sábado, 29 de outubro de 2022

REFORMA, SUA VOZ AINDA ECOA 30.05.2022

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Em 31 de outubro de 1517, um monge agostiniano chamado Martinho Lutero afixou noventa e cinco teses na porta da Catedral do Castelo em Wittenberg, onde era orador. Isso pode parecer estranho para nós, mas era a prática normal de conduzir um debate acadêmico nos dias dele. Por amor à verdade e pelo desejo de elucidá-la, Lutero, Mestre das Artes e em Teologia, desafiava aqueles que não podiam estar presentes, para o debate oral, que o fizessem por carta. O que se seguiu foi uma lista de noventa e cinco proposições que ele queria debater. Essa lista incluía argumentos como:

- Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até à entrada para a vida eterna.

- Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências e o próprio papa oferecessem sua alma como garantia.

- O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

- Haja vista exemplo como este: Por que o papa não livra duma só vez todas as almas do purgatório, movido pela santíssima caridade e considerando a mais premente necessidade das mesmas, havendo santa razão para tanto, quando, em troca de vil dinheiro para a construção da basílica de São Pedro, livra inúmeras delas, logo por motivo bastante infundado?

            A ação de Lutero é reconhecida por muitos como o início da Reforma Protestante. Seu objetivo não era dividir, mas reformar a Igreja Católica Romana, levando-a a reconhecer o seu erro e retornar à pureza do Evangelho. No entanto, ele acabou sendo excomungado e se tornou o líder da Reforma Protestante, na qual somos os herdeiros espirituais.

Em 1507, dez anos antes de Lutero publicar suas Noventa e Cinco Teses, ele foi ordenado sacerdote em Erfurt e começou a estudar Teologia na Universidade desta cidade. Durante seus estudos, sofreu influência das ideias dos Humanistas e abraçou seu slogan “Ad Fontes!”, que significa: “De volta à fonte!” Para ele, isso significava o estudo da Bíblia em seu original hebraico e grego. Esse compromisso o levou a estudar a Palavra de Deus, de modo que o Senhor finalmente o iluminou quanto ao entendimento correto dela.

            Apesar de herdeiros deste episódio, temos visto um grande declínio espiritual na igreja, tornando-se necessário e urgente uma Reforma em nossos dias.

            A crítica de Martinho Lutero à igreja, em seus dias, soou muito como a repreensão de Jesus a Sardes. Não temos dúvida que se torna atualíssima para a igreja contemporânea. Ele viu uma igreja que parecia ter uma reputação externa aparentemente viva, mas havia perdido a mensagem do Evangelho. Possuía muita atividade, mas não tinha a aprovação de Deus. O mundanismo e o pecado não estavam sendo confrontados.

De fato, uma das preocupações que levou Lutero a publicar suas teses, foi a venda de indulgências. O Papa estava tentando arrecadar dinheiro para construir a Basílica de São Pedro em Roma e, para alcançar seu objetivo, determinou a venda de indulgências para que as pessoas pudessem escapar completamente do purgatório. As pessoas compravam as indulgências e depois pecavam porque acreditavam que suas almas estavam seguras para a eternidade.

Será que a prática de oferecer rosas ungidas, água do Rio Jordão, óleos ungidos não são evidências da prática de indulgências em nossos dias? O que dizer do culto ao homem em nossas igrejas, retirando a centralidade do Senhor? O oferecimento de solução aos grandes problemas da vida simplesmente tornando-se contribuinte por meio de um carnê. Os dízimos e ofertas, que deveriam ser expressões de fidelidade, amor e gratidão, tornaram-se um meio para manipulação e controle. Quando tudo na igreja vira um meio de arrecadação, não transformamos o ministério em um grande mercado de indulgências?

Quais são os sinais de uma igreja que se aparenta viva, mas na verdade está morta? O Pastor John MacArthur responde: “Uma igreja está em perigo quando se contenta em descansar sobre os louros do passado, quando se preocupa mais com as formas litúrgicas do que com a realidade espiritual, quando se concentra em curar males sociais em vez de mudar o coração das pessoas por meio da pregação do evangelho vivificante de Jesus Cristo. Quando está mais preocupada com o que os homens pensam do que com o que Deus ordenou, quando está mais apaixonada por credos doutrinários e sistemas de teologia do que pela Palavra de Deus, ou quando perde sua convicção de que cada palavra da Bíblia é a palavra do próprio Deus. Não importa qual seja sua frequência, não importa quão impressionantes sejam seus edifícios, não importa qual seja seu status na comunidade, tal igreja, tendo negado a única fonte de vida espiritual, está morta.”

            Sendo assim, necessitamos ouvir a voz da Reforma em nossos dias e, como Lutero e tantos outros reformadores, apontarmos os desvios da igreja, convocando-a ao arrependimento e volta à verdadeira mensagem do Evangelho.

             Rev. Liberato Pereira dos Santos



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