sábado, 2 de julho de 2022

COMO LIDAR COM A CULTURA DO ÓDIO

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Mateus 5:38-48

Vivemos numa cultura marcada pelo ódio, somos, a todo instante, incitados a odiar aqueles, que consideramos maus/inimigos, ou simplesmente tem pensamento oposto ao nosso, e lutamos muitas vezes pela vingança e não por justiça. Não encontramos nas Escrituras Sagradas um ensino para odiar aos nossos inimigos. O amor ao próximo parece ser o tema e ensino favoritos do Novo Testamento, sobretudo porque Cristo o menciona cinco vezes, Paulo três e Tiago uma, João quatro ou cinco vezes. Certamente é um conceito sobremodo importante. Mas não era “Ame o seu próximo” que Jesus estava preocupado no texto supracitado, e sim com o que foi dito: “Odeie o seu inimigo.”

            “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente.” v.38. Onde seus ouvintes ouviram isso? Em Lv 24:20; Dt 19:21 e Ex 21:24. Esta é a lei mais antiga do mundo, conhecida como “Lei do Talião”. O princípio era claro, a pessoa que lesionasse outra receberia o mesmo tratamento. Podemos considerar dura, sanguinária e cruel, mas na realidade foi o começo da justiça, por dois motivos: primeiro porque limitou o julgamento, se alguém arrancasse um de seus dentes, você não poderia remover todos os dentes dele. Segundo, tirou o julgamento da alçada do indivíduo ferido e o entregou à sociedade. Se alguém matasse seu filho, seria sentenciado à morte, era o castigo dele, porém você não poderia matar seus filhos e seu cônjuge. Esse tipo de lei era praticado e reproduzido pelos religiosos do tempo de Jesus.

            Lembre-se de que Cristo afirmou que não veio para abolir a lei, bem como vivemos num mundo imperfeito. Precisamos aceitar a realidade de um sistema que pune o malfeitor e recompensa o honesto. Num mundo perfeito não haveria assassinato, então não necessitaria de lei sobre o assunto. Todavia, como não vivemos num mundo assim, Deus estabeleceu regulamentos para todos, crentes e não crentes. A lei de Deus apontava para a incapacidade do homem de cumpri-la, ela atentava para conter o mal que ameaçava destruir a sociedade, por isso era necessária.

            Porém Jesus desejava que seus seguidores deveriam ir além da lei. Não era suficiente apenas não cometerem assassinato, mas deveriam abster-se do ódio. A lei mosaica punia os malfeitores, Jesus procurava erradicar o mal, não matando o malfeitor, mas o redimindo e transformando sua vida. Se acabamos com o mal, eliminando o transgressor, a lei é satisfeita. Mas se desejamos destruir o mal e salvar o pecador, então necessitaremos de uma abordagem completamente diferente.

            A lei nos diz para reagir com a mesma moeda, isso se adapta bem à nossa natureza humana decaída. Estamos bastante dispostos a matar o assassino, odiar o inimigo e ser ávidos por vingança. Mas Cristo não se alegra como aqueles que se dizem seus seguidores e agem da mesma forma que o mundo. Em vez de retribuir com a mesma moeda, ele nos ordena o contrário. Na verdade, Ele vai além: “Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas a qualquer, que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.” v.39. Você pode dizer: Ele não pode estar falando sério, não é possível praticar isso! Cristo estava dizendo que não era apenas “não retaliar”, mas também “não se ressentir”. Ele foi o maior exemplo desse ensino, quando estava na cruz, não orou suplicando ao Pai que eliminasse seus algozes, mas clamou por misericórdia e perdão para eles.

            “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” v.44. Mas como amar uma pessoa que nos faz o mal? O caminho para a resposta é obter uma compreensão adequada da palavra amor. Jesus se referia ao Ágape, o amor que não se baseia nas ações dos outros. Esse tipo de afeição é o que Cristo nos ordena a mostrar aos semelhantes, até mesmo ao nosso inimigo. Ele se fundamenta numa decisão e não no coração. É como o amor de Deus pelo mundo, não estar firmado em nenhum fator externo. Esse mandamento não é passivo, somos obrigados a nos comprometer com a ação. Somos ordenados a orar por nossos inimigos. Não podemos continuar odiando um homem na presença de Deus. Na oração a amargura e o ressentimento morrem, e surge a paz.

            Diante do exposto, não nos podemos deixar ser levados pela cultura do ódio e do cancelamento. O verdadeiro cristão trilha o caminho da paz, e não da guerra. Como foi dito, Jesus não aboliu a lei, ela existe para tratar com aqueles que comentem seus delitos, mas nós cristãos, devemos orar por aqueles que a infringe, a fim de que sejam alcançados pela graça de Deus, convertendo-se dos seus maus caminhos. Não podemos sair por aí destilando o ódio e desejando o mal às pessoas, sejam elas as mais cruéis e indignas aos nossos olhos. Que o Senhor nos ajude a colocar em prática esse princípio, uma vez que, por nossa própria força, jamais conseguiremos.

               Rev. Liberato Pereira dos Santos

 

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