“...a nação santa...”
(I Pe 2:9)
Neste
segundo trimestre, estamos trabalhando sobre santidade. Creio que os desafios
do nosso tempo exigem santificação. Mais do que grande articulação política, do
que domínio da tecnologia e da informação, estamos a precisar urgentemente de
uma vida de santidade. Mais do que disponibilidade de recursos financeiros, de
progresso científico, carecemos sem demora de santificação.
Para muitos, a santificação é exclusiva de certas pessoas com
qualidades, experiências ou dons especiais. Em certo sentido, elegemos alguém
para vivenciar tal processo a fim de não termos de nos comprometer na mesma
direção. A ideia encontra-se arraigada na visão medieval, que cunhou
determinados personagens como “santos”.
Prestes a ingressar na Terra Prometida, Josué conclamou o povo de Deus à
santificação, nos seguintes termos: “Santificai-vos, porque amanhã o Senhor
fará maravilhas no meio de vós” (Josué 3.5). Não se trata de argumentação ou
convocação meramente religiosa. As implicações da santificação se estendem por
todas as áreas da vida. O objetivo precípuo do povo era a conquista da Terra; isso
exigia santificação. Dessa maneira todos, soldados, políticos, senhores,
servos, homens, mulheres e crianças, deveriam atentar para a recomendação.
A santificação implica especialmente separação. Quando nos colocamos
diante de um todo e separamos uma parte para alguma finalidade, estamos, em
princípio, santificando aquela parte. Há uma escolha em andamento: qual parte
vamos eleger para atender ao nosso anseio?
Em Gênesis 12.1-3, vemos o processo de santificação em andamento com
Abraão. Deus o toma de um todo — a família pagã —, e o separa para fazer dele uma
nova nação, uma grande nação, uma nação que se constituiria bênção para todas
as nações/famílias da terra. Houve um propósito definido na separação.
O termo “Igreja” revela com mais expressividade o sentido dessa
separação. Na língua grega, Igreja é “ekklesía”, a justaposição da preposição
“ek”, que traduz a ideia de movimento “de fora para dentro” ou “de dentro para
fora”, e o verbo “kaléo”, que significa “chamar”. Portanto o sentido original
de Igreja refere-se ao povo que é chamado do mundo para constituir-se povo de
Deus. Nessa condição é chamado para ir ao mundo anunciar a Palavra de Deus.
A santificação, como separação, é um ato divino, uma obra do Espírito
Santo em sua Igreja, o Corpo de Cristo, o Povo de Deus. Por isso, é preciso
cuidar-se da auto santificação. Há quem imagine que será “mais santo”, como
resultado do seu esforço pessoal, à parte da graça e do poder de Deus.
Mas a santificação, também, se revela um ato de consagração, dedicação a
Deus. Neste aspecto, a santificação, por conseguinte, se apresenta como um ato
humano, ou seja, exige a resposta do homem à ação de Deus nele. Eis por que o
apelo do Apóstolo: “rogo-vos, irmãos … que apresenteis os vossos corpos por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Romanos 12.1). Assim, o culto, em
verdade, somente agrada ao Senhor, se ele for uma expressão sincera de nossa
consagração a Deus.
Que exemplo fabuloso nos legaram os macedônios: “deram-se a si mesmos
primeiro ao Senhor, depois aos homens, pela vontade de Deus” (II Coríntios
8.5). A dedicação de nossos dons e talentos ao serviço do Reino de Deus nos
remete à necessária consagração ao nosso próximo.
A santificação, tão exigida em nossos dias, será marcada pela nossa
determinação. A santificação não pode ser vista como mera contemplação. Ela nos
desafia a uma prática de vida, em que deve existir firmeza de propósito. Nessa
direção, segundo a Bíblia, é o oposto de impureza:” Porque Deus não nos
chamou para a impureza, mas para a santificação (1 Ts 4:7). Voltando ao
tempo de Josué, vemos que o servo de Deus estava cônscio de que o povo estava
disposto a passar por um caminho nunca dantes atravessado (Josué 3.4). Às
vezes, temos a impressão de que já sabemos tudo. Grande ilusão.
Precisamos da ação poderosa e amorosa do Senhor em nós, respondendo a
ela com total dedicação, para que tenhamos plenas condições de passar pelo
caminho que nunca passamos.
O evangelista Oswald Chambers afirmou: “Se a minha santidade não estiver atraindo outros para Jesus, não é a santidade autêntica, mas, sim, uma influência que despertará afeições desordenadas e desviará alguns para outros caminhos [que não Jesus Cristo e a verdade]” Assim. Sigamos a paz com todos e santificação, pois, do contrário, não veremos o Senhor (Hb 12:14). Que Ele nos ajude a fazer diferença por meio do nosso proceder santo.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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