sexta-feira, 21 de outubro de 2022

O BEZERRO DE OURO 23.10.2022

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Êxodo 32:1-14

            Quando olho para a igreja do Senhor, em nossos dias, não posso deixar de contemplar a cena dos israelitas no deserto aos pés do Monte Sinai.

Deus havia chamado Moisés ao cume da montanha para lhe dá instruções. Nos capítulos anteriores, Deus havia tratado de diversos tópicos, principalmente a maneira como o povo de Israel deveria administrar a vida e também adorá-lO. Ao lê-los, sou levado à parte, que realça que o principal propósito da Igreja seria colocar Deus acima de tudo.

Hoje, ela está mais preocupada com o poder e riqueza temporais. Nossos púlpitos carecem da exposição sincera das Escrituras Sagradas. Os pastores e líderes estão mais preocupados com os rendimentos financeiros, popularidade e poder político. Para isso, são capazes de alianças e práticas as mais espúrias. A maioria dos líderes apresenta-se como defensores dos valores cristãos, mas suas vidas não condizem com as palavras, são verdadeiros lobos vestidos de cordeiros. Os cultos comunitários, em nossos templos, parecem mais comícios e shows para entretenimento do que ocasiões de quebrantamento na presença do Deus todo poderoso. O homem tornou-se o centro.

            Devido à demora de Moisés no monte, Israel ficou impaciente, queria mais do que Deus já lhe havia dado. Foram a Arão e exigiram que “fizesse um deus que fosse adiante deles.” Arão prontamente se submeteu à exigência e lhes pediu “o ouro que haviam trazido do Egito.” Apesar de Israel ter sido libertado da escuridão egípcia, salvo da aniquilação absoluta nas margens do Mar Vermelho, alimentado e protegido na jornada no deserto, testemunhado a presença de YAHWEH, seu libertador, as bugigangas de ouro ainda os ligavam à idolatria do Egito. É difícil liberarmos as práticas erradas do passado, a menos que acreditemos que não há lucro nelas. A igreja contemporânea tem resgatado o culto à celebridade, o egocentrismo e a vaidade, que levam o povo de Deus a adaptar o evangelho ao seu bel prazer.  

            Arão pegou todo o ouro e moldou um bezerro. “No dia seguinte, madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se.” Israel estava adorando uma imagem esculpida de ouro, adquirido de seus antigos opressores. O povo não estava mais sob o controle de YAHWEH, aquele que realmente os tirou do Egito, retornou ao antigo estilo de vida pagão. Eles fizeram banquetes, comeram e beberam até se fartarem. Como o bezerro era um símbolo de fertilidade no Egito, seu culto era marcado pela sensualidade e frenesi. Os cultos nas igrejas hoje são marcados por aquilo que agradam aos homens, não se fala mais de pecado, arrependimento, mudança de vida e eternidade, mas sim, de prosperidade e riquezas materiais.

            Fico impressionado com a resposta de Arão a Moises, que lhe pediu uma explicação: ”então, eu lhes disse: quem tem ouro, tire-o. Deram-mo; e eu o lancei no fogo, e saiu este bezerro.” Podemos entender da seguinte maneira: “Veja Moisés, sou apenas uma vítima inocente das circunstâncias!” É assim que muitos pastores e líderes fazem, atendem aquilo que as pessoas querem ouvir e vivenciar e não são capazes de confrontá-las em seus pecados. Ajudam as pessoas a construírem seus bezerros de ouro e depois procuram justificar-se diante dos próprios erros.

            Quando Deus contemplou o que estava acontecendo, Ele se voltou para Moisés e declarou: “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu.” O Senhor renegou a Israel e o colocou sob o cuidado de Moisés. E disse: “Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os consuma; e de ti farei uma grande nação.” É possível que Deus esteja dizendo a mesma coisa sobre a Igreja dos nossos dias. Tal pensamento causa-me calafrios de temor! Somos um povo de “pescoço duro” como Israel era. Pense nessa declaração de Deus e no que estava acontecendo com Seu povo escolhido. Imagine o nível de maldade que O levou a fazer um julgamento tão severo. Agora, olhe ao nosso redor para os “bezerros de ouro” dos quais estamos cercados. Que Deus tenha misericórdia de nós.

            Moisés implorou a Deus e se curvou em fervorosa oração diante de Seu Criador. Então, o Senhor mudou de ideia sobre a sentença que proferiu contra o seu povo. A oração profunda e sincera pode fazer isso. Mas só para não cairmos na tentação de que Deus deixou o povo impune, o versículo trinta e quatro nos informa: “Feriu, pois, o SENHOR ao povo, porque fizeram o bezerro que Arão fabricara.”

            Finalizo com as palavras de Paulo aos filipenses: “...estai firmes no Senhor.” (Fp 4:1), não cedendo à tentação de construir “bezerros de ouro”, mas confiando em Deus. Não buscando a satisfação dos nossos antigos desejos pecaminosos, mas adorando somente ao Cordeiro de Deus, em espírito e em verdade, o qual derramou o Seu sangue para a remissão dos nossos pecados. Como Moisés sejamos intercessores, clamando a Deus pela igreja, que se tem desviado dos Seus caminhos.

            Rev. Liberato Pereira dos Santos 


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