Lucas 10:38-42
As Sagradas Escrituras
apresentam inúmeros exemplos de pessoas que sabiam da necessidade de se apegar
à Palavra de Deus. Maria, mãe de Jesus, quando deu à luz ao filho, os pastores
vieram ver o Salvador e falaram com ela sobre aquilo que Deus lhes tinha dito, ela,
ao ouvi-los, entesourou e ponderou no coração. Após a adoração no templo em Jerusalém,
Maria, novamente, valorizou as palavras de Deus e guardou em sua mente. O
apóstolo Paulo elogiou os bereanos por confrontarem suas palavras com a única
coisa necessária – as Escrituras (At 17:11).
O texto supracitado, no
v.38, nos afirma que Marta convidou Jesus e os discípulos para sua casa. Um ato
de amor e generosidade. Foi um convite de fé, pois somente esta pode gerar um
espírito generoso. No v.40, Marta estava muito ocupada com todo o serviço de
casa, enquanto sua irmã Maria estava aos pés de Jesus, ouvindo seus
ensinamentos. Marta desabafou a Jesus: “Não te importas!” Estava no seu limite,
a irmã não estava ajudando em nada, e acrescentou: “Diga-lhe que me ajude.” Uma
reclamação, depois uma ordem. Uma mulher confrontar um homem naquela época não
era considerado comportamento social aceitável. No v.41, Jesus educadamente
lembrou a Marta que estava demasiadamente “preocupada e aborrecida com muitas
coisas.” A preocupação é uma emoção interior. “Como vou conseguir fazer tudo
isso?” Ficar chateada foi uma ação exterior que a levou a questionar o cuidado
de Jesus e ordenar-lhe agir.
Jesus não repreendeu
Marta, mas lhe mostrou a maior necessidade da vida. Em muitas situações
pensamos não menos do que ela. No momento, havia muitas distrações para se
lembrar da única coisa necessária. Assim como Marta, somos constantemente
desafiados pelas distrações. Nosso mundo promove a preocupação, atacamos com
raiva em vez de ouvir. Com muita facilidade a inquietação e a irritação se infiltram
em nossas vidas.
E ainda há mais
distrações: “Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a
palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais
ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera.” (Mc
4:18,19) A falsidade da riqueza aumenta nossa ansiedade e intranquilidade.
Muitas vezes nossa natureza pecaminosa deseja as coisas deste mundo! Tudo isso
sufoca a palavra de Deus, são muitas as distrações.
Quão verdadeiro é o
Senhor nos lembrar que a piedade com contentamento é um grande ganho. Um espírito
satisfeito nesta vida é fruto da fé. Somente a piedade e a fidelidade desviam as
desatenções que se infiltram em nossas vidas. Deixe que o mundo corra atrás da
riqueza, posses, honras, glória e fama. “Pois que aproveitará o homem se
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua
alma?” (Mt 16:26) Nada nesta vida ou no mundo pode ser trocado por nossas
almas. No meio de tantos alheamentos conhecemos a verdade. O contentamento é o
presente de Deus para nós, seus filhos.
Como superar as alienações
de nossa natureza pecaminosa? Não somos deixados para fazer isso sozinhos. O
Mestre nos lembra que realmente apenas uma coisa é necessária: buscarmos ao
Senhor. Nele podemos encontrar nossas respostas e a força para superar as
distrações. Devemos orar ao nosso amoroso Pai celestial em todo o tempo, em
qualquer lugar, sempre. “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque
ele tem cuidado de vós.” (IPe 5:7). O Senhor cuida de nós, muito mais do
que nossas famílias e governos terrenos. O cuidado gracioso de Deus por nós é
plenamente perfeito e em todo o tempo.
Voltando ao nosso
texto, no v.39, enquanto Marta encontrava-se distraída com muitas coisas, Maria
sentou-se no chão e dedicava-se a ouvir as palavras e os ensinamentos de Jesus.
O serviço, a comida, os convidados eram todas formas de desviar a atenção,
Jesus era a única atração real e benéfica. Essa foi a atitude de Maria. Jesus
acalmou Marta e a lembrou daquilo que é necessário, que sua irmã havia
escolhido.
Marta estava fazendo
coisas importantes por causa do convite a Jesus e os discípulos, mas Maria
estava fazendo a única coisa importante, por isso foi a melhor escolha. A
pressão do momento nos pode levar a fazer o que pensamos ser o melhor, mas não
podemos esquecer da única coisa que é indispensável. Notável que as Sagradas
Escrituras têm um excelente exemplo sobre essa “coisa necessária”. Um pedido de
um servo: “Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na
Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR
e meditar no seu templo.” (Sl 27:4) Quando nos reunimos como igreja para
cultuar a Deus, estamos buscando a principal atividade necessária: aprender
sobre a importância de ouvir a Palavra de Deus.
Assim devemos pensar
como Paulo: “...mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás
ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3:13-14) Não
deixemos que as coisas supostamente relevantes, e muito menos, as distrações deste
mundo nos roubem a única coisa necessária que é meditar na Palavra do Senhor,
pois somente Cristo “...tem as palavras da vida eterna; e nós temos crido e
conhecido que tu és o Santo de Deus.” (Jo 6:68-69)
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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