Mateus 5:44
Atualmente, a humanidade observa com
inquietação as desavenças no Oriente Médio e na Europa Oriental. Os conflitos
entre Israel e Irã, juntamente com a devastadora guerra entre Rússia e Ucrânia,
além de inúmeros outros conflitos armados, expõem uma verdade perturbadora: a
humanidade ainda opta pela violência como meio de solucionar seus conflitos.
Cada explosão, cada vida ceifada, cada família devastada confirma uma dura
realidade - a guerra sempre causa morte e destruição, nunca a paz duradoura que
os povos almejam.
Esses conflitos modernos não consistem
apenas em disputas geopolíticas ou econômicas, mas são expressões ferventes de
um estado de degradação espiritual. A violência que vivemos é constituída pelo
afastamento progressivo do homem em relação a Deus, que , dominado por suas
paixões procura fazer a força prevalecer sobre o que deveria se resolver pela
justiça, pela compaixão e pelo amor.
No Sermão do Monte, Cristo propôs um
modelo revolucionário que confronta de maneira direta a lógica humana da
vingança. Ao declarar "Amai os vossos inimigos", Jesus não estava
simplesmente propondo uma postura alternativa para seus seguidores; ele estava
instituindo um princípio essencial que poderia mudar a história da humanidade.
Esta lição simboliza uma quebra drástica com a mentalidade dominante de seu
tempo, e da nossa também.
Os escribas e fariseus da época de Jesus
pregavam: "Ame o teu próximo, e odeie o teu adversário". Essa leitura
equivocada da lei mosaica gerava divisões, fomentava animosidades e legitimava
o ódio entre as nações. Curiosamente, essa mesma mentalidade permeia muitos dos
conflitos atuais, onde cada lado considera sua causa justa e seu ódio pelo
adversário como virtude patriótica ou religiosa.
Cristo revela que essa interpretação
farisaica não tinha fundamento genuíno nas Escrituras. Os comandos do Antigo
Testamento para exterminar certas nações cananitas eram instruções judiciais
específicas de Deus para momentos históricos particulares, não licenças
perpétuas para o ódio generalizado. Quando mal interpretados, esses textos
tornam-se justificativas perigosas para a violência contemporânea.
A proposta cristã é profundamente
diferente. "Bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e
orai pelos que vos maltratam e vos perseguem" – estas palavras de Cristo
não são mero idealismo utópico, mas um caminho prático para quebrar ciclos de
violência que têm assolado a humanidade por milênios.
Quando observamos os conflitos atuais
através desta lente bíblica, percebemos que cada ato de retaliação apenas
alimenta uma espiral descendente de hostilidade. A vingança gera mais vingança;
o ódio produz mais ódio. A história da humanidade está repleta de exemplos em
que a busca pela "justiça" através da violência resultou apenas em
mais sofrimento para todos os envolvidos.
O amor pelos inimigos não significa
passividade diante da injustiça, mas representa uma forma superior de
resistência – uma que transforma corações em vez de simplesmente destruir
corpos. É reconhecer a humanidade comum que compartilhamos, mesmo com aqueles
que consideramos adversários. Como afirmou John Piper no seu sermão "Love
Your Enemies": "Amar o inimigo não significa sentir carinho por ele.
Significa, em vez disso, manifestar atitudes e ações concretas de bondade,
oração e misericórdia, mesmo diante da hostilidade. Você ora por ele, faz o bem
a ele e deseja sinceramente seu bem maior, que é estar reconciliado com
Deus."
Em um mundo onde líderes políticos e
religiosos frequentemente inflamam paixões nacionalistas e étnicas, a mensagem
de Cristo ressoa como alternativa genuína. Somente quando a humanidade
redescobrir sua necessidade de Deus e abraçar Seus princípios de amor, perdão e
reconciliação, poderemos esperar ver o fim dos ciclos destrutivos de violência
que continuam ceifando vidas preciosas em nosso tempo.
A paz verdadeira não virá por meio de
tratados militares ou equilíbrios de poder, mas pela transformação dos corações
humanos pelo amor divino. Como declarou John MacArthur: "A verdadeira paz
não é fruto de acordos humanos ou de esforços políticos, mas resultado da obra
de Cristo no coração. Só Ele pode transformar o interior do homem e conceder a
paz que excede todo entendimento."
Sendo assim, sejamos promotores da
verdadeira paz, rejeitando qualquer forma de violência e escolhendo,
deliberadamente, amar até mesmo aqueles que se consideram nossos inimigos.
Lembremos que muitos, afastados de Deus, acabam promovendo conflitos sem conhecer
o poder transformador do amor divino. Por isso, sigamos firmes no caminho do
diálogo e do bom senso, estendendo a mão ao invés de fechar os punhos. Que
nossas ações, então, traduzam a graça de Cristo, e que nossas palavras sejam
sempre verdadeiras pontes e não barreiras. Oremos sempre para que a paz de Deus
reine em nossos corações e se expanda em nossas relações.
Rev. Liberato Pereira dos Santos
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