Uma
oportunidade de emprego pode ser mera circunstância ou direcionamento divino. A
chave está em buscar sabedoria para reconhecer quando Deus está falando por
meio das circunstâncias e quando estamos apenas lendo sinais onde não existem.
Influências Espirituais: É fundamental diferenciar o Espírito da
verdade dos espíritos do erro. 1 João 4:1-6 nos orienta a examinar os
espíritos. Os frutos do Espírito (Gálatas 5:22-23: amor, alegria, paz,
paciência, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio) são os que representam
os verdadeiros desafios.
Como podemos efetivamente aprimorar essa
habilidade fundamental? O discernimento é algo que é nutrido. Em seu cerne,
precisamos de oração para trazer nossos corações de volta ao alinhamento com os
propósitos de Deus. Em segundo lugar, devemos estar completamente imersos na
Palavra de Deus; ela é o teste decisivo para tudo e a única verdade. Em
terceiro lugar, o companheirismo com porções mais maduras é uma visão e a
Igreja é conselho. Por último, mas não menos importante, vamos inspecionar tudo
quanto à veracidade à luz do fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23).
Posicionamento caracterizado pelo Espírito Santo é permeado pelo amor, alegria,
paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
O discernimento espiritual é, portanto,
uma necessidade imediata em um mundo que exige atenção e oferece “verdades”. É
a armadura que nos impede de mentir e a lente que torna a realidade divina para
Deus. Quando nos comprometemos com a Palavra, o Espírito Santo, a oração e o
companheirismo, criamos uma imagem que diferencia o que é de Deus do que não é.
Que o resto de nós seja humilde e vigilante em nosso esforço para buscar essa
sabedoria e as vidas que vivemos para honrar a Verdade que é verdade.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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